PARQUE ESTADUAL
DA ILHA DO CARDOSO:
MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Março de 2001
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José
Jorge Neto/SMA
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Um
dos mais importantes criadouros de espécies
marinhas do Atlântico Sul, o Parque Estadual
da Ilha do Cardoso, integrado ao complexo estuarino
lagunar de Iguape-Cananéia-Ilha Comprida,
no litoral sul de São Paulo, têm merecido
especial atenção por parte da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, que lá desenvolve,
através do Instituto Florestal, um plano
modelo de Gestão Ambiental.
Elaborado com a participação direta
dos moradores tradicionais da Ilha, o plano de manejo,
criado em 1997, esta na segunda fase, que irá
detalhar as características da fauna e flora,
além de consolidar o zoneamento local, identificando
áreas restritas à população
e as que podem ser ocupadas pelas comunidades tradicionais
da Ilha. Para a implementação do Plano
e melhoria geral das condições do
Parque, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente recebeu
recursos iniciais da ordem de 1,5 milhão
de marcos alemães do Programa de Cooperação
Financeira Brasil-Alemanha, através de parceria
com o banco alemão KfW.
Os recursos são investidos na fiscalização
e proteção de toda a área de
floresta Atlântica no Estado de São
Paulo, o chamado PPMA - Projeto de Preservação
da Mata |
Atlântica.
Foram investidos mais de 40 milhões de marcos
neste amplo projeto de preservação
da Mata Atlântica e, até o final do
ano, serão repassados mais 10 milhões
para garantir o desenvolvimento dos Planos de Gestão
de todos os parques e estações ecológicas
em mais de 17 mil Km quadrados de área de
floresta. A garantia da liberação
desses recursos foi anunciada durante visita feita
em novembro pelo secretário estadual do Meio
Ambiente, Ricardo Tripoli, à Ilha do Cardoso,
acompanhado de um representante do banco de investimentos
alemão. Com recursos do KfW foram comprados
equipamentos de energia solar, barcos, rádio-comunicação,
informática, reformas dos edifícios
abandonados e capacitação de pessoal,
que estão possibilitando melhor atendimento
aos visitantes e pesquisadores e a implantação
e consolidação de ações
de apoio ao ecoturismo, fiscalização
e manejo do parque. |
A
mistura de arte com natureza pode ser observada
também no Museu Botânico, com seus
vitrais em estilo "art noveau" e paredes
de alto relevo retratando plantas da flora brasileira.
Este museu apresenta os vários ecossistemas
encontrados no Estado, uma coleção
de produtos extraídos de plantas, como fibras,
óleos, madeiras e sementes.
Outras atrações são os bosques
de pau-brasil e o de palmitos, a Alameda Von Martius,
com aléias de palmeiras imperiais, o portão
histórico da antiga Companhia de Águas
e Esgotos da Cidade de São Paulo, o túnel
de bambus, o castelinho das crianças e as
trilhas no meio da vegetação. |
José
Jorge Neto/SMA
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Santuário ecológico
São mais de 22 mil hectares de cenários
formados por costões rochosos, praias, braços
de mar, estuários, barras, lagunas, restingas,
mangues, rios, cachoeiras e montanhas cobertas de florestas.
Um conjunto de ecossistemas onde já foram catalogadas
quase mil espécies de plantas. Ambientes que são
refúgios para animais ameaçados de extinção
como os macacos bugio e mono-carvoeiro, a lontra, o papagaio-de-cara-roxa,
o veado-mateiro, o jacaré-de-papo-amarelo e outros.
Algumas espécies, como, por exemplo, o morcego
Lasiurus ebenus, descoberta pelos pesquisadores em 1994,
só existem em um lugar no Planeta: a Ilha do Cardoso.
Com uma população de 400 habitantes, moradores
tradicionais da Ilha, o Parque conta com uma base operacional
no Núcleo Perequê, com hospedaria para 72
pessoas, refeitório, centro de visitantes, auditório,
casas para pesquisadores e laboratórios. É
desse Núcleo Perequê,que os visitantes saem
para as trilhas do Poço das Antas, do Morro das
Almas, do Mangue, do Sambaqui, sempre acompanhados de
monitores.
A Vila de Marujá também é outra atração
turística. Possui 150 habitantes que sobrevivem
da pesca ou do turismo. De lá, o visitante pode
caminhar até as praias do Marujá, Enseada
da Baleia, Camboriú, Pontal do Leste e Ipanema.
Para quem gosta de cachoeiras, o visitante têm à
disposição a Cachoeira Grande, Camboriú,
Serra e Ipanema. Em algumas praias, vivem comunidades
tradicionais de pescadores, que oferecem pousada e refeições.
O marco de Tordesilhas
Uma atração à parte na Ilha do Cardoso
é visitar a réplica do marco do Tratado
de Tordesilhas, no Pontal da Praia de Itacurussá,
erguido no mesmo local aonde se encontrava o marco original,
hoje parte do acervo do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, no Rio de Janeiro. Segundo pesquisadores de
Cananéia, o marco do Tratado de Tordesilhas - que
representou a divisão das terras do Novo Mundo
entre Portugal e Espanha, firmado em 1494 - foi colocado
no Itacurussá por volta de 1501 e 1504 pela expedição
de Américo Vespúcio e Gaspar de Lemos, quando
lá estiveram para dar posse às terras portuguesas.
Permaneceu na Ilha até 1841, quando o ministro
do Império, o Barão de Capanema, o retirou
do Pontal do Itacurussá e o levou para o Museu
Imperial (RJ).
Os caminhos à Ilha
Rodovia Régis Bittencourt (BR 116) até Pariquera-Açu.
Estrada Pariquera-Cananéia (SP 226) até
a base de apoio do Parque na cidade de Cananéia,
Av. Prof. Wladimir Besnard s/n, bairro Morro São
João, de onde saem as embarcações
para a Ilha do Cardoso. As visitas podem ser feitas de
Segunda à Sexta-feira, das 8:00 às 16:50
hs. Escolas e grupos organizados podem agendar visitas
para sábados, domingos e feriados, pelo fone/fax:
(0XX13) 6851-1163 / 1108 . E-mail: peic@rgt.matrix.com.br
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente do
Estado de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Renato Alonso
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