TRIPOLI PROPÕE
CRIAÇÃO DE “RANKING” DE INSTITUIÇÕES
NACIONAIS E INTERNACIONAIS QUE AJUDAM A DEFENDER
A MATA ATLÂNTICA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2001
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"Não
podemos continuar subalternos ou sentenciados eternamente
à condição de colônia extrativista
dos países mais ricos." Esta a opinião
do secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo
Tripoli, falando na quarta-feira (28/11) durante o seminário
"Quem Faz o que pela Mata Atlântica",
no SESC Vila Mariana, em São Paulo.
Para o secretário, a Mata Atlântica, em cujos
domínios vivem 80 milhões de pessoas, "é
uma biodiversidade inteiramente dependente da sorte da
sociodiversidade ou das oportunidades que nossa Nação
tem e terá de usufruir o tão decantado quanto
pouco praticado desenvolvimento sustentável".
O encontro, promovido pela Rede de ONGs da Mata Atlântica,
Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
Instituto Socioambiental e WWF-Brasil, contou com a presença,
entre outras, do ministro do Meio Ambiente, José
Sarney Filho, que anunciou a criação de
um grupo de trabalho para elaborar propostas de preservação
dos remanescentes e de recuperação de áreas
degradadas do ecossistema da Floresta Ombrófila
Mista no Estado de Santa Catarina. Anunciou, ainda, a
aprovação de um financiamento do KfW, instituição
do governo alemão, no valor de 32 milhões
de marcos para um programa na área da Mata Atlântica.
O seminário se encerra no dia 30 de novembro, debatendo
as ações dos fundos governamentais nacionais
e internacionais, bem como a contribuição
das empresas, em defesa da Mata Atlântica.
História
Ricardo Tripoli, que estava
representando o governador Geraldo Alckmin, lembrou em
sua palestra que as ações do governo vêm
mantendo "os nossos 1,73 milhão de hectares
de área recoberta de Mata Atlântica"
e ao mesmo tempo "dando continuidade ao ideário
que levou nosso Patriarca da Independência, José
Bonifácio de Andrada e Silva, a propor há
180 anos, em 1821, sua guarda e conservação
como prioridade e pré-requisito de liberdade democrática
para uma Nação que não queria mais
servir de colônia subalterna dos países mais
poderosos de então".
"Como todos sabem, prosseguiu, graças àquela
semente foi criado em 1890 o nosso Instituto Florestal
e, desde então, o Governo do Estado mantém
sob tutela uma rede de unidades de conservação
que abriga verdadeiros tesouros da biodiversidade planetária,
ou seja, da matéria-prima viva mais frágil
e preciosa que a evolução plasmou ao longo
das eras, até que uma ciência e tecnologia
capaz de clonar ou decodificar o milagre genético
da vida humana pudesse, como já pode e vai poder
ainda mais amanhã, transformar esses tesouros em
benefícios para nossa sociedade ou para a humanidade
como um todo."
Na opinião do secretário, não podemos
continuar escravizados pela pobreza ou pelas desigualdades
sócio-econômicas, "sofrendo retaliações
que aviltam o preço de nossa produção".
E propôs a criação de um "ranking"
internacional dos que contribuem para a preservação
da Mata Atlântica no âmbito econômico-financeiro,
fazendo uma avaliação dos esforços
de conservação, recuperação
e uso sustentável dos recursos naturais, contemplando
especialmente a dimensão humana.
Concluindo disse: "Vamos cerrar fileiras em torno
da igualdade como bandeira da Eco-2002, que vai se reunir
no ano que vem em Johannesburg, na África, nesse
mesmo ano de 2002 em que estaremos celebrando, em São
Paulo, o primeiro centenário do Dia da Árvore,
aqui celebrado em 1902 por Domingos de Moraes, Bernardino
de Campos, Theodoro Sampaio, Antônio Prado e outros
brasileiros que aqui plantaram a semente da conservação
ambiental como dever de cidadania, de amor ao que é
de todos e de apreço à liberdade."
Fonte: SMA – Secretaria Estadual de
Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa