O 
                      que são fontes de energia? 
                    Entende-se por energia a 
                      capacidade de realizar trabalho. Fontes de energia, dessa 
                      forma, são determinados elementos que podem produzir 
                      ou multiplicar o trabalho: os músculos, o sol, o 
                      fogo, o vento etc. 
                       
                      Através do uso racional do trabalho, especialmente 
                      na atividade industrial, o homem não apenas sobrevive 
                      na superfície terrestre – encontrando alimentos, 
                      abrigando-se das chuvas ou do frio etc –, mas também 
                      domina e transforma a natureza: destrói florestas, 
                      muda o curso dos rios, desenvolve novas variedades de plantas, 
                      conquista terras ao mar, reduz distâncias (com modernos 
                      meios de transporte e comunicação), modifica 
                      os climas (com a poluição, as chuvas artificiais 
                      etc), domestica certos animais e extermina outros. 
                      As primeiras formas de energia que o homem utilizou forma 
                      o esforço muscular (humano e de animais domesticados), 
                      a energia eólica (do vento) e a energia hidráulica, 
                      obtida pelo aproveitamento da correnteza dos rios. Com a 
                      Revolução Industrial, na Segunda metade do 
                      século XVIII e no século XIX, surgem as modernas 
                      máquinas, inicialmente movidas a vapor e que hoje 
                      funcionam principalmente a energia elétrica. A eletricidade 
                      pode ser obtida de várias maneiras: através 
                      da queima do carvão e do petróleo (usinas 
                      termelétricas), da força das águas 
                      (usinas hidrelétricas), da fissão do átomo 
                      (usinas nucleares) e de outros processos menos utilizados. 
                       
                      As chamadas modernas fontes de energia, ou seja, as mais 
                      importantes, são: o petróleo, o carvão, 
                      a água e o átomo. As fontes alternativas, 
                      que estão conhecendo um grande desenvolvimento e 
                      devem tornar-se mais importantes no futuro, são o 
                      sol (energia solar), a biomassa e os biodigestores, o calor 
                      proveniente do centro da Terra energia geotérmica), 
                      as marés, o xisto betuminoso e outras. 
                       
                      É importante ressaltar que as fontes de energia estão 
                      ligadas ao tipo de economia: quanto mais industrializada 
                      ela for, maior será o uso de energia. O carvão 
                      mineral foi a grande fonte de energia da Primeira Revolução 
                      Industrial, e o petróleo foi a principal fonte de 
                      energia do século XX e continua a desempenhar esse 
                      papel, apesar de um recente e progressivo declínio. 
                      Tanto o petróleo como o carvão mineral são 
                      recursos não renováveis, isto é, que 
                      um dia se esgotarão completamente; eles também 
                      são muito poluidores, na medida em que seu uso implica 
                      muita poluição do ar. Por esses dois motivos 
                      eles estão em declínio atualmente, em especial 
                      o petróleo, que foi básico para a era das 
                      indústrias automobilísticas e petroquímicas. 
                      Vivemos na realidade numa época de transição, 
                      de passagem do domínio do petróleo para a 
                      supremacia de outras fontes de menos poluidoras e renováveis, 
                      ou seja, que não apresentam o problema de esgotamento. 
                      Este pensamento está pelo menos na cabeça 
                      dos ambientalistas de todo o planeta, mas a realidade ainda 
                      é um mundo dominado pelos combustíveis fósseis. 
                       
                      A série “Que energia é essa?” irá trazer 
                      as principais fontes de energia usadas em nosso planeta; 
                      como surgiram, onde são usadas, qual a dependência 
                      humana dessas fontes e muito mais. Neste capítulo 
                      conheceremos a fonte de energia chamada “Solar”. 
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                    O 
                      Sol 
                    
                       
                        Astro central, 
                            luminoso do sistema planetário do qual a Terra 
                            faz parte. Em torno dele gravitam o nosso e os demais 
                            planetas. O movimento da Terra em torno do Sol acarreta 
                            um deslocamento aparente deste em relação 
                            às estrelas. Em seu movimento aparente, o Sol 
                            descreve um círculo máximo da esfera 
                            celeste, a eclítica, inclinada de 23º 
                            27’ em relação ao Equador. Deste conhecimento 
                            do movimento do Sol resulta um sistema de coordenadas 
                            (longitude de latitude) referidas ao círculo 
                            máximo eclítico e a seus pólos. 
                            A inclinação da eclítica em relação 
                            ao Equador acarreta a existência de estações 
                            bem como uma variação da duração 
                            relativa dos dias e das noites. O Sol é uma 
                            estrela da Quinta grandeza, distante cerca de 149.600.000 
                            km da Terra.  
                             
                            Centro do sistema solar, é direta ou indiretamente, 
                            a fonte de toda a forma de energia existente em nosso 
                            planeta e responsável pela existência 
                            de vida na Terra. Seu diâmetro é de 1.394.000 
                            km, sua densidade é quatro vezes menor que 
                            a da Terra e a intensidade da gravidade é 29 
                            vezes maior que a do nosso planeta. Seu volume é 
                            aproximadamente 1.400.000 vezes maior que o da Terra 
                            e calcula-se que a temperatura na sua superfície 
                            seja de 6.500ºC e que no seu centro atinja valores 
                            incalculáveis. Em cerca de 25 dias, o Sol executa 
                            uma revolução completa em torno de um 
                            eixo inclinado 7º 11’ em relação 
                            a eclítica.  
                             
                            Essa rotação não se efetua uniformemente 
                            para o conjunto do globo: é tanto menos rápida 
                            quanto se consideram latitudes mais afastadas do Equador, 
                            sendo 24,9 dias no Equador e 34 dias na vizinhança 
                            dos pólos.   | 
                       
                       
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                                Reprodução/Pixabay  | 
                               
                               
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                         As substâncias 
                            que o constituem, dada a alta temperatura, encontram-se 
                            em estado gasoso, supondo-se que sejam semelhantes 
                            às da Terra, sendo as principais: o hidrogênio, 
                            o magnésio, o ferro e o cálcio. Observando-se 
                            o Sol através do telescópio, vê-se 
                            várias manchas circulares que aparecem e desaparecem 
                            não tendo nem forma nem local fixo. Distingui-se, 
                            também um disco luminoso chamado fotosfera, 
                            que é uma região onde se encontram gases 
                            de alta pressão. Circundando a fotosfera, encontra-se 
                            outra região luminosa, com espessura de 7.000 
                            a 10.000 km, visível durante os eclipses solares, 
                            denominada cronosfera, que pode ser considerada como 
                            sendo a atmosfera solar. Envolvendo a cronosfera, 
                            vemos uma auréola de brilho pouco intenso, 
                            visível por ocasião dos eclipses totais 
                            e chamada coroa solar. Esta não é uma 
                            massa fixa, nem homogênea, mas constituída 
                            de gases altamente ionizados. O Sol, além de 
                            emitir radiações luminosas, emite também 
                            radiações magnéticas e radioelétricas, 
                            sendo a intensidade delas medida pela energia que 
                            nos fornecem. A atividade solar tem grande influência 
                            em vários fenômenos terrestres, sendo 
                            a coroa solar a fonte das tempestades magnéticas, 
                            produzindo interferência nas radiocomunicações 
                            e nos ventos solares, que influem nos gases do espaço 
                            interplanetário. Apesar dos progressos da Astronomia, 
                            ainda não foi possível determinar todas 
                            as influências solares sobre os fenômenos 
                            terrestres. Através do Sol, os astrônomos 
                            poderão tirar outras conclusões a respeito 
                            das demais estrelas, que se supõe tenham comportamento 
                            análogo ao desse astro, cognominado “astro-rei”. 
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                    A 
                      energia solar 
                       
                      A quantidade de energia solar que atinge a Terra 
                      em dez dias é equivalente a todas as reservas de 
                      combustível conhecidas, além de ser uma fonte 
                      energética não poluente e renovável. 
                      A geração de energia elétrica tendo 
                      o sol como fonte pode ser obtida de forma direta, por meio 
                      de células fotovoltaicas (onde a irradiação 
                      solar é transformada em energia elétrica), 
                      geralmente feitas de silício, um dos elementos mais 
                      abundantes na crosta terrestre. Para obter energia de forma 
                      indireta, constroem-se usinas em áreas de grande 
                      insolação (áreas desérticas, 
                      por exemplo), onde são instaladas centenas de espelhos 
                      côncavos (coletores solares) direcionados para um 
                      determinado local, que pode ser uma tubulação 
                      de aço inoxidável, como ocorre no deserto 
                      de Mojave, maior central solar do mundo, na Califórnia 
                      (EUA), ou um compartimento contendo simplesmente ar, como 
                      ocorre em Israel, ou ainda utiliza-se painéis termoreceptores 
                      (possuem tubulação de metal sendo percorrida 
                      por água) para o aquecimento doméstico da 
                      água. Alguns poucos países utilizam bastante 
                      esse tipo de energia: em Israel, 70% das residências 
                      possuem coletores solares e na Indonésia milhares 
                      de casas são totalmente iluminadas por células 
                      fotovoltaicas. 
                       
                      Também alguns protótipos de carros movidos 
                      a energia solar já rodam no Japão, na Alemanha 
                      e nos Estados Unidos, mas somente como experimentos a serem 
                      aperfeiçoados. A energia solar é a solução 
                      ideal para áreas afastadas e que ainda não 
                      possuem eletricidade, especialmente num país como 
                      o Brasil, onde se encontram bons índices de insolação 
                      em qualquer parte do território, pois o Sol, trabalhando 
                      como um imenso reator à fusão, irradia na 
                      Terra todos os dias um potencial energético extremamente 
                      elevado e incomparável a qualquer outro sistema de 
                      energia, sendo fonte básica e indispensável 
                      para praticamente todas as fontes energéticas utilizadas 
                      pelo homem. Infelizmente o governo, pelo menos por enquanto, 
                      acha uma alternativa muito cara e inviável. 
                    
                       
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                            Os raios solares que chegam até nosso planeta 
                            representam uma quantidade fantástica de energia. 
                            Calcula-se que eles poderiam produzir um total de 
                            energia elétrica com cerca de 2000 vezes maior 
                            que toda a produção mundial em 1995 
                            (de usinas nucleares, termelétricas e hidrelétricas). 
                            E isso levando em conta apenas a insolação 
                            recebida pelas partes emersas da superfície 
                            terrestre: os continentes e as ilhas.  
                             
                            O problema consiste em descobrir como aproveitar essa 
                            energia de forma econômica e como armazená-la 
                            (construção de “baterias solares”). 
                            Atualmente, ela é utilizada em aquecimento 
                            de água e de interiores de prédios, 
                            mas ainda de maneira irrisória na maioria dos 
                            países. Também é usada na indústria 
                            eletrônica, em calculadoras pequenas, por exemplo. 
                            | 
                       
                       
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                    Voltar 
                    Energia 
                      solar reduz o uso de agrotóxicos 
                    
                       
                        A solarização, 
                            uma técnica relativamente simples, desenvolvida 
                            nos anos 70 por pesquisadores israelenses, pode reduzir 
                            o uso de venenos na horticultura, além de melhorar 
                            a qualidade das verduras e legumes. Consiste na colocação 
                            de um filme plástico transparente sobre o solo 
                            úmido por aproximadamente 60 dias durante a 
                            época mais quente do ano.  | 
                       
                       
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                        |   O 
                            aumento da temperatura desinfesta o solo e reduz a 
                            população de patógenos, pragas 
                            e plantas daninhas. Pesquisadores do Instituto Biológico, 
                            da Embrapa-Meio Ambiente, do Instituto Agronômico 
                            e da Esalq-USP realizaram durante três safras 
                            um experimento de solarização em uma 
                            propriedade de Mogi das Cruzes (SP). 
                             
                            “Outra vantagem que constatamos foi a redução 
                            de 8 a 11 dias no ciclo da cultura, que é o 
                            tempo entre o plantio e a colheita”, diz a pesquisadora 
                            Flávia Patrício, do Instituto Biológico. 
                            A pesquisa também comparou o teor de nutrientes 
                            das alfaces colhidas em áreas solarizadas e 
                            não-solarizadas. 
                             
                            Houve aumento de cobre e de manganês nas plantas 
                            cultivadas nas parcelas solarizadas. “A alface fica 
                            mais bonita e uniforme”, diz o produtor Mário 
                            Okuyama. Depois de utilizar a técnica em três 
                            safras, Okuyama está convencido dos benefícios 
                            da solarização. “O controle do mato 
                            e de algumas pragas e bactérias do solo é 
                            assustador”, diz. 
                             
                            Ele reclama, porém, do preço do plástico, 
                            que impede a utilização da técnica 
                            em escala comercial. “Não serve qualquer tipo 
                            de filme. É preciso cobrir o solo com um plástico 
                            especial. E o preço ainda é elevado. 
                            Para um canteiro de 600 m² gasta-se em média 
                            R$ 180”, diz o produtor. 
                             
                            Okuyama espera que a divulgação da técnica 
                            possa atrair mais adeptos, aumentando a demanda por 
                            plástico. Com isso, as empresas poderiam expandir 
                            a produção e reduzir o preço. 
                             
                            Além da alface, os pesquisadores conduziram 
                            experimentos em culturas de morango e de cenoura. 
                            Os resultados obtidos também foram positivos.  | 
                       
                       
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                    Voltar 
                    Espelho 
                      gigante dá poder à energia solar 
                       
                      Para a maioria das pessoas, a energia solar parece 
                      ser uma eterna promessa. Mas para David Faiman, da Universidade 
                      Bem-Gurion do Negev, em Israel, ela pode ser mais barata 
                      que a proveniente dos combustíveis fósseis 
                      agora, não no futuro remoto. 
                       
                      Os cientistas trabalham há décadas em meios 
                      de obter painéis de captação da energia 
                      solar mais eficientes. Enquanto os sucessos nesse sentido 
                      continuam andando a passo de tartaruga, Faiman resolveu 
                      pegar um atalho. Se não há como melhorar o 
                      painel, pensou, que tal melhorar o Sol? 
                       
                      Ampliar a quantidade de energia que o Sol fornece pode até 
                      parecer uma luta de Davi contra Golias, mas David garante 
                      que não passa de uma brincadeira de criança. 
                      Aliás, boa parte delas já fez isso em algum 
                      ponto de suas vidas – usando uma lupa sob o Sol para queimar 
                      folhas ou formiguinhas indefesas. 
                       
                      O processo envolvido na tortura das formiguinhas é 
                      o mesmo que ele quer usar para viabilizar economicamente 
                      a energia solar. Só que, em vez de lupa, ele pretende 
                      usar um enorme espelho côncavo sob um painel solar. 
                       
                      O espelho direcionado para o Sol, coletaria toda a luz e 
                      a apontaria para a placa conversora de energia.  
                    
                       
                        |   | 
                       
                       
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                        |   A 
                            idéia é tão simples que nem é 
                            dele. “A idéia é muito mais velha. Provavelmente 
                            vem dos anos 70 ou 80”, diz. “Minha contribuição 
                            é perceber que, se os espelhos são bem 
                            grandes, a eletricidade pode ser barata o bastante 
                            para competir com os combustíveis fósseis.” 
                            Faiman já montou um espelho de cerca de 20 
                            metros de diâmetro em um centro de pesquisa 
                            na universidade, no deserto de Negev, e está 
                            pronto para realizar os experimentos que podem confirmar 
                            suas contas. 
                             
                            “Estamos procurando uma companhia interessada em comercializar 
                            o sistema quando a parte de pesquisa e desenvolvimento 
                            estiver concluída”, diz. 
                             
                            Segundo Faiman, há duas boas razões 
                            para usar espelhos em conjunto com painéis 
                            fotovoltáicos. 
                             
                            “A menor delas é que você ganha espaço, 
                            porque as células funcionam com muito mais 
                            eficiência sob luz concentrada”, diz. “Em vez 
                            de 400 m² de espelhos, você precisaria 
                            de 800 m² de painéis para ter o mesmo 
                            rendimento.” 
                             
                            “Mas a grande vantagem seria econômica: 800 
                            m² de células custariam cinco vezes mais 
                            que um espelho de 400 m² com uma célula 
                            de 1 m².” 
                             
                            Pelas contas do físico, o sistema pode de fato 
                            se tornar competitivo. “Com os custos do espelho na 
                            conta, podemos calcular o custo do kWh [quilowatt/hora] 
                            em US$ 0,07. No caso de energia vinda de combustíveis 
                            fósseis, o custo médio é de US$ 
                            0,10 por kWh”, diz. 
                             
                            As estimativas dele são feitas com base no 
                            escaldante sol do deserto de Negev. Lá, um 
                            painel de 1 m², construído com US$ 700, 
                            produziria 190 kWh a cada ano, energia que valeria 
                            US$ 19 anuais, pelo atual preço de mercado 
                            (US$ 0,10 por kWh). O tempo de retorno do investimento 
                            seria de 37 anos.  | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                     
                    
                       
                          
                           
                            
                               
                                Reprodução/Pixabay  | 
                               
                               
                                  | 
                               
                             
                            | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                        Já 
                            com um painel de 1 m² sobre um espelho de 400 
                            m², gastando US$ 100 mil, a produção 
                            energética subiria para 150.000 kWh anuais 
                            – valendo US$ 15 mil. O retorno viria em apenas sete 
                            anos. 
                             
                            Enquanto muitos cientistas estão à espera 
                            do amadurecimento da tecnologia, buscando painéis 
                            orgânicos mais baratos, Faiman acha que já 
                            está na hora de transformar a promessa em realidade. 
                            “Só é preciso investimento. A tecnologia 
                            já é boa o bastante.”  | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                        | 
                           | 
                       
                       
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                    Tecnologia 
                      nacional custa menos que a importância  
                    
                       
                        O doutor em engenharia 
                            pelo Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica 
                            de Madri e professor da PUC-RS (Pontifícia 
                            Universidade Católica do Rio Grande do Sul) 
                            Adriano Moehlecke, 37, recebeu das mãos do 
                            presidente Fernando Henrique Cardoso, o 18º Prêmio 
                            Jovem Cientista. O projeto de Moehlecke estabelece 
                            a produção eficaz e barata de energia 
                            elétrica a partir de células solares. 
                             
                             
                            Ou seja, trata-se de uma técnica que poderá 
                            ajudar o país a evitar novos problemas de racionamento 
                            energético. 
                             
                            Moehlecke já foi procurado pela Secretaria 
                            de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul 
                            para desenvolver um consórcio com empresas 
                            privadas para fabricar equipamentos que transformem 
                            energia solar em energia elétrica. Os equipamentos 
                            para esse tipo de conversão, no Brasil, são 
                            importados e de alto custo. 
                             
                            “Otimizamos o processo. A célula que desenvolvemos 
                            tem 17% de eficiência e seu custo é de 
                            cerca 70% inferior ao atual no Brasil”, afirma, ressaltando 
                            que a economia deverá ser ainda maior com o 
                            crescimento da produção.  
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                        FONTE 
                            COMPLEMENTAR... 
                            De acordo com Moehlecke, sua tecnologia ajudaria a 
                            complementar a matriz energética brasileira, 
                            composta em sua maior parte de energia hidrelétrica 
                            – sensível a variações no regime 
                            de chuvas. “Quando há seca, há vantagens 
                            econômicas, há o fato de que a energia 
                            solar é limpa.” 
                             
                            Na PUC-RS, Moehlecke está montando, segundo 
                            ele, o primeiro laboratório de prototipagem 
                            de células solares. A inauguração 
                            será em dezembro. 
                            O projeto tem o apoio da Secretaria de Minas, Energia 
                            e Comunicações do Rio Grande do Sul, 
                            no governo de Olívio Dutra (PT). 
                             
                            O cientista premiado por FHC se diz esperançoso 
                            no interesse do governo de Luiz Inácio Lula 
                            da Silva (PT). A secretária da pasta no Estado, 
                            Dilma Roussef, deixou a função para 
                            integrar a equipe de transição do governo 
                            federal, justamente nessa área. 
                             
                            O prêmio ao jovem cientista é iniciativa 
                            da Gerdau, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento 
                            Científico e Tecnológico), da Eletrobrás/Procel 
                            e da Fundação Roberto Marinho.  | 
                       
                       
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                    Energia 
                      solar é a melhor solução para regiões 
                      isoladas 
                    
                       
                        Na década 
                            de setenta, com a crise do petróleo, a energia 
                            solar chegou a ser vista como a panacéia capaz 
                            de solucionar todos os problemas energéticos 
                            da humanidade. Hoje, ninguém mais acredita 
                            nisso, mas os especialistas são unânimes 
                            em afirmar que a obtenção de energia 
                            através de células fotovoltaicas (também 
                            conhecida como células solares) é a 
                            melhor solução para locais isolados 
                            com consumo pequeno, aonde não vale a pena 
                            estender os cabos da rede elétrica convencional. 
                            As aplicações vão desde o bombeamento 
                            de água até a alimentação 
                            de equipamentos de telecomunicação. 
                             
                             
                            Um estudo realizado por um grupo constituído 
                            pelo Ministério das Minas e Energia, do qual 
                            participaram, entre outras instituições, 
                            A Petrobras e a Eletrobrás, comparou a energia 
                            solar com a obtida por geradores a diesel e com a 
                            fornecida pela rede elétrica convencional em 
                            diferentes situações. Os resultados 
                            mostram que a energia solar e, em vários casos, 
                            a opção mais econômica, como conta 
                            Bruno Topel, diretor-presidente da Heliodinâmica, 
                            empresa a fabricar fotovoltaicas no Brasil. 
                             
                             
                            FUNCIONAMENTO... 
                            A célula fotovoltaica é um disco de 
                            silício com o tamanho de um pires e espessura 
                            da ordem de décimos de milímetro. Iluminada 
                            por uma fonte de luz qualquer, ele fornece energia 
                            elétrica através de dois pequenos fios. 
                             
                             
                            Em geral, algumas dezenas de células são 
                            ligadas em série, formando um painel solar. 
                            Um sistema completo inclui uma bateria, para armazenamento 
                            da energia que será utilizada à noite. 
                             
                             
                            Com um único painel, é possível 
                            captar energia suficiente para alimentar uma lâmpada 
                            fluorescente de 15 watts (equivalente a uma incandescente 
                            de 40 watts) durante seis horas por dia, ou um pequeno 
                            TV a cores durante a cinco horas. 
                             
                            Um conjunto com vários painéis permite 
                            alimentar lâmpadas mais potentes, bombas para 
                            água, ou mesmo um pequeno refrigerador. É 
                            o que acontece no posto de saúde de Marujá, 
                            localizado na ilha do Cardoso (litoral sul de São 
                            Paulo), que possui um refrigerador (usado para guardar 
                            vacinas e medicamentos), três luminárias 
                            com lâmpadas fluorescentes e um radiotelefone, 
                            tudo alimentado por painéis solares.   | 
                       
                       
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                                Reprodução/Pixabay  | 
                               
                               
                                  | 
                               
                             
                            | 
                       
                       
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                         MODULARIDADE... 
                            Duas características importantes da energia 
                            fotovoltaica são a modularidade e a ampla gama 
                            de potência em que poder ser obtida. Ela serve 
                            tanto para alimentar um relógio de pulso ou 
                            calculadora quanto para, através de uma grande 
                            central fotovoltaica, fornecer eletricidade a uma 
                            cidade inteira. 
                             
                            No campo das centrais de lata potência, as experiências 
                            de maior porte estão no oeste norte-americano. 
                            A maior central fotovoltaica do mundo funciona na 
                            Califórnia (EUA), com uma potência de 
                            1 megawatt (1 milhão de watts). Para localidades 
                            isoladas, no Brasil, a solução pode 
                            estar no uso combinado de várias fontes de 
                            energia. Em Fernando de Noronha, por exemplo, os especialistas 
                            advogam a implantação de um sistema 
                            que combine energia eólica com energia solar. 
                             
                            Em julho de 1987, o Ministério das Minas e 
                            Energia lançou o Programa Nacional de Energia 
                            Solar – Pró-solar, com o objetivo de incrementar 
                            o uso da energia solar no país. Na ocasião, 
                            foi formado um grupo de trabalho, encarregado de fazer 
                            um alevantamento da situação de energia 
                            solar no Brasil e elaborar um plano diretor para a 
                            execução do Pró-solar. Desse 
                            grupo fazem parte universidades, empresas públicas 
                            e privadas.  
                          EXPORTAÇÃO... 
                            Esse programa é, na oposição 
                            de Topel e de Fernando Fonseca, pesquisador do Laboratório 
                            de Microeletrônica da USP (LME), um possível 
                            caminho para que o Brasil passe a dar à energia 
                            solar a import6ancia que ela merece. “A insolação 
                            (quantidade de luz solar que chega à superfície) 
                            do Brasil é uma das maiores do mundo. Países 
                            como Japão e Itália, com menos insolação, 
                            investem mais que o Brasil em energia solar”, diz 
                            Fonseca. 
                             
                            Bruno Topel também reclama da pouca seriedade 
                            com que a energia solar é tratada no Brasil: 
                            “Se a Heliodinâmica pertencesse a um país 
                            desenvolvido estaria muito à frente”. Mesmo 
                            assim, ele alimenta grandes esperanças: “Em 
                            cinco anos, podemos nos tornar a número um 
                            no mundo em painéis solares.” 
                             
                            Enquanto isso, a Heliodinâmica investe na produção 
                            de lâminas de silício para microeletrônica 
                            e para células fotovoltaicas, além de 
                            exportar para Índia, Argentina e outros países.  | 
                       
                     
                    Voltar 
                    A 
                      célula fotovoltaica e a energia elétrica 
                    
                       
                        As células 
                            solares transforma a energia solar em elétrica 
                            através de um efeito fotoelétrico interno 
                            denominado fotovoltaico. Foi Becquerel, em 1893, quem 
                            descobriu este fenômeno com um dispositivo de 
                            selênio, mas por causa do baixo rendimento que 
                            ele obteve, só foi ressaltado o aspecto físico 
                            da prova. A primeira célula solar capaz de 
                            produzir energia elétrica com certa eficiência 
                            foi feita em 1954 com silício monocristalino. 
                             
                            As células solares consistem em uma folha de 
                            um material semicondutor (cuja condutividade elétrica 
                            situa-se dos condutores metálicos e a dos isolantes) 
                            de lata pureza. Estes materiais têm seu elétrons 
                            de valência (elétrons da última 
                            camada) ligados aos átomos com energias muito 
                            semelhante às dos fótons que constituem 
                            a luz solar. 
                             
