DEPUTADOS DEFENDEM USINA DE BELO MONTE EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2002

Audiência Pública na Comissão de Minas e Energia sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte serviu apenas de palco para deputados defenderem a obra

Realizada na quarta-feira (10/04), teve como convidado o presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes. A ocasião foi utilizada para a defesa do projeto, sem que tivessem sido debatidas questões da sociedade civil sobre a viabilidade ambiental e econômica, entre outros pontos polêmicos da construção da usina.

Depois de sua exposição, José Antônio Muniz Lopes, presidente da Eletronorte, respondeu às perguntas e ouviu as exposições dos deputados Nicias Ribeiro (PSDB-PA), Antônio Feijão (PSDB-AP), Josué Bengtson (PTB-PA), Juquinha (PSDB-GO), Marcos Lima (PMDB-MG), Fernando Ferro (PT-PE) e Asdrubal Bentes (PMDB-PA), que presidia a audiência.

José Antônio Muniz Lopes destacou os "grandes" benefícios que a Usina Hidrelética de Belo Monte (UHBM), poderá trazer para a integração regional do país, assim como o baixo custo para sua construção, a produção de energia jamais desenvolvida por outra usina hidrelétrica e a geração de cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos no Pará. O presidente da Eletronorte repetiu várias vezes que nada seria construído em nenhuma terra indígena. Lopes disse também que a usina afetaria apenas a vazão do rio, o que seria compensado com a doação de terras aos índios.

Ele ressaltou que o projeto da usina está em andamento há 25 anos e que, "de repente", um procurador do Ministério Público (MP) se acha no direito de pedir a sua paralisação. A declaração recebeu apoio da maioria dos deputados presentes, que usaram expressões de crítica como "violência judiciária" e "autoritarismo sem justificativas".

Lopes defendeu ainda a competência da Fadesp (Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa), contratada para realizar o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Vale lembrar que o MP decidiu paralisar a obra porque não houve licitação para a contratação da Fadesp, que vem sendo acusada de estar envolvida em casos de fraude; a obra deve ser licenciada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e não pelo governo do Pará, já que o rio Xingu é interestadual; e os estudos de impacto ambiental devem examinar toda a bacia do Xingu e não apenas uma parte dela isoladamente.

Já o deputado Antônio Feijão atribuiu o "apagão" - racionamento de energia elétrica que vigorou no Brasil de junho de 2001 a fevereiro de 2002 - ao fato da índia Tuíra, da etnia Kayapó, ter encostado um facão no rosto de Muniz Lopes, então diretor da Eletronorte e hoje presidente da empresa, num gesto de advertência. O fato ocorreu durante o 1º Encontro das Nações Indígenas, em fevereiro de 1989, em Altamira (PA). O deputado afirmou também que os índios tiveram suas mentes manipuladas por um exagero ambiental e antropológico.

Todos os demais deputados, com exceção de Fernando Ferro, concordaram com o que havia sido dito. Ferro chamou a atenção para o absurdo de se responsabilizar a índia Tuíra pelo "apagão", destacando que ela, como todos os atores envolvidos, estava lutando por seus interesses e defendendo seus direitos. O deputado do PT criticou a comissão por ouvir apenas uma das partes e não todos os envolvidos na construção de Belo Monte, afirmou que a proposta da Eletronorte não era a mais adequada e defendeu a atitude do Ministério Público.

Os integrantes da Comissão de Minas e Energia pretendiam encaminhar um pedido ao ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para que reconsidere as ações contra Belo Monte.

As principais questões em relação à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, entretanto, continuam sem respostas:
- Belo Monte era apenas uma usina de um complexo previsto de cinco usinas no Rio Xingu. Por que hoje só se fala dela? O que aconteceu com todo o complexo?
- É viável economicamente?
- A quem se destina a energia que vai produzir?
- De que forma o volume de água será mantido constante nos períodos de estiagem, como afirma o presidente da Eletronorte, Muniz Lopes?

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Marília Silva de Oliveira)

 
 
 
 
 
 

 

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