Levantamento
indica que COP30 tem 1.600 lobistas de combustíveis
fósseis
Cerca
de 600 tem acesso ao centro de negociações
14/11/2025 – A COP30,
realizada no Brasil, registrou a maior presença de
lobistas de combustíveis fósseis na história
das conferências climáticas, segundo relatório
da Global Citizen. Mais de 1.600 representantes do setor
tiveram acesso às negociações, de acordo
com a coalizão Kick Big Polluters Out (KBPO), que
reúne cerca de 450 ONGs. Isso significa que cerca
de 1 a cada 25 participantes da COP30 é ligado à
indústria de petróleo, gás ou carvão.
Lobistas são executivos
contratados por empresas ou setores econômicos para
influenciar decisões governamentais ou negociações,
como as da COP30. O relatório divulgado mostra que,
na conferência em Belém, o número de
lobistas de combustíveis fósseis supera o
de quase todas as delegações nacionais —
apenas o Brasil enviou mais participantes. Além disso,
sua presença representa um aumento de 12% em relação
à COP do ano anterior, realizada em Baku, no Azerbaijão.
O relatório destaca
que associações comerciais continuam a exercer
forte influência em favor dos combustíveis
fósseis. A IETA, por exemplo, levou 60 representantes,
entre eles delegados de grandes petrolíferas como
ExxonMobil, BP e TotalEnergies. Além disso, 599 lobistas
presentes na COP30 têm acesso direto ao centro das
negociações, onde circulam autoridades de
alto nível, incluindo diplomatas, ministros e presidentes.
Segundo a KBPO, vários
países do Norte Global levaram representantes da
indústria de combustíveis fósseis em
suas delegações oficiais para a COP30. A França
trouxe 22 delegados do setor, incluindo cinco da TotalEnergies
e seu CEO; o Japão contou com 33 lobistas ligados
a empresas como Mitsubishi Heavy Industries e Osaka Gas;
e a Noruega incluiu 17 representantes, entre eles executivos
da Equinor. Embora o número total de participantes
do setor seja menor do que nas COPs anteriores, a proporção
de lobistas aumentou e chega agora a quase 1 para cada 25
delegados presentes em Belém.
Representantes de organizações
da sociedade civil criticam a COP30 por não implementar
medidas básicas, como impedir a presença de
grandes poluidoras em uma conferência voltada justamente
para enfrentar a crise climática que elas ajudaram
a causar.
Sobre a COP 30
A COP 30 (30ª Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas) realizada
em 2025, na cidade de Belém, no estado do Pará,
marca a primeira vez que o evento acontece na Amazônia.
Essa conferência reúne líderes mundiais,
cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil
para discutir e negociar ações globais voltadas
ao combate das mudanças climáticas. O encontro
é especialmente simbólico por ocorrer em uma
região que desempenha papel crucial na regulação
do clima do planeta, já que a Floresta Amazônica
é um dos maiores sumidouros de carbono do mundo.
A realização da COP 30 no Brasil representa
uma oportunidade para o país mostrar seu compromisso
com a preservação ambiental, a transição
energética e o desenvolvimento sustentável,
além de dar voz aos povos da floresta e às
comunidades locais que vivem os impactos diretos da crise
climática.
Da Redação,
com informações de agência de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay