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Som do perigo: como plásticos enganam baleias na caça
submarina
Estudo
revela que a assinatura acústica de resíduos
plásticos imita presas naturais, confundindo baleias
e agravando a crise ambiental nos oceanos
19/03/2025 – Nas profundezas
dos oceanos, onde a luz não alcança, baleias
como cachalotes e baleias-bicudas-de-Cuvier dependem da ecolocalização
para encontrar alimento. Esse mecanismo, baseado na emissão
de sons e na interpretação dos ecos retornados,
é essencial para identificar presas como lulas. No
entanto, um estudo recente da Universidade Duke, nos Estados
Unidos, revelou que o plástico submerso pode emitir
ecos muito semelhantes aos de presas naturais, enganando as
baleias e colocando suas vidas em risco.
Os pesquisadores analisaram nove tipos de plástico
comuns nos oceanos, como cordas, sacos, balões e garrafas,
e descobriram que muitos desses materiais têm intensidades
acústicas iguais ou até mais fortes que as de
lulas costeiras, uma presa típica das baleias. Esses
resultados explicam por que esses gigantes dos mares frequentemente
ingerem plásticos, confundindo-os com alimentos.
“Isso foi impressionante, mas esclarece o motivo de
tantas baleias enfrentarem dificuldades para distinguir entre
plástico e comida”, explicou Greg Merrill, líder
do estudo, ao ScienceNews.
Ao ingerir plásticos, as baleias sofrem consequências
graves. Esses materiais não são digeríveis
e acabam obstruindo seus estômagos e intestinos, impedindo
a passagem de alimentos reais. Em muitos casos, essa ingestão
errônea leva à morte dos animais.
Para entender melhor o fenômeno, a equipe da Universidade
Duke realizou testes com lixo plástico coletado em
praias e lulas recuperadas do estômago de um cachalote
encalhado. Utilizando sonares em diferentes frequências,
os cientistas mediram a força dos ecos gerados pelos
plásticos e compararam com os ecos das lulas. O resultado
confirmou que os dois refletem sons de forma quase idêntica.
Os pesquisadores sugerem que, embora seja improvável
reprojetar plásticos para evitar que soem como presas,
os resultados reforçam a necessidade urgente de limitar
o uso e descarte de plásticos no ambiente marinho.
“O lixo plástico só chegou ao mundo das
baleias nas últimas décadas, mas já está
causando um impacto devastador em espécies que vivem
nesses habitats há séculos”, destacam
os autores do estudo.
Essa pesquisa enfatiza que a redução da poluição
plástica não é apenas uma questão
ambiental, mas também essencial para a preservação
de espécies marinhas profundamente adaptadas ao seu
ecossistema.
Da Redação, com informações de
agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial.
Fotos: Reprodução/Pixabay
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