EFEITOS DA RADIAÇÃO DE TELEFONIA CELULAR
PREOCUPAM OS MEMBROS DO CONSEMA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2002

Os efeitos da radiação eletromagnética emitida pelos sistemas de telefonia celular sobre a saúde humana foram um dos temas discutidos na reunião do CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente - na última quarta-feira (13/11). Estima-se que existam, no Estado de São Paulo, 14 mil estações radiobase de telefonia celular, cujas instalações são regulamentadas pela Lei 10.995, de 2001, cabendo a fiscalização à Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com essa lei, as antenas deverão estar, no mínimo, a 30 metros de distância da divisa do imóvel onde estiver instalada e sua potência não poderá ultrapassar 435 microwatts por centímetro quadrado.
Segundo a gerente do Setor de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, Nilda Fernícola, a Organização Mundial da Saúde, com base na bibliografia científica, concluiu que não há evidências de que a exposição a campos eletromagnéticos de baixo nível tenha conseqüências sobre a saúde. Recomenda, no entanto, a realização de novas pesquisas para aprofundar os conhecimentos sobre os efeitos biológicos das radiações.

Até pelo fato da agência americana FDA - Foods and Drugs Administration, que regula os setores de medicamentos e alimentação, ter manifestado recentemente não aceitar tal postura da OMS - a da falta de comprovação científica sobre os efeitos adversos que a exposição à radiação eletromagnética poderia causar - , ao enfatizar a necessidade de realização de novas pesquisas para se chegar a um diagnóstico mais confiável sobre a segurança na operação desses equipamentos.

O cientista Vitor Baranauskas, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, que defendeu maiores investimentos governamentais em pesquisas epidemiológicas sobre as radiações por ondas eletromagnéticas, disse que "as antenas radiobase estão proliferando nas cidades, sem qualquer critério paisagístico ou de engenharia".

Em contraponto, Everaldo Gomes Ferreira, gerente regional da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, afirmou que "somos bombardeados com radiações de todos os tipos e, até agora, não há estudos que confirmem danos à saúde das pessoas". Assegurou que a agência tem tomado todo o cuidado necessário estabelecendo limites de freqüência das ondas eletromagnéticas.

Riscos à saúde

O sistema de telefonia celular é responsável pela emissão de ondas eletromagnéticas de 10 MHz a 300 GHz. Alguns pesquisadores estabelecem uma correlação entre a exposição a esse tipo de radiação e o surgimento de alguns tipos de doenças, em especial o câncer, enquanto outros, simplesmente, negam qualquer possibilidade de que isso ocorra, apontando total falta de consenso sobre o assunto.

Entre os possíveis danos associados aos efeitos térmicos da radiação emitida pelos aparelhos celulares e as antenas de transmissão, estão a exaustão, choque térmico, estresse, queda no desempenho de tarefas, pressão cardíaca, alterações em funções neurais e neuromusculares e ocorrência de catarata. Embora ainda não exista consenso acerca do tema, vários estudos sugerem que esta radiação possa interferir nas ondas cerebrais, alterando a pressão sangüínea, reduzindo respostas imunológicas e provocando enxaqueca, insônia, síndrome de fadiga com prejuízo da memória de curto prazo e epilepsia.

Limitação da exposição

O Conselho Diretor da ANATEL adotou, em 15 de julho de 1999, como referência provisória para avaliação da exposição humana a campos eletromagnéticos de radiofreqüência provenientes de estações transmissoras de serviços de telecomunicações, os limites propostos pela Comissão Contra Radiações Não Ionizantes - ICNIRP. Esses limites constam da publicação "Guidelines for Limiting Exposure to TimeVarying Electric, Magnetic, and Electromagnetic Fields", traduzida para o português pelo Grupo de Trabalho de Efeitos Biológicos da Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética - ABRICEM.

Paralelamente, alguns municípios brasileiros já estão adotando medidas próprias para reduzir os possíveis efeitos desse tipo de poluição ambiental. Cidades como Porto Alegre, Chapecó, Juiz de Fora, Lajeado, Maringá, Belo Horizonte e Campinas, estabeleceram critérios próprios para instalação de estações radiobase. Porto Alegre, por exemplo, veda a instalação de antenas em determinados locais, estabelece limites de potência e determina controle das radiações pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Campinas estabelece limites de densidade de potência para instalação de antena transmissora, controle por parte da Secretaria Municipal da Saúde, distância mínima em relação à divisa de imóvel vizinho, exigência de laudo radiométrico e exigência de alvará sanitário para entrada em operação das antenas transmissoras.

Ao término das discussões no CONSEMA sobre esse polêmico assunto, sem dados científicos conclusivos acerca dos eventuais danos que as antenas retransmissoras e os próprios aparelhos celulares possam estar causando ao ser humano, os conselheiros presentes decidiram recomendar à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, após a explanação dos pesquisadores convidados, a realização de um seminário com a participação de representantes da área de saúde, das universidades, institutos de pesquisa, setor de telecomunicações e da sociedade civil, para esclarecer todas as dúvidas. E propor, caso necessário, novos padrões e medidas destinadas a resguardar a saúde e qualidade de vida da população paulista contra quaisquer ameaças significativas.

Setor têxtil

Na mesma reunião, os conselheiros decidiram submeter à apreciação da Comissão Especial de Recursos Hídricos e Saneamento, os resultados da discussão realizada pela Câmara Ambiental do Setor Têxtil sobre a contaminação por percloroetileno e tetracloroetileno provocada pela indústria têxtil no Estado.

As propostas que serão levadas ao plenário do Conselho deverão orientar o setor têxtil na aplicação contínua de estratégias ambientais, estimulando a adoção de medidas preventivas para a redução da poluição por produtos químicos na fonte, bem como desperdícios de insumos dentro do processo industrial.

Essa estratégia foi acertada, recentemente, entre o presidente da CETESB, Fernando Rei, e o presidente da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil, Paulo Skaf, durante lançamento do programa Produção Mais Limpa, em Americana.

 
 
Fonte: Cetesb – Agência Ambiental do Estado de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Renato Alonso)
 
 
 
 
 
 

 

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