Branqueamento
de corais: evento atual é o mais extenso já
registrado
A
combinação entre mudanças climáticas
e fenômenos como El Niño agrava a ameaça
global aos recifes de corais
25/03/2025 – Desde fevereiro
de 2023, recifes de corais ao redor do mundo enfrentam um
branqueamento sem precedentes. A Administração
Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA)
confirmou que este é o evento de maior extensão
já registrado, afetando 77% das áreas de recifes
do planeta.
De acordo com Derek Manzello, coordenador
do NOAA Coral Reef Watch, o atual branqueamento supera o recorde
anterior (2014-2017) em 11%, mesmo tendo ocorrido em metade
do tempo. “Isso pode ter ramificações
sérias para a resposta final desses recifes”,
destacou Manzello.
O branqueamento ocorre quando os corais,
estressados por temperaturas elevadas, expulsam as algas simbióticas
que lhes conferem cor e nutrientes. Sem essas algas, os corais
perdem sua vitalidade, tornam-se brancos e ficam vulneráveis
à fome e a doenças. Embora o fenômeno
não mate os corais imediatamente, sua recuperação
depende da redução das temperaturas oceânicas
— algo cada vez mais difícil diante do aquecimento
global.
O evento atual foi agravado pelo
El Niño, que eleva temporariamente a temperatura das
águas do Pacífico. Mesmo com o término
do fenômeno em maio e a possibilidade de transição
para o La Niña, as perspectivas para a recuperação
dos recifes permanecem sombrias, especialmente porque 2024
pode ser o ano mais quente da história.
O branqueamento já foi confirmado
em regiões como Palau, Guam, Israel, Caribe e Mar da
China Meridional, abrangendo 74 países e territórios.
Os danos vão além da perda estética dos
recifes. Eles comprometem a biodiversidade marinha, afetam
a pesca de subsistência e reduzem a atratividade turística
de destinos que dependem dos corais.
Embora a extensão do branqueamento
seja recorde, a NOAA ainda não o classificou como o
evento mais severo em termos de mortalidade. Cientistas planejam
realizar avaliações subaquáticas para
medir os impactos em longo prazo.
Com o agravamento da crise, uma sessão
de emergência foi convocada para a próxima cúpula
da Convenção das Nações Unidas
sobre Diversidade Biológica (COP16), que ocorrerá
na Colômbia. Cientistas e líderes mundiais discutirão
estratégias urgentes para evitar a extinção
funcional dos corais, incluindo maior proteção
às áreas marinhas e novos financiamentos para
sua preservação.
Diante da escala inédita do branqueamento
e da crescente ameaça representada pelas mudanças
climáticas, o alerta é claro: proteger os recifes
de corais é uma prioridade global. Sem ações
rápidas e efetivas, perderemos não apenas ecossistemas
vitais, mas também serviços ambientais indispensáveis
para a saúde dos oceanos e das comunidades humanas
que deles dependem.
Da Redação, com informações
de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
|