IBAMA NÃO DEFENDE O SACRIFÍCIO
DE LEÕES OU DE OUTROS ANIMAIS ABANDONADOS
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2002
O diretor de Fauna e Recursos
Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos
Santos, esclareceu na última segunda-feira,
9/9, que o Ibama não propõe e nem
defende a adoção de eutanásia
como solução para o problema dos leões
abandonados, mesmo com as dificuldades existentes
para a manutenção dos animais. “Buscaremos
soluções menos radicais e mais condizentes
com a ética que prevalece em relação
à fauna”, diz ele. A eutanásia, afirma
o diretor, só deve ser utilizada em casos
extremos e sempre com acompanhamento médico-veterinário.
De acordo com Anchieta, durante reunião ocorrida
no mês de maio em São Paulo- da qual
participaram o Ibama, representado pela diretoria
de Fauna e Recursos Pesqueiros, Ibama/SP, o Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação
de Predadores, a Sociedade de Zoológicos
do Brasil, a Sociedade Paulista dos Zoológicos,
a Associação brasileira de veterinários
de Animais Selvagens, a Associação
Pró-Carnívoros, o Comitê de
Felinos Brasileiros, o Comitê de Canídeos,
o Fórum Nacional de Proteção
e Bem Estar Animal e a ONG Arca Brasil- instituições
ligadas ao problema dos animais abandonados – houve
o entendimento geral de que todos trabalhariam em
conjunto em busca de alternativas para resolver
o problema dos animais que são abandonados
diariamente por circos ou por particulares que alegam
não ter meios de continuar a criá-los.
“É um problema da sociedade e a sociedade
deve encontrar junta uma saída” finaliza.
Na reunião de São Paulo, decidiu-se
que o Ibama manteria a proibição de
importação de novos animais exóticos
e estudaria a possibilidade de esterilização
dos animais abandonados para evitar a procriação
indesejada. O destino final dos animais entregues
aos cuidados do Ibama será decidido com a
ajuda inclusive da Câmara Técnica Federal
de Fauna, que tem representantes de todos os segmentos
da sociedade envolvidos com a questão dos
animais silvestres.