RESOLUÇÃO
DEFINE NOVO MODELO PARA REFLORESTAMENTO DE ÁREAS
DEGRADADAS EM SÃO PAULO
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2001
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O secretário estadual
do Meio Ambiente, Ricardo Tripoli, assinou hoje (21) uma
resolução - que será publicada amanhã
no Diário Oficial - determinando um novo modelo
de reflorestamento para ser aplicado na recuperação
de áreas degradadas no Estado de São Paulo.
Em estudos recentes, pesquisadores da Secretaria do Meio
Ambiente constataram que na maioria das áreas reflorestadas
são utilizadas menos de 30 espécies de árvores
(quase sempre as mesmas), sendo que dois terços
delas tem ciclo de vida entre 15 e 20 anos, o que têm
levado as "novas florestas" ao declínio
em um curto espaço de tempo. As árvores
estão literalmente morrendo.
Este novo modelo deve mudar os rumos dos reflorestamentos
com espécies nativas, que vem sendo efetuados nos
últimos 15 anos no Estado. Ele servirá de
base para projetos de compensação ambiental
geralmente estabelecidos em documentos oficiais como o
TAC - Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental, no licenciamento
de projetos através da análise de EIA/RIMA
ou PRADs - Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas, ou em determinações do Ministério
Público.
Para chegar a esta constatação, os pesquisadores
escolheram 61 áreas em recuperação
que passaram a ser observadas por um período de
seis meses. Do levantamento das 247 espécies utilizadas
nestas áreas, verificou-se que 54% (134 espécies)
foram pouco utilizadas (em apenas três projetos)
e, um pequeno número (15 espécies) apresentaram
uma freqüência de utilização
maior, acima de 50% dos projetos de reflorestamento.
É preciso lembrar que o que se faz hoje, e nossos
levantamentos em 61 áreas com recuperação
indicam isto, tem um vício muito perigoso que é
a produção e uso de poucas espécies
em quase todos os reflorestamentos efetuados no Estado,
ou seja, apesar da grande variação quanto
ao número de espécies plantadas por área,
a maioria utiliza menos de 30 espécies, muitas
vezes com a mesma composição. Isto tem provocado
uma baixa diversidade biológica, o que é
preocupante.
Outra observação importante feita pelos
pesquisadores é que, quando o desmatamento de um
único hectare retira da área no mínimo
100 espécies, a compensação ambiental
muitas vezes estabelecida pelo Poder Público não
chegar a ser satisfatória e eficaz. A perda de
um único hectare não pode ser compensado
nem por 10 hectares de reflorestamento como é normalmente
indicado. A extensão da área a ser reflorestada
teria que ser bem maior.
Um outro aspecto importante da resolução
é a determinação e incentivo que
a mesma oferece aos seus Institutos de pesquisa e órgãos
de licenciamento envolvendo a possibilidade de parcerias
com prefeituras, organizações não
governamentais (ONGs) e universidades. Além disso,
o cumprimento da resolução proporciona um
melhor acompanhamento dos órgãos de fiscalização
e licenciamento.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual de
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Reportagem: Renato Alonso