Grande
Barreira de Corais tem recorde de temperatura da água
em 400 anos
Estudo
publicado na revista Nature afirma que ação
humana é responsável
02/05/2025 – A Grande
Barreira de Corais, na Austrália, enfrenta um risco
iminente devido ao aumento da temperatura do mar e aos eventos
de branqueamento em massa dos recifes de corais. Uma pesquisa
publicada na Nature revela que as águas ao redor desse
ecossistema estão mais quentes do que em qualquer outro
momento nos últimos 400 anos. Liderado por Benjamin
Henley, da Universidade de Melbourne, o estudo reconstruiu
dados de temperatura da superfície do mar de 1618 a
1995, utilizando amostras de esqueletos de corais, e incorporou
dados de 1900 a 2024.
Os pesquisadores analisaram
simulações de modelos climáticos com
e sem as mudanças climáticas causadas pelo homem
e concluíram que essas mudanças são responsáveis
pelo aumento das temperaturas na região da Grande Barreira
de Corais. Os eventos recentes de branqueamento em massa coincidem
com cinco dos seis anos mais quentes dos últimos 400
anos. Em 2024, 2017 e 2020, a região experimentou as
temperaturas mais altas, com 2024 liderando, com uma média
de 1,73°C acima da média de 1618–1899. Os
anos de 2016, 2004 e 2022 também registraram os próximos
maiores aumentos de temperatura.
Benjamin Henley,
líder do estudo, expressou surpresa ao constatar que
a temperatura de 2024 estava muito acima do recorde anterior
de 2017, o que levou ao branqueamento em massa dos corais.
Ele afirmou que, sem uma ação global urgente
e coordenada para combater as mudanças climáticas,
os impactos no recife são inevitáveis, e provavelmente
veremos o fim de uma das maiores maravilhas naturais da Terra.
Helen McGregor, coautora do
estudo, afirmou que as temperaturas do oceano durante os eventos
de branqueamento, incluindo o atual, são sem precedentes
nos últimos quatro séculos. Ela alertou que,
sem a ação imediata contra as mudanças
climáticas, a Grande Barreira de Corais enfrentará
uma catástrofe. Henley completou dizendo que, embora
existam soluções para reverter o quadro, é
necessária uma mudança radical e coordenada
a nível nacional e internacional para reduzir as emissões
de gases de efeito estufa e alcançar a meta de emissões
líquidas zero.
A pesquisa recente foi apresentada
após o Comitê do Patrimônio Mundial da
UNESCO decidir não classificar a Grande Barreira de
Corais como em perigo, com a questão sendo revista
em 2026. Ela também coincide com o relatório
do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS),
que analisou o estado do ecossistema e incluiu dados de pesquisas
aéreas e subaquáticas. O estudo aponta boas
notícias, pois muitas áreas do recife se recuperaram
desde 2016, após um grande evento de branqueamento.
No entanto, os pesquisadores alertam que os impactos do evento
deste ano ainda não foram totalmente avaliados, e uma
análise completa da mortalidade dos corais levará
de 6 a 9 meses.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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