PROJETO DA FUNDAÇÃO FLORESTAL COM CAIÇARAS DE CANANÉIA GANHA PRÊMIO DE US$ 30 MIL NA RIO +10

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2002

O Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostra do Mangue do Estuário de Cananéia, desenvolvido pela Fundação Florestal, órgão vinculado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, foi contemplado com o Prêmio Iniciativa Equatorial, no valor de US$ 30 mil. O anúncio foi feito na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, em Johannesburgo, na África do Sul.

O prêmio, instituído pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, com o apoio do governo canadense e entidades ambientalistas como a The Nature Conservancy - TNC, tem a finalidade de destacar ações bem-sucedidas de desenvolvimento sustentável e de combate à pobreza nos países cortados pela linha do Equador.

O projeto da Fundação Florestal envolveu comunidades caiçaras e quilombolas, organizando-as para constituir a Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia - COOPEROSTRA.

Desta maneira, os atuais 48 cooperados passaram de simples coletores de ostras do manguezal de Cananéia a produtores qualificados que desenvolvem uma atividade sustentável, obtendo uma melhor remuneração pelo seu trabalho.

Dos 420 projetos inscritos por 77 países, o trabalho da Fundação Florestal encontrava-se entre os 27 selecionados para a escolha que seria feita no decorrer da Rio+10. Os outros trabalhos brasileiros classificados foram Associação Viva Verde da Amazônia - AVIVE, Bolsa Amazônia e Couro Vegetal da Amazônia.

Estava previsto que, dos 27 finalistas, seriam seis para receber os prêmios de US$ 30 mil oferecidos pela Iniciativa Equatorial. O projeto AVIVE, da cidade de Silves, no Amazonas, foi um dos contemplados, mas na cerimônia de entrega a TNC comunicou que o prêmio seria estendido para todos os 27 finalistas.

O presidente da COOPEROSTRA, Francisco de Sales Coutinho, esteve em Johannesburgo a convite dos organizadores, juntamente com a coordenadora do projeto, Wanda Maldonado, socióloga da Fundação Florestal, que informou que os próprios cooperados decidirão, em assembléia, como os recursos serão aplicados para impulsionar as atividades da entidade.

A cooperativa, que já comercializa seus produtos no litoral paulista, deverá estender as vendas também aos restaurantes da capital.

Resultados

O primeiro resultado prático do projeto foi a organização da produção de ostras, o que permitiu eliminar atravessadores e aumentar a remuneração média dos 48 cooperados. Em conseqüência, ocorreu a diminuição do esforço de coleta e do risco de sobreexploração. Outro benefício foi a legalização fiscal, sanitária e ambiental da atividade, que até então era clandestina sem observar o defeso, período em que ocorre a reprodução das ostras, quando a captura é proibida.

A construção de uma estação depuradora, onde as ostras, após limpeza das conchas, são submersas em água esterilizada, possibilitou a certificação no Serviço de Inspeção Federal - SIF. O manejo também foi aperfeiçoado, resultando no aumento da produtividade e na redução do risco de esgotamento desse recurso natural.

Para isso, foram instalados 153 viveiros onde se aceleram o crescimento e a reprodução, garantindo a formação de estoques para a comercialização na entressafra. O manejo passou a ser feito com base em pesquisas, sobre a população da espécie e a capacidade máxima de captura, realizadas pelo Instituto de Pesca, órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento, que também atua na coordenação do projeto.

Além de gerar renda, o trabalho organiza a comunidade conscientizando-a da importância da preservação do manguezal, mostrando a necessidade de zelar pela integridade dos mangues, em cujas raízes-escoras se fixam as ostras.

Berçário do Atlântico

A ação de preservação do manguezal confere relevância ao projeto, ampliando a repercussão nos meios de comunicação, pois os manguezais do Litoral Sul paulista concorre decisivamente para a sustentabilidade da pesca oceânica em diversas regiões do planeta. Além de abrigar os moluscos coletados pelos cooperados, esse ecossistema proporciona alimento e proteção para diversas espécies de peixes e crustáceos marinhos, que procuram refúgio nesse ambiente durante a fase de reprodução ou crescimento, retornando posteriormente ao mar.
Num passado recente, a inexistência de alternativas ambientalmente sustentáveis favoreceu a destruição de extensas áreas de mangues na costa brasileira, que foram submetidas a desmatamentos, drenagens, aterros e poluição. Entre as áreas remanescentes no Estado de São Paulo, a maior e mais conservada situa-se no Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá, onde está inserido o projeto.

Essa região foi declarada Sítio do Patrimônio Mundial pela UNESCO e costuma ser chamada de "berçário do Atlântico" devido à sua importância como criadouro natural de muitas espécies marinhas.

Parcerias e vendas

Além da Fundação Florestal e do Instituto de Pesca, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, o Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostra do Mangue do Estuário de Cananéia conta com o apoio da entidade Gaia Ambiental; Ministério do Meio Ambiente, por meio dos projetos PED e PDA; Núcleo de Apoio à Pesquisa Sobre Populações em Áreas Úmidas no Brasil, vinculado à USP; Fundo Brasileiro para a Biodiversidade; Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria da Saúde; Fundação Botânica Margaret Mee; Prefeitura Municipal de Cananéia; Comissão Pastoral da Pesca; Visão Mundial; e Shell do Brasil.

 
 
Fonte: SMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa
 
 
 
 
 
 

 

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