Guterres
apela por transição energética justa
e cobra resultado da COP
Para
chefe da ONU, vontade política precisa acompanhar
economia
22/11/2025 – LUCIANO
NASCIMENTO - ENVIADO ESPECIAL – Belém - O secretário-geral
da Organização das Nações Unidas
(ONU), António Guterres, fez um apelo para que os
países impulsionem a transição energética
para fontes renováveis. Nesta sexta-feira (21), Guterres
disse que a vontade política precisa acompanhar as
decisões na economia para uma transição
justa. Ele também cobrou que a 30ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP30), em Belém, apresente resultados.
“Precisamos impulsionar
rapidamente a transição justa para as energias
renováveis. No ano passado, 90% da nova capacidade
de geração de energia veio de fontes renováveis.
A economia está do nosso lado. Mas a vontade política
precisa acompanhar. As políticas e os orçamentos
devem estar alinhados para que todos os países possam
fazer uma transição energética justa”,
escreveu o secretário-geral da ONU em uma rede social.
Mais cedo, ao cobrar resultados
da COP30, que está na reta final, Guterres destacou
que o mundo está acompanhando a conferência
e já ouviu "desculpas suficientes".
“O mundo está acompanhando a conferência
climática #COP30 e se perguntando: Quanto mais teremos
que sofrer? Eles já ouviram desculpas suficientes.
Eles exigem resultados.”
Prevista para terminar nesta sexta-feira, a COP30 pode ser
prorrogada para que as negociações alcancem
o necessário consenso em torno das pautas climáticas
em debate.
Durante a manhã, o presidente do evento, André
Corrêa do Lago, convocou os países a chegarem
a um consenso pelo bem comum do planeta.
Corrêa do Lago disse
que o momento é de cooperação internacional
e que os países não devem pensar os resultados
da COP em termos de vitória ou derrota.
“Sabemos o quanto há de obstáculos para
colocar palavras em prática e como é muito
difícil chegar a consensos. Mas nós nunca
podemos esquecer que o mesmo consenso que às vezes
nos exaspera – analistas, delegados, tantas pessoas
– fortalece este regime. Temos que mostrar que esta
é a COP em que consenso é força”,
disse o embaixador.
Reprodução/Bruno
Peres/ABR
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“Não podemos
nos dividir no contexto do Acordo de Paris. Temos aqui a
percepção de divisão que vem de vários
negociadores da convenção. Essa noção
de divisão nós tentamos reduzir durante esta
negociação, com transparência e soluções
verdadeiras que vêm das delegações”,
complementou.
Mais cedo, o secretariado
da Convenção do Clima (UNFCCC, na sigla em
inglês) publicou uma nova versão do rascunho
do Pacote de Belém, com um anexo que traz uma lista
de indicadores para a Meta Global de Adaptação
(GGA, na sigla em inglês).
Nas modificações feitas em relação
à versão anterior do documento, as organizações
sociais apontam avanços, mas ainda criticam a ausência
de decisões sobre o distanciamento dos combustíveis
fósseis.
Sobre a COP 30
A COP 30 (30ª Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas) realizada
em 2025, na cidade de Belém, no estado do Pará,
marca a primeira vez que o evento acontece na Amazônia.
Essa conferência reúne líderes mundiais,
cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil
para discutir e negociar ações globais voltadas
ao combate das mudanças climáticas. O encontro
é especialmente simbólico por ocorrer em uma
região que desempenha papel crucial na regulação
do clima do planeta, já que a Floresta Amazônica
é um dos maiores sumidouros de carbono do mundo.
A realização da COP 30 no Brasil representa
uma oportunidade para o país mostrar seu compromisso
com a preservação ambiental, a transição
energética e o desenvolvimento sustentável,
além de dar voz aos povos da floresta e às
comunidades locais que vivem os impactos diretos da crise
climática.
Da Agência Brasil
Fotos: Reprodução/Bruno Peres/Agência
Brasil