ADIADA VOTAÇÃO
DO CÓDIGO FLORESTAL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2001
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Um pedido coletivo de
vistas adiou para hoje a votação, na Comissão
Mista do Congresso, do relatório sobre a Medida
Provisória que altera o Código Florestal.
O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho,
elogiou a atitude da bancada ambientalista de pedir o
adiamento da votação, destacando que isto
assegura mais tempo para que a questão seja discutida
pela sociedade. O líder do governo no Congresso,
deputado Artur Virgílio (PSDB-AM), compareceu à
reunião da Comissão reforçando a
decisão do governo de defender a manutenção
do texto da Medida Provisória. "Esta foi uma
posição firme do governo para qualificar
nossa decisão pela manutenção do
Código Florestal", afirmou Sarney Filho.
A posição do governo é contrária
à do deputado Moacyr Michelleto (PMDB-PR), relator
da MP na Comissão Mista , que propõe alterações
consideradas danosas ao meio ambiente. "O governo
defende a Medida Provisória que resultou de uma
ampla discussão com a sociedade sob a coordenação
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)",
disse o ministro.
Sarney Filho disse que o relatório de Michelleto
é um retrocesso que coloca em jogo toda a política
para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
"Não queremos a Amazônia engessada,
como eles dizem. O importante é darmos para a região
condições para que haja desenvolvimento
econômico e preservação ambiental",
disse o ministro.
Acompanhado de um grupo de representantes de entidades
ambientalistas, Sarney Filho visitou o presidente interino
do Congresso, deputado Efraim Morais (PFL-PB), que garantiu
não haver pressa para colocar em votação
o relatório sobre a MP.
Entre outros itens, o substitutivo do deputado Moacyr
Michelleto propõe a redução da área
da Reserva Legal no Cerrado amazônico de 35% para
20% e flexibiliza o desmatamento na Amazônia Legal
em até 80% da área de cada propriedade,
desde que o Zoneamento Ecológico Econômico
assim permita. A proposta do Conama fixa em 80% a extensão
de mata nativa a ser preservada nas propriedades rurais
situadas em área de Floresta Amazônica e
em 35% nas áreas de Cerrado na região.
Para Sarney Filho, o debate sobre o Código Florestal
precisa ter a participação de toda a sociedade
porque representa um importante passo em relação
ao futuro da maior floresta tropical do mundo. "Nossa
floresta tem um banco genético de valor incalculável",
destacou Sarney Filho. "A proposta do deputado Michelleto
tem vários aspectos contrários à
proposta do Conama e não corresponde ao que desejamos.
Entendemos que a MP, que é resultado da ampla discussão
com a sociedade, é muito mais apropriada",
concluiu.
Fonte: MMA – Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa