CD REGISTRA CULTURA DOS ÍNDIOS KAIOWÁ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) Brasil
Agosto de 2001

O grupo musical se compõe de 17 pessoas e costuma se apresentar a turistas há cerca de cinco anos. As letras das canções falam no prazer do aprendizado escolar, muitas vezes comparando crianças com passarinhos. “Chamamos o lugar onde se ensina as crianças de lugar dos pássaros”, diz uma das letras. “Quando as crianças são barulhentas, são barulhentas como os pássaros. Por isso quando ouvimos os barulhos das crianças, dizemos: os pássaros chegaram de novo”, diz outra, sobre a volta da escola. Na primeira faixa do disco, o cacique Getúlio recita uma mensagem explicando o sentido místico dos cantos e justifica a iniciativa como uma oportunidade de dizer a todos que “esses cânticos são do nosso Deus”. Ele também faz um apelo: “Estamos passando um pouco do nosso trabalho, da nossa língua, para vocês saberem que existe ainda o Kaiowá, para ensinar os povos aqui de cima da Terra que não esqueçam dos nossos irmãos...”.

A gravação foi feita numa “casa de reza” (Ogapysy) da Reserva Indígena de Dourados, distante 5 km da cidade de Dourados, MS, onde os Guarani Kaiowá dividem espaço com os Guarani Ñandeva e os Terena. Produzido com patrocínio da Campo Oeste Importação e Exportação Ltda e apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Desporto e Lazer do Mato Grosso do Sul, o disco, cuja tiragem inicial foi de 5000 exemplares, está sendo vendido na Reserva de Dourados por R$ 20,00. Os discos também estão sendo distribuídos a museus e organizações afins, e a escolas indígenas, acompanhados de impressos explicativos, para serem utilizados como material didático.

Vida de Kaiowá

Os Guarani Kaiowá vivem na Reserva Indígena de Dourados. Suas terras foram devastadas e a mata foi arrancada para dar lugar ao trigo e à soja, cultivados por arrendatários “brancos”.

Na Reserva de Dourados ocorre o maior número de suícidos entre índios no Brasil. A psicóloga Maria Aparecida da Costa Pereira (já falecida), que realizou investigação sobre o assunto para a Funai, em 1995, relata que os casos na aldeia de Dourados começaram em 1930, com uma ocorrência entre quatro e sete por ano, considerada dentro da normalidade. Cinquenta anos depois, foram registrados 19 suicídios e 31 tentativas, a maioria entre adolescentes, o que assustou os pesquisadores.

Em pronunciamento no Senado Federal em outubro de 1999, após visitar a Reserva, a Senadora Marina Silva (PT/AC) resumiu assim, as condições daquele povo: “Para além do sistema de crenças que envolve a problemática do suicídio para os Guarani Kaiowá, há um processo perverso de desapropriação completa da cultura, da condição de povo, da identidade sociocultural e, acima de tudo, de territórios de uma comunidade que ainda preserva sua língua e suas tradições religiosas, por um milagre de resistência daqueles que insistem em ter uma identidade”.

A Reserva de Dourados

Criado em 1925, o Posto Indígena de Dourados recebeu o título definitivo de propriedade em 26/10/1985, quando foi batizado oficialmente de Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa, embora seja conhecida como Reserva de Dourados. Com a criação, começou um processo sistemático de transferência da população guarani da região formada pelo vales dos rios Dourados e Brilhante, suas cabeceiras e afluentes. Os resultados foram a superpopulação, a sobreposição de aldeias e o choque de chefias, entre outros problemas. Tradicionalmente, os Guarani são agricultores e a roça de subsistência é a sua base econômica. A caça e a pesca, atividades secundárias mais importantes, também foram prejudicadas em virtude da rápida transformação do ecossistema em seu território. Hoje ali vivem cerca de 9000 índios, incluindo Guarani Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena.

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Suzana Soares)

 
 
 
 

 

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