FÓSFORO UTILIZADO EM DETERGENTES EM PÓ PREJUDICA QUALIDADE DE MANANCIAIS DE ÁGUA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2002

A utilização de fósforo em detergentes em pó, para neutralizar o cálcio e magnésio e melhorar a sua eficiência, está trazendo prejuízos à qualidade da água dos reservatórios no Estado de São Paulo. Esse elemento químico é o principal responsável pelo desenvolvimento de algas, algumas potencialmente tóxicas, que promovem alteração na qualidade da água.

As implicações ambientais do uso de fósforo em detergentes, além dos aspectos econômicos e de mercado, foram o centro das discussões realizadas hoje (30/4) no auditório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, durante o Workshop "Implicações Ambientais e Alternativas quanto ao Uso de Fósforo em Detergente em Pó". Promovido pela Câmara Ambiental das Atividades Produtivas da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, o objetivo do encontro é buscar um consenso com o setor produtivo, para reduzir os impactos dessa substância nos mananciais do Estado.

Dados recentes mostram que "86% dos rios e reservatórios no Estado de São Paulo apresentam situação bastante preocupante", informou o presidente da CETESB, Dráusio Barreto. A presença de fósforo em concentração acima dos níveis aceitáveis já atinge as represas como a Billings e, de maneira especial, a do Guarapiranga. "Nos sedimentos da Billings, por exemplo, atingem valores de até 5.000 mg/kg, concentração dez vezes superior à encontrada em ambientes aquáticos não comprometidos por esse nutriente", acrescentou.

Segundo José Eduardo Bevilacqua, químico responsável pela Divisão de Qualidade das Águas da CETESB, concentrações de fósforo acima dos padrões recomendados também foram encontradas nos reservatórios de Ponte Nova, de Pirapora do Bom Jesus e de Barra Bonita. "O fósforo, atualmente, é um dos principais problemas de poluição dos nossos mananciais", afirmou.

As fontes de fósforo nos esgotos são diversas. Mas a contribuição dos detergentes em pó (que utiliza principalmente o tripolifosfato de sódio, ou STPP) é significativa. O fósforo proveniente da dieta humana é estimada em 1,2 a 1,5 grama diário, perfazendo 3,0 g/hab/dia em decorrência do uso de detergentes em pó. Isso representa aumento que pode chegar a 125%, conforme pesquisas realizadas na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.
Segundo Dráusio Barreto, se considerarmos que 70% da população da Região Metropolitana de São Paulo, estimada em 19 milhões de habitantes, seja consumidora de detergentes em pó, "temos um acréscimo de fósforo da ordem de 25 toneladas diárias nos esgotos domésticos".

De acordo com a ABIPLA - Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins, que reúne 50 empresas, o setor movimentou US$ 4,3 bilhões em 2000. Somente o segmento de sabões e detergentes movimentou US$ 2,4 bilhões, oferecendo emprego direto para 15 mil trabalhadores.

Restrições

Alguns países já impõem pesadas restrições à presença de fósforo na composição de detergentes, chegando a ser proibida em alguns estados americanos. Na Europa, apenas 25% dos detergentes em pó contém fósforo na sua composição, e no Japão, somente 10%. No Canadá, o limite máximo permitido é de 2,2% em peso, enquanto no Brasil esse percentual é, em média, de 3,5%.

O uso do fósforo deve-se principalmente à sua capacidade de reação com elementos como cálcio e magnésio, que dificultam a ação surfactante dos detergentes. O cálcio e o magnésio são os responsáveis pela "dureza" da água que, no Estado de São Paulo, atinge valores entre 12 a 53 microgramas por litro, no caso de águas brutas. Segundo a SABESP, a dureza das águas tratadas na Região Metropolitana de São Paulo oscila em torno de 60 microgramas por litro. Já no Brasil, as águas brutas apresentam valores de dureza inferiores a 80 microgramas por litro, enquanto em países como Canadá, Estados Unidos, Alemanha e Japão esse valor é superior a 300 microgramas por litro.

 
 

Fonte: SMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso)

 
 
 
 
 
 

 

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