SARNEY FILHO DEFENDE
ZEE PARA AMAZÔNIA
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Agosto de 2001
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O ministro do Meio Ambiente,
José Sarney Filho, afirmou ontem que o Zoneamento
Ecológico Econômico (ZEE) é o instrumento
mais indicado para definir a área de reserva legal
na Amazônia. "Entendemos que a União
deve viabilizar os recursos orçamentários
específicos nos próximos dois anos para
a conclusão do zoneamento nacional, cuja execução
deverá ficar a cargo do consórcio ZEE Brasil
em conjunto com os estados", destacou. A declaração
foi feita durante audiência pública conjunta
das comissões da Amazônia e Agricultura para
debater a Medida Provisória que altera o Código
Florestal.
Sarney Filho defendeu a proposta do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) para alteração
do Código Florestal, que fixa em 80% a extensão
de mata nativa a ser preservada nas propriedades rurais
situadas em áreas de Floresta Amazônica e
em 35% nas áreas de Cerrado na região. A
proposta prevê que, a partir da elaboração
do ZEE, determinadas áreas poderão ter uso
diferenciado, possibilitando a redução da
reserva legal. "A manutenção da reserva
legal nos níveis atuais representa uma opção
pública de orientar a produção na
Amazônia para a atividade florestal e outras iniciativas
econômicas sustentáveis em detrimento do
avanço da fronteira agrícola", disse
o ministro.
Ele explicou que, mesmo funcionando de forma desequilibrada,
o setor florestal responde por 500 mil empregos diretos
e indiretos na região amazônica e por 15%
do PIB em estados como o Pará, Mato Grosso e Rondônia.
"Acreditamos que, com o aprimoramento das técnicas
de manejo, além de garantirmos a conservação
da floresta, atenderemos suficientemente a grande parte
das demandas por crescimento econômico e desenvolvimento
social da região", afirmou.
Lembrou, ainda, a importância da Floresta Amazônica
na manutenção do equilíbrio climático
e do regime hídrico de 1/5 da água doce
do planeta. "Cada porção de área
desmatada significa menos chuvas na mata e até
sobre o Sul e o Sudeste do Brasil. Estimativas meteorológicas
indicam que cerca de 40% das chuvas que caem em São
Paulo resultam de evaporação da Amazônia
levada pelo vento", disse.
O ministro destacou um estudo do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), em que o valor econômico
da água no ecossistema amazônico é
estimado em cerca de R$ 17 bilhões por ano. "Isto
dá uma idéia do que podemos perder anualmente
com a redução das chuvas. Manter as chuvas,
a reserva de água e o potencial energético
são apenas alguns dos serviços prestados
pela floresta, sem sequer tocarmos na questão da
estocagem de biodiversidade", prosseguiu.
O desrespeito aos limites ambientais, segundo o ministro,
gerou na Amazônia uma área de 165 mil km2
de terras alteradas e abandonadas por seu uso inadequado
e pelo não aproveitamento de sua vocação
natural. "Nessas terras foi interrompido o ciclo
ecológico básico de água e de nutrientes
que lhes garantia a produção", destacou.
Fonte: MMA – Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa