Estudo
indica que peixes estão ‘esquecendo’ suas
rotas migratórias e a pescaria pode ser a culpada
A
escolha pelos peixes mais velhos nos cardumes tem reduzido
a transmissão de conhecimento para os mais jovens
05/11/2025 – Um estudo
internacional liderado pela Universidade do Maine sugere que
a pesca pode estar causando a perda de conhecimento migratório
entre os peixes. Ao capturar preferencialmente os indivíduos
mais velhos, responsáveis por ensinar rotas migratórias
e de desova aos mais jovens, a atividade pesqueira compromete
a transmissão desse saber social, o que pode contribuir
para o declínio e até extinção
de algumas espécies.
O estudo não identificou
regiões específicas mais afetadas, mas alertou
que peixes sociais em populações locais, especialmente
em áreas costeiras, são os primeiros a sofrer
com a perda de conhecimento marinho causada pela pesca. Essa
perda pode levar a migrações e desovas ineficazes,
comprometendo a adaptação local e aumentando
o risco de extinção dessas populações.
A aprendizagem social
é comum entre peixes, especialmente os de vida longa,
permitindo que aprendam entre si e se adaptem com mais segurança
ao ambiente. Quando os peixes mais velhos são capturados,
a transmissão vertical de conhecimento é interrompida,
deixando os mais jovens vulneráveis e sem acesso a
informações essenciais para a sobrevivência
e continuidade da espécie.
Para reduzir os impactos da
pesca sobre peixes mais velhos, o estudo recomenda preservar
a estrutura social e etária dos cardumes, protegendo
tanto machos quanto fêmeas mais velhos. Uma das medidas
sugeridas são as "slot rules", que estabelecem
tamanhos mínimo e máximo para captura, ajudando
a manter indivíduos experientes no grupo.
O estudo propõe ainda
medidas adicionais para proteger peixes mais velhos nos cardumes,
como proibições locais de pesca em períodos
e áreas específicas, com base nos padrões
de movimento e idade dos peixes. Também sugere políticas
de governança que priorizem pescadores locais e o desenvolvimento
de novas tecnologias de pesca que permitam selecionar espécies
e tamanhos, ajudando a preservar a estrutura etária
das populações.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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