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Escola de samba quer levar jaguatirica para avenida
A “Tom Maior”, de São Paulo, avisa que vai cometer um crime ambiental

A escola de samba Tom Maior pretende trazer para o desfile no Sambódromo do Anhembi de São Paulo uma jaguatirica. A escola ainda anunciou que pode levar uma suçuarana ou um lagarto para a avenida. Segundo seu presidente, a agremiação não vai pedir autorização ao IBAMA, pois teme que a licença não seja emitida, a jaguatirica está na lista dos animais ameaçados de extinção. Veterinários consultados pelo Jornal O Estado de São Paulo, disseram que a exposição dos animas é absurda e pode levá-los a morte por estresse.

O samba enredo da escola tem como tema a cidade de São Bernardo e além dos animais a escola pretende levar para a avenida o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Marko Antonio da Silva, presidente da agremiação, justificou a presença dos animais dizendo que "Queremos fazer uma brincadeira e passar a mensagem da preservação".

Wikipedia/Divulgação

Ainda não se sabe ao certo se os animais desfilarão, pois Silva deu duas versões à reportagem sobre os fatos. Primeiro ele disse que os animais desfilariam e a documentação já havia sido encaminhado para o IBAMA. Depois ele afirmou que os animais não entrarão na avenida. "Eles vão ficar em jaulas com rodinhas e vão até a concentração", disse Silva ao Estado. A ideia é que os animais fiquem próximos da comissão de frente e quando começasse o desfile eles iriam para outro ponto da concentração.

O presidente da escola garantiu que não vai pedir autorização para o IBAMA, que é obrigatória, "A ideia é não falar, porque eles não vão autorizar e vão estragar nosso feito."

De acordo com o IBAMA, a escola Tom Maior necessita de uma autorização para o transporte do animal, além disso, os animais devem viver em criadouros registrados no instituto.

Carlos Cipro, advogado ambientalista, disse ao Estado que a presença dos animais na avenida é “estresse injustificável” e os atos são considerados abuso e maus tratos pela Lei de Crimes Ambientais, além de ir contra uma lei municipal que proíbe esse tipo de exposição.

O órgão responsável pela organização do Carnaval de São Paulo, a São Paulo Turismo (SPturis) disse que o caso será analisado pela Liga das Escolas de samba, pois o regulamento é omisso a essa situação.

Reação imediata
Após 10 minutos da veiculação, pelo jornal O Estado de São Paulo, que a escola de samba Tom Maior, teria intenção de levar à avenida uma jaguatirica, a Agência Ambiental Pick-upau acionou o Comando de Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo, para verificar o que poderia ser feito sobre o caso, visto que ainda não havia sido cometida nenhuma ilegalidade.

Conforme havia sido levantado pelo departamento jurídico da organização, a Polícia Ambiental poderia fazer uma diligência ao barracão da escola e verificar, se fosse o caso, a documentação sobre o transporte do animal do criadouro, ainda desconhecido, até a escola e instruir os responsáveis da Tom Maior sobre as consequências de uma possível apresentação dos animais na avenida.

Segundo Pedro Isal, ativista do Pick-upau, a escola ainda não cometeu um crime ambiental, mas já demonstrou total falta de respeito às leis ambientais. “Por enquanto o presidente da Tom Maior, Sr. Marko Antonio da Silva, provou ser uma pessoa totalmente inconsequente e extremamente infeliz em suas declarações. No entanto, se ele e sua escola insistirem nesse devaneio, que vai à contramão de tudo que vemos hoje sobre preservação ambiental, haverá consequências legais sobre ambos, isso é fato”, disse o ativista.

“Se vivêssemos em uma era ‘Minority Report’ (alusão ao filme de Steven Spielberg, estrelado por Tom Cruise, onde potenciais criminosos eram presos antes de cometerem os crimes) ele já poderia ser punido, mas isso não é uma ficção. Ao contrário do Sr. Marko, respeitamos as leis e vivemos num estado de direito. Tomará que o dirigente da agremiação perceba o absurdo que falou e que talvez pretenda concretizar, e volte atrás, vamos aguardar”, completou Isal.

