Pesquisadores
debatem políticas públicas e aquecimento global
Evento reúne cientistas do Brasil e da França
23/05/2011
- Na última semana, um representante da Agência
Ambiental Pick-upau participou do evento “Políticas
Públicas, Mudanças Climáticas e Impactos
sobre Áreas Frágeis” promovido pelos
grupos de Pesquisa, Políticas Públicas, Territorialidades
e Sociedade e Ciências Ambientais do Instituto de
Estudos Avançados da USP. O seminário realizado
no Anfiteatro da História, FFLCH/USP, pretendia discutir
a inter-relação entre as alterações
climáticas na escala regional; seus reflexos em ecossistemas
vulneráveis e as políticas públicas
para adaptação aos impactos desses projetos.
De
acordo com a pesquisadora francesa, Dra. Anne-Elisabeth
Laques do Institut de Recherche pour le Développement,
que investiga em colaboração com o Brasil
a “Biodiversidade, espacialização e
avaliação de impactos de políticas
públicas”, o uso de imagens de satélite
ssociadas à levantamentos florísticos, possibilita
criar uma escala de valor para classificar o índice
de biodiversidade de uma área. A partir do uso desta
metodologia, de maneira rápida, a dinâmica
de uma paisagem pode ser avaliada em função
do clima e com isso há possibilidade de auxiliar
políticas públicas para proteção
de áreas mais frágeis.
Considerando
a criação de um modelo climático para
analisar o impacto da seca no verão no oeste da França,
o professor Dr. Vincent Dubreuil da Université de
Rennes - França, tenta verificar as implicações
do fenômeno na economia local. Embora ressaltando
que os efeitos e a área de abrangência da seca
sejam mais difíceis de determinar do que os da inundação
de uma maneira geral, seus estudos mostram o aumento de
dias quentes e a diminuição das chuvas no
verão, e embora a quantidade de chuvas no inverno
permaneça a mesma, tais fatores climáticos
têm causado queda na produção agrícola.
Outra
conferência, proferida pelo Prof. Dr. João
Lima Sant’Anna Neto, da UNESP/Presidente Prudente,
sobre eventos climáticos extremos e desastres sócio-ambientais
no litoral norte paulista, apresenta a análise de
uma série temporal desde 1900 que mostra uma diminuição
no número de passagens frontais e no número
de dias de chuva, embora a quantidade de chuva permaneça
a mesma nesta região, favorecendo acidentes. Na palestra
também foram discutidos o uso de imagens de satélite
e dados de estações metereológicas
para auxiliar na tomada de decisão do Plano PPDC
da Defesa Civil para situações de alerta à
população.
Mesmo
que ainda exista dúvida em relação
ao papel do homem no aquecimento global para muitos geógrafos,
o evento permitiu aos presentes conhecer algumas ferramentas
e metodologias para acompanhar o fenômeno. Considerando
que os pesquisadores fazem parte de um projeto em andamento
de colaboração entre a Universidade de São
Paulo e a Université Rennes (França), espera-se
que nos futuros seminários sejam destacadas as contribuições
destes estudos de forma mais aplicada na elaboração
de políticas públicas específicas.
Da
Redação
Direto do Seminário “Políticas Públicas,
Mudanças Climáticas e Impactos sobre Áreas
Frágeis”
