Entenda
como funciona o Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Iniciativa
foi lançada durante a COP30, em Belém
08/11/2025 – AGÊNCIA
BRASIL – Brasília - A sigla TFFF vem de Tropical
Forest Forever Facility, batizado em português de
Fundo Florestas Tropicais Para Sempre. Trata-se de um modelo
de financiamento que vai combinar investimento público
e privado e prevê que os recursos sejam repassados
a países com florestas tropicais que trabalhem pela
preservação dessas áreas.
Entre eles estão:
• Brasil,
• Colômbia,
• Peru,
• Indonésia,
• República Democrática do Congo e
• Gana.
Na prática, países que conseguirem recuperar
e manter suas florestas de pé serão recompensados
financeiramente por esse esforço. Eles só
receberão os valores após verificação
por imagens de satélite que confirmem níveis
de desmatamento abaixo de limites pré-definidos.
Da mesma forma, haverá
deduções para cada hectare desmatado ou degradado.
A lógica do TFFF é a de que as florestas tropicais
regulam o clima global, fornecem água doce e abrigam
uma biodiversidade valiosa que impacta a vida de todos ao
redor do planeta e a própria sobrevivência
da humanidade - e geram benefício não apenas
para o território em que se encontram.
Por isso, a ideia é
que os países que trabalham pela preservação
sejam recompensados financeiramente, uma vez que os benefícios
da floresta em pé são usufruídos por
todo o planeta.
Reprodução/Bruno
Peres/ABR
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O TFFF já está
em funcionamento?
A ideia foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em 2023, na COP 28 em Dubai, e passa a funcionar
neste ano, a partir do lançamento oficial durante
a Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP30), que acontece
em Belém.
O Brasil fez o primeiro aporte de US$ 1 bilhão para
o fundo durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York,
em setembro. O TFF está movimentando os debates da
Cúpula do Clima, em Belém, evento que reúne
chefes de Estado e governos e precede os debates oficiais
COP30.
Quem já doou para
o TFFF?
Além do aporte inicial de US$ 1 bilhão anunciado
pelo Brasil, em setembro, outros países anunciaram
investimentos durante a Cúpula do Clima, em Belém:
• Noruega - US$ 3 bilhões
• Indonésia - US$ 1 bilhão
• França - US$ 500 milhões
Dessa forma, até
esta data, o TFF já totaliza mais de US$ 5 bilhões.
O fundo já conta com o apoio de cinco países
com florestas tropicais (Colômbia, Gana, República
Democrática do Congo, Indonésia e Malásia),
além de outros potenciais investidores como Alemanha,
Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
Como ele funciona?
O TFFF se diferencia dos modelos tradicionais como os fundos
que são alimentados por doações. Isso
porque ele paga por resultados, em vez de financiar projetos
e recompensar florestas em pé.
Além disso, prevê
um protagonismo das populações indígenas
e povos e comunidades tradicionais, que desempenham papel
direto na proteção das florestas. O mecanismo
propõe destinar pelo menos 20% dos pagamentos nacionais
a essas populações.
Quanto será investido
no TFFF?
A proposta é que sejam captados, durante a COP30,
US$ 25 bilhões por países investidores. Espera-se
que o aporte seja um atrativo para alavancar o capital da
iniciativa privada e, com isso, reunir US$ 125 bilhões
a serem investidos na conservação das florestas
tropicais.
De acordo com o Ministério
de Meio Ambiente (MMA), o objetivo é mobilizar cerca
de US$ 4 bilhões por ano, a serem distribuídos
entre os países com florestas tropicais. Esse valor
representa, segundo o governo, de três a quatro vezes
os orçamentos discricionários dos ministérios
do Meio Ambiente dos principais países florestais.
Por isso, a avaliação
é de que o TFFF pode ter um impacto transformador
sobre as políticas nacionais de conservação
florestal.
Sobre a COP 30
A COP 30 (30ª Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas) realizada
em 2025, na cidade de Belém, no estado do Pará,
marca a primeira vez que o evento acontece na Amazônia.
Essa conferência reúne líderes mundiais,
cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil
para discutir e negociar ações globais voltadas
ao combate das mudanças climáticas. O encontro
é especialmente simbólico por ocorrer em uma
região que desempenha papel crucial na regulação
do clima do planeta, já que a Floresta Amazônica
é um dos maiores sumidouros de carbono do mundo.
A realização da COP 30 no Brasil representa
uma oportunidade para o país mostrar seu compromisso
com a preservação ambiental, a transição
energética e o desenvolvimento sustentável,
além de dar voz aos povos da floresta e às
comunidades locais que vivem os impactos diretos da crise
climática.
Da Agência Brasil
Fotos: Reprodução/Bruno Peres/Agência
Brasil