Reserva da Biosfera do Cinturão Verde completa 20 anos
Evento marca duas décadas da RBCV

13/06/2014 – Colapso do maior reservatório da Região Metropolitana de São Paulo, estiagem severa e aumento no ritmo de desmatamento da Mata Atlântica (24 mil hectares desmatados entre 2012 e 2013), põem em pauta as opções para sustentação da vida nas grandes cidades. Neste momento crítico, a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo - maior reserva da biosfera em contexto urbano do mundo, abrangendo 78 municípios - lança o "Serviços Ecossistêmicos e Bem-Estar Humano na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo".

SMS-SP/Reprodução

O documento avalia 11 serviços prestados pela natureza do Cinturão Verde, que garantem recursos vitais para 24 milhões de habitantes, e promovem uma economia que equivale a 18,4% do PIB, a exemplo da manutenção dos recursos hídricos regionais. Além de dados inéditos da pesquisa, integrando 70 pesquisadores e 35 instituições, com base na Avaliação Ecossistêmica do Milênio, a originalidade da Avaliação está em sua função como ferramenta para tomada de decisões e subsídio a políticas públicas.

"O diagnóstico é um documento de referência para governos, setor privado e terceiro setor do Cinturão Verde, apontando como garantir e recuperar esses serviços em escala regional", expressa a coordenadora da RBCV, Elaine Rodrigues. O lançamento acontece no próximo dia 9 de junho, no Horto Florestal de São Paulo, com a presença dos onze coordenadores de cada capítulo sobre os serviços ecossistêmicos, e anúncio do livro aprofundado sobre o tema, com edição prevista para dezembro de 2014.

É também o evento de comemoração dos 20 anos da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, criada como instrumento inovador ainda 1994 pela UNESCO, para unir a conservação ambiental ao bem-estar humano. "Apontou um modelo para o mundo, não mais enfocando áreas protegidas fechadas, mas a realidade do território, nascendo de um movimento popular legítimo, que mobilizou milhares de assinaturas contra a chamada Perimetral Norte, hoje traçado do Rodoanel", conta Rodrigo Braga Moraes Victor, diretor da Fundação Florestal de São Paulo.

Reprodução

As análises da Avaliação dividem-se em serviços de regulação (controle de erosão e inundações, qualidade do ar, sequestro de carbono e redução de GEEs, e regulação climática), suporte (biodiversidade), provisão (alimentos, produtos florestais, produtos bioquímicos, medicamentos e farmacêuticos, e regulação da água) e serviços culturais (culturas folclóricas, e lazer e turismo), além de um capítulo final orientando a tomada de decisão com base em dados da valoração econômica-ecológica dos ecossistemas.

No capítulo de provisão e regulação da água, revela-se, por exemplo, que a principal Bacia da RBCV, a do Alto Tietê, com uma população de 19 milhões de habitantes, tem a demanda mais crítica do Estado, pois seu consumo é mais do que o dobro de sua disponibilidade. Apesar da RBCV ainda possuir 40% de cobertura vegetal, a degradação impacta em crescente diminuição da disponibilidade hídrica e fatores de risco à saúde.

Sobre a Reserva da Biosfera
A Reserva da Biosfera é uma figura instituída pela UNESCO para abrigar uma rede de áreas, no globo, de relevante valor ambiental para a humanidade. Representa um forte compromisso do Governo local, perante seus cidadãos e a comunidade internacional que realizará os esforços e atos de gestão necessários para preservar essas áreas e estimular o Desenvolvimento Sustentável, dentro do espírito da solidariedade universal. Os Governos locais, espontaneamente, indicam as áreas que querem ver declaradas como Reserva da Biosfera e se dispõem a transformar sua vontade política em ações concretas para que o propósito seja alcançado. A Reserva da Biosfera não interfere na soberania e no princípio de autodeterminação, porque apenas referenda e reforça os instrumentos de proteção (códigos, leis) já consagrados a nível local.

Segundo os preceitos do Programa – MaB (Man and Biosphere - O Homem e a Biosfera) da UNESCO, o zoneamento das Reservas da Biosfera preconiza três categorias de zoneamento para o planejamento da ocupação e uso do solo e de seus recursos ambientais:

ZONAS NÚCLEO: Representam áreas significativas de ecossistemas específicos. No caso da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, estas áreas são em sua maioria compostas por Unidades de Conservação Estaduais, englobando principalmente remanescentes da Mata Atlântica e algumas áreas de Cerrado. A maior parte destas Zonas Núcleo está sob a administração direta do Instituto Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. As áreas foram assim estabelecidas: Parque Estadual Albert Löfgren, Parque Estadual da Cantareira, Parque do Jaraguá, Reserva Florestal do Morro Grande, Parque Estadual do Jurupará, Parque Estadual da Serra do Mar e Estação Ecológica de Itapeti.

ZONAS TAMPÃO: São constituídas pelas áreas subjacentes às Zonas Núcleo. Nestas áreas, todas as atividades desenvolvidas, sejam econômicas ou de qualquer outra natureza, devem se adequar às características de cada Zona Núcleo de forma a garantir uma total preservação dos ecossistemas envolvidos. As Zonas Tampão da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, abrigam outros espaços possuídos ou não pelo Estado, como Áreas de Proteção de Mananciais, Parque Nascente do Rio Tietê, Área Tombada da Serra do Japi, e inúmeras outras APAs-Áreas de Proteção Ambiental.

ZONAS DE TRANSIÇÃO: São constituídas pelas áreas externas às Zonas Tampão e permitem um uso mais intensivo, porém não destrutivo, do solo e seus recursos ambientais. São nestas áreas que os preceitos do Programa-MAB estimulam práticas voltadas para o Desenvolvimento Sustentável. A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo é atualmente coordenada pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Outras Reservas da biosfera estão sendo implantadas no Estado de São Paulo e no Brasil, como a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, que abrange 14 estados, e a Reserva da Biosfera do Cerrado de Brasília. O Instituto Florestal envidou todos esforços para ajudar a viabilizar também estas Reservas da Biosfera. O Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, por exemplo, é hoje também abrigado pelo Instituto Florestal na Casa das Reservas da Biosfera do Estado de São Paulo, viabilizada em Setembro de 1993 com auxílio financeiro do Governo Sueco, através da Rainha Silvia. Fonte: IF

Fonte: Instituto Florestal do Estado de São Paulo e da Revista Meio Ambiente Industrial
Fotos: SMA/Divulgação

 
 
 
 

 

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