                            Quando esta incide sobre o semicondutor, seus fótons 
                            rompem as ligações e os elétrons 
                            de valência ficam livres para circular por ele. 
                             
                            A estrutura de uma célula convencional é 
                            formada por uma barra cristalina de silíco, 
                            “dopado” (adicionado) com bório, que se corta 
                            em discos de uma espessura aproximada de 0,3 mm. A 
                            superfície de cima é “dopada” com fósforo, 
                            criando no silício duas zonas. Para recolher 
                            a corrente, se colocam dois contatos de metal, um 
                            na parte anterior e um na posterior. 
                             
                            A reflexão da luz na superfície da célula 
                            afeta a sua absorção, reduzindo o rendimento 
                            da célula, que só absorve de 60 a 70% 
                            da incidente. O problema se resolve depositando camadas 
                            finas de materiais antirreflexivos (geralmente vidro) 
                            que emitem alcançar absorções 
                            de 90%.  
                             
                            As células solares são montadas e conectadas 
                            a módulos ou painéis solares para sua 
                            utilização. 
                             
                            As células de silício são as 
                            mais antigas e têm a vantagem de utilizar um 
                            material estável e abundante. Depois do oxigênio, 
                            o silício é o material mais abundante 
                            na crosta terrestre. As rochas e a areia de quartzo 
                            que se usam normalmente para sua extração 
                            são baratas e de fácil manipulação. 
                             
                            Existem muitos estudos e linhas de trabalho visando 
                            reduzir o custo da eletricidade fotovoltaica (proveniente 
                            das células solares), aumentando sua rentabilidade 
                            a fim de torná-la mais competitiva em relação 
                            a outras fontes de energia. As investigações 
                            realizadas com este objetivo vão basicamente 
                            em duas direções:   | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                          
                           | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                        1º) 
                            Substituindo o silício monocristalino por outros 
                            materiais de maior rendimento e/ou menor custo em 
                            seu processamento, como as células fabricadas 
                            com arsênio de gálio, sulfato de cádmio 
                            ou com silício policristalino ou amorfo. 2º) 
                            Reduzindo a superfície total ou o número 
                            de células solares de silício monocristalino 
                            utilizadas graças ao emprego de concentradores 
                            de radiação solar. 
                             
                            CONCENTRAÇÃO... 
                            Os sistemas de concentração são 
                            constituídos por um sistema refletor ou refrator 
                            ou uma combinação de ambos, e permitem 
                            manter os raios solares focados nas células 
                            solares. Eles querem um sistema de observação 
                            de controle. Concentram somente a radiação 
                            solar direta, enquanto que a radiação 
                            difusa se perde, sendo inconvenientes para os climas 
                            chuvosos. Os concentradores mais usuais são 
                            os espelhos e as células solares de concentração. 
                             
                            Na maioria das aplicações fotovoltaicas, 
                            para que esta energia seja rentável e para 
                            sua utilização em horas de baixa e nula 
                            insolação é necessária 
                            a acumulação de uma parte da energia 
                            gerada pelos painéis solares. 
                             
                            As aplicações fotovoltaicas podem ser 
                            classificadas em autônomas ou não, se 
                            coexistem com outras fontes de energia. As primeiras 
                            são as mais freqüentes. 
                             
                            Nestas, existe consumo de energia também à 
                            noite e em dias de menos calor, o que obriga a instalação 
                            de uma unidade de acumulação de energia. 
                            Os geradores   | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                        | 
                           | 
                       
                       
                        |   | 
                       
                       
                         fotovoltaicos 
                            se compõem de um painel (conversor), baterias 
                            (acumulador) e o regulador (sistema eletrônico). 
                            Quase todas as aplicações atuais operam 
                            com painéis planos sem concentração, 
                            são fixas ou permitem realizar um número 
                            reduzido de ajustes periódicos de inclinação. 
                             
                            Em 1974 se iniciou a utilização terrestre 
                            dos painéis, anteriormente só usados 
                            em série para conseguir uma maior potência. 
                            Sua vida média está em torno de vinte 
                            anos, a partir dos quais seu rendimento baixa progressivamente. 
                            Muitos fatores ambientais podem afetar o seu rendimento, 
                            por isso, antes de serem vendidos, são submetidos 
                            a provas que testam sua resistência.  | 
                       
                     
                    Voltar 
                    Energia: 
                      o futuro é solar! 
                    O chuveiro elétrico 
                      está presente em quase todas as residências 
                      paulistas. E o banho quente diário representa 35% 
                      do total consumido pelo setor doméstico e 7% do consumo 
                      global de energia elétrica do Estado. Foi pensando 
                      nessa alta demanda energética para o prolongado e 
                      relaxante banho quente dos paulistas que técnicos 
                      da Agência para Aplicação de Energia, 
                      órgão da Administração Unificada 
                      da Energia de São Paulo, (Eletropaulo, Cesp, CPFL 
                      e Comgás), elaboraram uma proposta de financiamento 
                      de coletores solares para famílias com renda mensal 
                      acima de dez salários mínimos. 
                       
                      O físico José Goldemberg considera bem mais 
                      econômico para o Estado subsidiar a aplicação 
                      de energia solar, como forma de reduzir parcialmente a demanda 
                      energética no setor doméstico; do que investir 
                      na construção de novas usinas hidrelétricas. 
                       
                       
                      O potencial solar de São Paulo é considerado 
                      extremamente satisfatório. A execução 
                      da região litorânea, que apresenta nebulosidade 
                      e altos índices pluviométricos, o potencial 
                      de insolação em todo o Estado é da 
                      ordem de 1.825 kWh por m²/ano, ou seja, quase 4kWh 
                      por m²/dia. Três placas solares de dois metros 
                      cada uma são suficientes para abastecer de água 
                      quente uma família de cinco pessoas. Confeccionadas 
                      com materiais caros (vidro, cobre e alumínio), cada 
                      uma dessas placas coletam cerca de 10 a 15 kW por dia 
                      Além de ter modificado a rotina de milhões 
                      de brasileiros por conta do risco do apagão, a crise 
                      energética que estouro no início de 2001 trouxe 
                      também a ameaça de que uma nova usina nuclear 
                      fosse construída em Angra dos Reis (RJ) e motivou 
                      o governo a apresentar um plano de construção 
                      de usinas movidas à carvão mineral. 
                       
                      Ambas as propostas são ambientalmente incorretas 
                      e, mas grave, não resolvem o problema. Em primeiro 
                      lugar, estas alternativas não combatem as causas 
                      reais da crise energética. Apesar de o governo ter 
                      atribuído a crise à falta de investimentos 
                      na geração e na transmissão de energia, 
                      a verdade é que, por trás dela, esconde-se 
                      uma crise muito maior: o esgotamento dos recursos hídricos. 
                      A falta d’água se deve à fatores como desmatamentos, 
                      destruição de nascentes de rios e impermeabilização 
                      do solo, entre outros. 
                       
                      Por outro lado, as termelétricas não representam 
                      uma solução de longo prazo, já que 
                      dependem de combustíveis fósseis como o gás 
                      natural, o carvão e o petróleo – principais 
                      responsáveis pelas mudanças climáticas 
                      que vêm desestabilizando o planeta. E é de 
                      conhecimento público que o programa nuclear brasileiro, 
                      além de apresentar graves riscos ao meio ambiente 
                      e à saúde humana, não é uma 
                      solução para a questão de fornecimento 
                      de energia do País. 
                       
                      O Greenpeace propõe que os esforços governamentais 
                      sejam direcionados para reduzir o desperdício de 
                      eletricidade, através da promoção de 
                      equipamentos mais eficientes em todos os setores, e para 
                      a implementação de todos os projetos de fontes 
                      renováveis de energia cuja viabilidade já 
                      esteja demonstrada. Alguns exemplos são a substituição 
                      de chuveiros elétricos por aquecimento solar da água, 
                      a construção de fazendas eólicas (geração 
                      de energia a partir do vento), a geração de 
                      eletricidade com o uso de biomassa, pequenas centrais hidroelétricas 
                      (PCHs) e programas de co-geração de energia. 
                       
                      Está na hora de fazer um plano de desenvolvimento 
                      energético que possa atravessar o próximo 
                      decênio e seja ambientalmente sustentável: 
                      economia de energia e energias renováveis. O futuro 
                      é solar! 
                    Voltar 
                    Área 
                      rural descobre as aplicações da energia solar 
                    O Sítio Duas Cachoeiras, 
                      em Amparo (SP), tem relevo acidentado e uma horta orgânica, 
                      cultivada em estufa, na parte mais baixa do terreno de 21 
                      hectares. Seu proprietário, o agricultor Guaraci 
                      Maria Diniz Júnior, aproveita ao máximo a 
                      topografia montanhosa para levar água para a horta 
                      por gravidade. 
                       
                      Pega a água da nascente, lá em cima , e a 
                      transporta morro abaixo de mangueiras. Nem sempre, porém, 
                      há água em quantidade suficiente na nascente 
                      – ainda mais agora, em tempos de El Niño. O jeito 
                      foi construir um açude ao lado da estufa. 
                     BOMBA DE IRRIGAÇÃO... 
                      O problema passou a ser, em seguida, como bombear a água 
                      do açude para a horta. Guaraci é agricultor 
                      orgânico e não queria utilizar bombas movidas 
                      a óleo diesel. A energia elétrica para acionar 
                      a bomba, significaria um investimento absurdo, pois da rede 
                      principal até a horta seriam mais de 500 metros de 
                      fiação e posteamento, cujo dinheiro de instalação 
                      teria de sair do bolso do próprio Guaraci. 
                       
                      A solução, no final, foi condizente com o 
                      pensamento ecológico de Guaraci. Um painel solar, 
                      com 110x30 centímetros , no qual foram investidos 
                      R$ 70 e uma bomba de irrigação própria 
                      para ser movida por energia solar, que custou R$ 200, garantem, 
                      agora, a irrigação diária da horta. 
                    
                       
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                            CÉLULAS FOTOVOLTAICAS... 
                            O painel, composto de por células fotovoltaicas 
                            de silício que transforma luz do solar em energia, 
                            tem custo só de instalação. A 
                            manutenção do painel, cuja a estrutura 
                            é de alumínio e não enferruja, 
                            é quase desnecessária.  
                             
                            “Basta passar um pano de vez em quando para tira o 
                            pó do painel”, ensina Guaraci. Segundo o empresário 
                            Luiz Carlos Berto sócio da empresa especializada 
                            na instalação desses painéis, 
                            “a garantia de instalação desses painéis 
                            é de 25 anos”.Guaraci colocou o painel ao lado 
                            da horta, há cerca de um ano. Há outro 
                            painel na casa de Guaraci, que fornece energia para 
                            as lâmpadas e para a televisão. 
                             
