PESQUISADORES
VÃO AO LITORAL DO MARANHÃO ESTUDAR
AVES MIGRATÓRIAS
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Dezembro de 2001
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Pesquisadores ligados
ao Centro de Estudos Para a Conservação
das Aves Silvestres - Cemave/Ibama partem hoje para uma
expedição científica durante nove
dias nas Reentrâncias Maranhenses, no litoral do
Maranhão. O objetivo é monitorar aves migratórias
que se deslocam anualmente entre os hemisférios
norte e sul em busca de locais para a reprodução
e alimentação.
Excelentes indicadores de qualidade ambiental, espécies
de aves migratórias como maçaricos e batuíras
sofrem com a ameaça de extinção em
escala global. Além de possibilitar a coleta de
dados sobre as aves, a expedição servirá
para levantar propostas de ações de manejo
e conservação das Reentrâncias Maranhenses,
área de proteção ambiental conhecida
internacionalmente por sua importância para 23 espécies
de aves migratórias.
Os estudos que serão feitos durante a expedição
financiada pelo Ibama fazem parte de um projeto de cooperação
internacional que envolve ainda pesquisadores do Canadá,
Estados Unidos e Argentina. "Qualquer esforço
de conservação das aves migratórias
deve ser feito de modo integrado, em cooperação
com os países que compoõem a rota migratória",
diz a bióloga Inês de Lima S.do Nascimento,
coordenadora da expedição.
Ela explica que as aves utilizam uma rota que parte do
Ártico e vai até a Patagônia, incluindo
no percurso Chile e Brasil. Com a continuação
sistemática das pesquisas, é possível
diagnosticar qual é o estado de conservação
dos ecossistemas pelos quais elas passam.
Em alguns pontos de parada de aves, ao longo da rota migratória,
equipes de pesquisadores participam do esforço
cooperativo integrado por meio de rádio transmissores.
Dessa maneira, as aves podem ser acompanhadas durante
os deslocamentos. Coletam-se também dados biológicos
sobre mudanças de penas, hábitos alimentares
e material para análise e determinação
da presença de vírus e bactérias
que podem ser dispersas em âmbito hemisférico.
Em maio deste ano, uma das aves capturadas e marcadas
no Maranhão foi recapturada na baía de Delaware,
na costa oeste dos Estados Unidos, onze dias depois de
sua partida. "Além de nos informar sobre o
deslocamento das aves, os estudos nos levam a compreender
melhor as estratégias usadas por elas nas áreas
de alimentação e descanso. Esse trabalho
também possibilita o levantamento de informações
que vão respaldar os governos dos países
envolvidos na criação de áreas protegidas
que servem à fauna, à flora e, principalmente,
ao homem", afirma Inês de Lima.
Fonte: MMA – Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa