Alterações
climáticas ameaçam plânctons essencial
para os ecossistemas marinhos
Estudo
revela impactos do aquecimento e da acidificação
dos oceanos em organismos cruciais para o ciclo de carbono
14/01/2025 – Um estudo
recente, publicado na revista Nature, revelou que várias
espécies de foraminíferos planctônicos
podem enfrentar condições ambientais extremas
até o final deste século, colocando em risco
sua sobrevivência. Esses organismos unicelulares, conhecidos
por possuírem conchas de carbonato de cálcio,
desempenham um papel essencial na dinâmica dos ecossistemas
marinhos e no armazenamento de carbono nos oceanos.
Pesquisadores de países como França,
Alemanha, Japão e Espanha analisaram cerca de 200 mil
registros coletados desde 1910 para investigar como esses
organismos estão respondendo às mudanças
climáticas. A equipe descobriu que muitas espécies
estão migrando para águas mais frias em direção
aos polos, com deslocamentos de até 10 km por ano,
ou para camadas mais profundas do oceano, buscando escapar
das temperaturas elevadas na superfície. Apesar dessas
adaptações, as populações desses
organismos diminuíram em 25% nos últimos 80
anos, com as espécies tropicais sofrendo as maiores
perdas devido ao aquecimento mais intenso nessas regiões,
que interfere em seus ciclos reprodutivos.
A acidificação dos oceanos, causada
pelo aumento das emissões de CO2, também prejudica
a formação das conchas de carbonato de cálcio.
Esse fenômeno afeta diretamente o ciclo de carbono:
ao produzirem menos conchas, os foraminíferos deixam
de contribuir efetivamente para o transporte de carbono para
o fundo do mar, reduzindo a capacidade de os oceanos armazenarem
carbono.
Sonia Chaabane, principal autora do
estudo e pesquisadora do CEREGE e do Instituto Max Planck
de Química, destacou que os foraminíferos funcionam
como indicadores do impacto das mudanças climáticas
nos ecossistemas marinhos. Segundo ela, esses organismos mostram
como o aquecimento e a acidificação dos oceanos
estão transformando o ambiente marinho em um ritmo
alarmante.
Já Ralf Schiebel, coautor do estudo,
ressaltou que a pesquisa levanta questões sobre a capacidade
de adaptação dessas espécies em um futuro
dominado por mudanças climáticas aceleradas.
Ele enfatizou que a compreensão das interações
entre o clima e os ecossistemas marinhos exige uma análise
mais integrada, na qual bioindicadores como os foraminíferos
desempenham um papel central.
Os resultados do estudo reforçam a urgência
de medidas globais para mitigar as mudanças climáticas
e proteger a biodiversidade marinha. Com o papel crucial que
esses organismos desempenham no equilíbrio dos oceanos,
sua sobrevivência é essencial não apenas
para os ecossistemas, mas para a saúde do planeta como
um todo.
Da Redação, com informações
de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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