                            “Nós sofríamos bastante por aqui com 
                            a falta constante energia”, conta o agricultor. “Agora 
                            sem luz nós não ficamos mais.” 
                             
                            A luz solar captada durante o dia pelo painel é 
                            transformada em energia e armazenada em uma bateria 
                            automotiva comum, de 12 volts. Assim, é possível 
                            utilizar durante a noite essa energia armazenada, 
                            quando os painéis solares estão inativos. 
                             
                          
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                            REDE ELÉTRICA É MUITO CARA EM ALGUNS 
                            CASOS... 
                            O uso da energia solar apara acionar da bomba de irrigação 
                            foi a saída mais econômica no sítio 
                            de Guaraci. Se a energia elétrica, que é 
                            gerada na região, pela Companhia Paulista de 
                            Força e Luz (CPFL), fosse de fácil acesso 
                            o agricultor dispensaria o uso da energia solar. 
                           
                          “O problema é 
                            que nós temos de pagar a instalação 
                            dos postes e da fiação da linha transmissora 
                            para a porta do sítio”, explica. Depois os 
                            sitiantes cotizam-se para cuidar da manutenção 
                            das linhas”, continua. 
                             
                            “Como no campo tudo é distante, e há 
                            poucos moradores para se cotizarem, a linha acaba 
                            ficando cara”, completa Guaraci, que puxou a fiação 
                            apenas até sua casa e outras dependências 
                            importantes do sítio.  
                             
                            A instalação dos painéis fotovoltaicos 
                            ao lado da horta resolveu o problema. A bomba de irrigação, 
                            de 12 volts, é própria para a energia 
                            solar e, com capacidade para bombear 500 litros por 
                            hora, suficiente para irrigar a horta de Guaraci. 
                             
                            “Outra grande vantagem é que agora tenho disponível 
                            uma fonte inesgotável e gratuita de energia”, 
                            orgulha-se Guaraci.Segundo Berto, fabricante dos painéis, 
                            a bomba pode ser colocada diretamente na água. 
                            “Isso elimina uma etapa do bombeamento”, explica. 
                            “Ou seja, a bomba já puxa a água da 
                            própria água e transporta daí 
                            para a mangueira que vai irrigar a horta.” 
                          ECOWATT LEVA LUZ 
                            A ÁREAS DISTANTES... 
                            Em determinados lugares do País, a energia 
                            elétrica jamais chegará. Principalmente 
                            em áreas de proteção ambiental 
                            e estações ecológicas, nos quais 
                            é proibida a instalação de torres 
                            de transmissão que é inviável 
                            interligar as comunidades à rede principal. 
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                        Por 
                            isso a Companhia Energética de São Paulo 
                            (Cesp) lançou o Ecowatt, um programa que pretende 
                            levar alguns dos confortos da vida moderna, como luz 
                            elétrica e televisão, para essas comunidades 
                            no Estado. A solução encontrada foi 
                            a energia solar.   | 
                       
                     
                     
                     
                       
                        PAINÉIS 
                            ENERGIZAM CERCAS... 
                            O uso de energia solar no campo é bastante 
                            diversificado. Na pecuária, por exemplo, é 
                            possível utilizar painéis fotovoltaicos 
                            para gerar energia em cercas elétricas. Na 
                            Fazenda Icatu, em Amparo (SP), o método Voisin 
                            – de rodízio de pastagens – e a cerca elétrica 
                            acionada por energia solar complementam-se de maneira 
                            exemplar. 
                             
                            Na propriedade de 600 hectares, pertencente ao criador 
                            Luís Eduardo Pinto Lima, são mantidas 
                            450 cabeças de gado nelore. Destas 256 forma 
                            confinada nos inverno e o restante engorda em regime 
                            de semi-confinamento, no pasto dividido em piquetes 
                            limitados pela cerca elétrica.  
                             
                            “É bem mais fácil trabalhar com a cerca 
                            elétrica”, diz o funcionário da fazenda, 
                            Rodrigo Antonio Carlos Amaral.  
                             
                            Ele explica que, cada vez que tem de mudar a cerca 
                            de lugar, a fim de abrir piquetes que tem capim novo 
                            para o gado e fechar aqueles cujo pasto já 
                            se esgotou, o pequeno painel solar que energiza a 
                            cerca é movimentado também, sem grande 
                            trabalho.  | 
                       
                       
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                        INTERRUPTOR... 
                            Para energizar a cerca, Amaral mostra, logo abaixo 
                            do painel, um interruptor. Basta acioná-lo 
                            para que o painel comece a transformar a luz solar 
                            em energia. 
                             
                             
                            POUCO TEMPO... 
                            O painel fotovoltaico recebe a luz do sol e a transforma 
                            em corrente elétrica contínua de 12 
                            volts. Uma bateria comum, de caminhão, de 12 
                            volts, armazena a eletricidade.   | 
                       
                       
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                            Em seguida, um aparelho chamado inversor converte 
                            a corrente continua em corrente alternada, de 110 
                            ou 120 voltas. 
                             
                            A partir daí, é possível acionar, 
                            além de bomba de irrigação e 
                            cercas elétricas, lâmpadas, televisores, 
                            rádios e outros eletrodomésticos, desde 
                            que não fiquem muito tempo ligados. 
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