Pesquisa
indica que 49% dos brasileiros terão comida e água
afetadas por crise oceânica
Estudo
mostra que brasileiro tem consciência da crise e estaria
disposto a mudar hábitos
11/06/2025 – Uma pesquisa
com 2.000 brasileiros de todas as regiões do país
revela que cresce a consciência sobre os impactos do
aquecimento global e das ações humanas nos oceanos.
Cerca de 49% dos entrevistados reconhecem a influência
direta do oceano em suas vidas, especialmente na alimentação,
no acesso à água e no bem-estar geral. A sondagem
Oceano sem Mistérios, conduzida pela Fundação
Grupo Boticário com apoio da UNESCO e da Unifesp, mostra
que 87,6% estão dispostos a mudar hábitos para
proteger os oceanos, mas apenas 7% participaram de ações
concretas nos últimos 12 meses para reduzir emissões
de carbono ou poluição.
A segunda edição
da pesquisa, iniciada em 2022, revela que 85% dos brasileiros
acreditam que o aquecimento dos oceanos contribui diretamente
para eventos climáticos extremos, como secas, furacões
e inundações. Além disso, 90% concordam
que o aumento do nível do mar é uma ameaça
real para cidades costeiras. O levantamento, com margem de
erro de 2,2%, ouviu pessoas de todo o país —
62% vivem em capitais e 41% em cidades litorâneas —
e está sendo apresentado na 3ª Conferência
do Oceano da ONU, em Nice, França.
Segundo Ronaldo Christofoletti,
especialista da Unifesp e da UNESCO, todos os ecossistemas
estão interligados, e o oceano tem papel central na
regulação do clima global, influenciando chuvas,
frentes frias e eventos extremos. Ele destaca que cuidar dos
oceanos é essencial para proteger o planeta. Dados
da OMM indicam que, desde março de 2023, as temperaturas
médias dos oceanos estão entre 0,5°C e 0,7°C
acima da média histórica — uma condição
descrita como “febre” dos mares.
A pesquisa mostra
que 84% da população reconhece que o oceano
e seus ecossistemas estão sob ameaça, sendo
a poluição (40%) a principal preocupação,
seguida pelas mudanças climáticas (22%), perda
de biodiversidade e turismo irresponsável (13%), e
crescimento urbano (11%). Os impactos mais percebidos são
na alimentação (20%), acesso à água
(14%), qualidade de vida (14%), mudanças climáticas
(14%) e aquecimento global (14%). Em comparação
com 2022, aumentou a percepção dos efeitos ambientais
sobre diversos aspectos do cotidiano.
A pesquisa revela que apenas
30% dos entrevistados acreditam que suas ações
impactam diretamente a saúde do oceano, enquanto 23%
veem impacto indireto e 44% acham que não influenciam
em nada. Os principais impactos citados das ações
humanas são o descarte de lixo (30%), poluição
(29%), uso de embalagens e reciclagem (8% cada), consumo (8%),
geração de resíduos (7%), aquecimento
global e consumo de água (6% cada). Segundo a UNESCO,
os dados destacam a urgência de ampliar a educação
e a conscientização sobre a relação
entre comportamento humano e a preservação dos
oceanos.
Apesar de 87,6% dos brasileiros
afirmarem estar dispostos a mudar hábitos em prol dos
oceanos, apenas 7% adotaram ações concretas
no último ano. Para Malu Nunes, diretora da Fundação
Grupo Boticário, isso revela que a intenção
está crescendo, mas ainda precisa ser convertida em
prática, com mais estímulo e informação.
Ela destaca que, nos últimos três anos, a disposição
para agir aumentou 5,4 pontos percentuais. A pesquisa foi
realizada pela Zoom Inteligência entre 12 de fevereiro
e 7 de abril de 2025.
Da Redação,
com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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