Procuradoria questiona Tom Maior sobre uso de animais em desfile

Foi enviado à presidência da escola de samba Tom Maior, um ofício do Ministério Público Federal em São Paulo, pedindo esclarecimentos sobre a suposta vontade de a escola entrar com animais silvestres no Sambódromo durante o seu desfile no Grupo Especial.

Adilson Prudente do Amaral, procurador responsável pelo caso, estipulou um prazo de dois dias para a escola se pronunciar a respeito da intenção ou não de utilizar os animais no desfile.

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) informou o procurador que a escola não pediu nenhuma autorização para o transporte e exposição dos animais.

O IBAMA ainda informou que a exposição dos animais silvestres no desfile "configuraria, sem sombra de dúvidas, uma grave situação de maus-tratos, ato ilícito pela Lei de Crimes Ambientais". Além disso, a superintendência do órgão disse que se o pedido de autorização seja realmente feito, será negado na hora, já que a exposição de animais em eventos é proibida no município de São Paulo.

Marko Antonio da Silva, presidente da escola, disse ao jornal “Estado de São Paulo” que pretendia trazer para avenida uma jaguatirica e outro animal silvestre (suçuarana ou um lagarto) e que não iria pedir autorização ao IBAMA. A jaguatirica e a suçuarana estão na lista de animais ameaçados de extinção.

Em resposta ao ofício, o presidente disse que nunca teve a intenção de usar realmente os animais silvestres e não teria nem como encontrá-los, disse ao jornal Folha de São Paulo.

Silva disse que tudo não passou de um mal-entendido por conta de alguns desenhos feito pelo carnavalesco da escola Chico Spinosa, de fantasias de animais para as passistas da escola.

Sobre a jaguatirica
A jaguatirica é um animal de comportamento solitário, onde busca um par apenas na época do acasalamento. A espécie está no grupo dos felinos de médio porte pesando entre 11.3 e 15.8 kg, sendo o macho maior que a fêmea. Seu pelo é curto e denso de coloração amarelo claro a castanho ocráceo, com manchas escuras formam rosetas que vão até a cauda. Apenas a região ventral não possui manchas e é esbranquiçada.

Habitam preferencialmente florestas tropicais, sendo encontrados desde o sudoeste do Texas e oeste do México até o norte da Argentina. No Brasil ocorre em quase todas as regiões, exceto no sul do Rio Grande do Sul. Como principais características podemos dizer que são de hábito noturno, são ótimos nadadores e escaladores de árvores, alimentam-se preferencialmente de aves e pequenos roedores. Sua gestação dura em torno de 70 a 85 dias, podendo nascer de 1 a 4 filhotes que chegam a maturidade sexual por volta dos três anos. A jaguatirica está na lista dos animais em extinção.

Ordem: Carnívora
Família: Felidae
Nome popular: Jaguatirica
Nome em inglês: Ocelot
Nome científico: Leopardus pardalis
Distribuição geográfica: América do Norte, Central e do Sul
Habitat: Florestas
Hábitos alimentares: Carnívoro
Reprodução: Gestação de 70 dias
Período de vida: Aproximadamente 20 anos
Fonte: Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Sobre o Pick-upau
O Pick-upau é uma organização não-governamental sem fins lucrativos de caráter ambientalista 100% brasileira dedicada à preservação e a manutenção da biodiversidade do planeta. Fundada em 1999, por três ex-integrantes do Greenpeace-Brasil e originalmente criada no Cerrado brasileiro, tem sua base, próxima a uma das últimas e mais importantes reservas de mata atlântica da cidade São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Por tratar-se de uma organização sobre Meio Ambiente, sem uma bandeira única, o Pick-upau possui e desenvolve projetos em diversas áreas ambientais. Saiba mais: www.pick-upau.org.br

Da Redação
Com informações do Estado de São Paulo
Foto: Wikipedia/Reprodução

 
 
 
 

 

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