COLETA SELETIVA: VOCÊ TAMBÉM PODE FAZER


Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Abril de 2001

Pedro Calado/SMA
Um trabalho de coleta seletiva conseguiu reduzir em 15% o problema do lixo em uma comunidade na Zona Leste de São Paulo. Na Zona Sul da Capital, com a participação de todos os moradores, um condomínio promove a coleta de materiais recicláveis, cuja venda é revertida para os funcionários e para as atividades da Associação de Pais e Amigos dos Excecpcionais - APAE.

Estes são os resultados do trabalho que a Coordenadoria de Educação Ambiental - CEAM, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, vem desenvolvendo desde 1985, procurando mostrar que um projeto de coleta seletiva pode ser desenvolvido por uma pessoa, evitando o acúmulo de lixo nas cidades promovendo a reutilização de materiais como papel, papelão, latas de alumínio, vidro, metais em geral e outros.
Segundo Maria do Rosário Fonseca, da CEAM, o projeto-piloto implantado na Cidade Tiradentes, na Zona Leste da Capital, deverá melhorar o seu desempenho em cerca de 35%, quando a comunidade dispuser de equipamentos mais adequados para a coleta, como uma prensa para compactar as garrafas de refrigerantes, conhecidas como pet.

Hoje, afirma Paulo Rogério dos Santos, um dos membros da Ação Comunitária Tiradentes, atuando há mais de um ano no projeto, esse trabalho é feito com os pés. "Estamos passando por grandes dificuldades, mas sabemos que em 2001 vamos conseguir superá-las", diz, com a esperança de poder até comprar um caminhão para transportar o lixo aliviando o trabalho de muita gente que leva a carga nas costas.

Maria das Graças dos Reis, conhecida como D. Graça, reforça a esperança de Rogério fazendo um apelo para as grandes empresas: "Quem tiver condições pode nos ajudar com doações para a compra de máquinas e de um caminhão velho. O trabalho da Ação Comunitária Tiradentes, além de ajudar a limpar a cidade, se preocupa também em educar os jovens adolescentes, tirando-os da marginalidade, e oferecendo-lhe uma ocupação." Esse trabalho começou quando as lideranças comunitárias da Cidade Tiradentes, preocupadas com o problema do lixo, procuraram a CEAM para desenvolver um trabalho de conscientização da população. Para isso montaram salas de estudos, um grupo de teatro e cadastraram 26 prédios para realizar a coleta de lixo, selecionando os vários tipos de resíduos.

A adesão foi grande, com muitos jovens ajudando na coleta seletiva. Todas as segundas e sextas-feiras, o lixo dos prédios cadastrados é recolhido e armazenado em um terreno, para venda posterior. Os recursos arrecadados são revertidos para a própria comunidade. Geladeira, fogões, roupas e brinquedos também são coletados, sendo destinados para doações.

Para Rosário, que se entusiasma com os resultados alcançados, a filosofia do projeto de coleta seletiva baseia-se no princípio conhecido como 3R: redução, reutilização e reciclagem. "Ao reduzir, explica, você estará evitando o desperdício, pois, se eu tenho tal produto, para que iria comprá-lo novamente? E, ao invés de jogar no lixo livros escolares, roupas ou eletrodomésticos, você poderia doá-los para quem precisa, fazendo assim a reutilização."

"A reciclagem, prossegue, transforma um material velho, cujo destino era o lixo, em um produto novo." E ela faz um alerta: "O consumo, hoje, é desenfreado. Por isso, é necessário fazer um trabalho constante de Educação Ambiental para reverter essa situação por meio de atividades como peças de teatro com bonecos feitos com sucatas de todo tipo."

Com essas atividades, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, por intermédio da CEAM, procura mostrar que todos são responsáveis pelo lixo produzido e pelo seu destino final. Não basta, simplesmente, colocar o lixo no saquinho e colocar na lixeira. "O problema não termina aí", afirma Rosário mostrando a importância dos projetos de coleta seletiva na preservação do meio ambiente, separando material aproveitável do não-aproveitável.

O lixo jogado no meio ambiente pode permanecer por um longo período sem se degradar. Uma lata de alumínio, por exemplo, leva mais de mil anos para desaparecer, o papel de três meses a vários anos e o jornal pode permanecer por décadas intacto.

Por causa da importância dessa atividade, a Secretaria do Meio Ambiente ampliou o projeto, tendo atendido a 1.818 interessados no ano passado. É o caso de um condomínio na Zona Sul da Capital, onde foi implantado o segundo projeto de coleta seletiva.
A Marion Burin e outras moradoras estavam preocupadas com a quantidade de lixo gerado no condomínio e, por isso, resolveram instalar coletores de lixo apropriados, para cada tipo de resíduo.

Isso acontece desde maio de 1998+. O material - jornais, revistas, papéis e papelões e latas de alumínio - é recolhido pelas funcionárias do prédio, que ficam com uma parte do dinheiro arrecadado. Outra parte é doada para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE.

"Tivemos muita sorte, pois o pessoal entendeu que deveria ser feito alguma coisa e até hoje funciona muito bem", afirma Marion, que está satisfeita com a aceitação do programa de coleta seletiva pela maioria dos moradores. "No começo foi muito difícil, fizemos palestras, mas poucas pessoas se interessaram. Pegamos o manual do projeto "Jogo limpo" e adaptamos para o nosso condomínio. Com o tempo as coisas foram melhorando", constata Marion.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS NA NATUREZA

MATERIAL
TEMPO
Lata de alumínio Mais de mil anos
Papel Três meses a vários anos
Restos orgânicos Dois meses a doze meses
Chiclete Cinco anos
Lata de aço Dez anos
Plástico Mais de cem anos
Madeira Seis meses
Vidro Mais de dez mil anos
Cigarro Mais de três meses


Fonte: SMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Priscilla Simoni Martini Sampaio

 
 
 
 

 

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