Governo 
                      quer flexibilizar leis ambientais para acelerar obras 
                      Flexibilização pode significar anular procedimentos 
                      legais 
                    O 
                      governo prepara um pacote de flexibilização, 
                      com uma série de decretos e regulamentos para o licenciamento 
                      de rodovias, petróleo, portos, linhas de transmissão 
                      de energia elétrica e hidrovias. As ferrovias e a 
                      mineração serão flexibilizadas na segunda 
                      etapa e as hidrelétricas ficaram de fora, segundo 
                      fontes do governo. O chamado “choque da gestão 
                      ambiental” será implementado depois do carnaval 
                      com o intuito de ‘acelerar’ obras de infraestrutura 
                      do pré-sal.  
                    
                    Nesse 
                      pacote existirão regras específicas para cada 
                      tipo de obra e não uma regra única para todos, 
                      como ocorre hoje em dia, evitando assim atrasos como na 
                      linha de transmissão das hidrelétricas do 
                      rio Madeira. Izabella Teixeira, ministra, afirmou que "Não 
                      é diminuir exigências, é rever quais 
                      informações são relevantes para o licenciamento". 
                       
                      Essas medidas já vinham sendo articuladas desde o 
                      governo Lula e no ano passado foi publicada uma instrução 
                      normativa facilitando a implantação de termoelétricas. 
                      O documento assinado pela ministra Izabel Teixeira desfaz 
                      as exigências do seu antecessor, Carlos Minc, onde 
                      as termoelétricas eram obrigadas a plantar árvores 
                      para compensar 100% das suas emissões de carbono. 
                       
                       
                      Uma das mudanças ocorre na duplicação 
                      de rodovias, onde não será mais necessário 
                      o licenciamento ambiental, bastará apenas a autorização 
                      do órgão ambiental. A outra mudança 
                      está relacionada à exploração 
                      do petróleo, onde haverá uma redução 
                      nas licenças exigidas, já que hoje são 
                      necessárias três autorizações 
                      (licença prévia, licença de instalação 
                      e licença de operação) para cada fase 
                      da atividade (sísmica, prospecção, 
                      produção e descomissionamento), totalizando 
                      doze licenças. 
                       
                      Um especialista do setor explicou que o fato de fixar uma 
                      sonda para testes num poço é considerado exploração 
                      de petróleo e pode causar os mesmos tipos de impactos 
                      e acidentes que a exploração comercial, por 
                      isso as licenças acabam se tornando redundantes. 
                       
                       
                      Já no caso das linhas de transmissão, há 
                      a possibilidade de isenção de inventários 
                      de biodiversidade. Hoje em dia, linhões que passam 
                      por áreas pobres em fauna e flora receberão 
                      o mesmo tratamento das que passam em áreas ricas 
                      em fauna e flora da Amazônia, isso acaba atrasando 
                      as obras e dobrando seu valor real, já que é 
                      necessário que se acione as térmicas enquanto 
                      as hidrelétricas não entram em operação. 
                       
                      O setor elétrico deverá bancar um programa 
                      de pesquisa em biodiversidade para ser executado pelo Ministério 
                      do Meio Ambiente, em troca dessa aceleração. 
                    Em 
                      suma, as notícias para o meio ambiente não 
                      devem ser boas. Vamos aguardar o país começar 
                      a funcionar de verdade após o carnaval. 
                    Da 
                      Redação 
                      Com informações da Folha de São Paulo 
                       
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