CAMPANHA CONTRA AGROTÓXICOS
CONTRABANDEADOS É LANÇADA PELO IBAMA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Dezembro de 2002

Numa parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o Ibama lançou na última segunda-feira (09/12), a campanha "Diga Não aos Produtos Ilegais", de combate ao uso de agrotóxicos contrabandeados no País. O lançamento aconteceu na sede da Famasul, em Campo Grande, após uma palestra técnica que reuniu sindicatos rurais, as principais entidades representativas do setor, a Delegacia Federal de Agricultura, e órgãos públicos como secretarias de Agricultura e os órgãos de fiscalização de sanidade vegetal. O uso de agrotóxicos irregulares, além de colocar em risco a saúde humana, pode contaminar o Aqüífero Guarani, considerado o maior reservatório de água potável do mundo, capaz de abastecer o Brasil por 2.500 anos.

"Trata-se de uma campanha educativa. Vamos explicar a todos o que estaremos fazendo e o porque da fiscalização que fizemos em novembro. A partir de agora estaremos também distribuindo material informativo para ser distribuído aos produtores rurais no campo e uma equipe do Ibama vai visitar as propriedades rurais levando as informações sobre o uso correto dos defensivos agrícolas. A campanha Diga Não aos Produtos Irregulares vai se estender por todo o Mato Grosso do Sul e depois seguirá para os outros estados da Federação onde constatarmos a utilização de agrotóxicos contrabandeados", explica o coordenador de Fiscalização Ambiental do Ibama, Júlio da Silva Oliveira.

Em sua palestra, a consultora técnica do Ibama, Maria Luiza Jungles forneceu informações sobre o registro e utilização de agrotóxicos no Brasil e os problemas ambientais causados pelo uso de produtos ilegais. Foi distribuído também material informativo para ser levado aos produtores rurais no campo, pela equipe de educação ambiental do Ibama. Após a palestra a palavra foi aberta aos participantes do encontro que solicitaram explicações sobre as ações de fiscalização da Operação Agrotóxico, realizada pelo Ibama no mês passado. Ao final do debate, o presidente da Famasul, Leôncio de Souza Brito Filho (Léo Brito) colocou a disponibilidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para estar participando do processo de informação e educação ambiental do produtor rural e sugeriu que o Ibama e a Federação procurem as empresas que produzem os agroquímicos no país, para que estas também sejam parceiras nas campanhas de conscientização.

Participaram do lançamento o presidente da Famasul, Léo Brito, a gerente executiva do Ibama/MS, Natalina da Rocha Vieira, o coordenador de Fiscalização Ambiental do Ibama, Júlio da Silva Oliveira, o delegado federal da Agricultura, José Antônio Roldão representantes de sindicatos rurais, da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal/MS (Iagro), Polícia Federal, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande (Sedec), Organização das Cooperativas do Brasil/MS, do Banco do Brasil, do Sindicato da Indústria do Álcool, produtores rurais, advogados e engenheiros agrônomos, além das principais entidades representativas do setor.

Operação Agrotóxico

Durante a Operação Agrotóxico, realizada pelo Ibama em Mato Grosso do Sul, entre 04 e 20 de novembro, foram vistoria em 261 propriedades rurais e 33 revendedores, com a aplicação de multas no valor de R$ 950 mil. A operação contou com a participação de 21 agentes do Ibama, de Brasília e Mato Grosso do Sul e teve como principais objetivos, monitorar a quantidade, a forma de aplicação, a qualidade e procedência dos defensivos agrícolas aplicados na região. Foi avaliado também o impacto ambiental decorrente da aplicação de agroquímicos nessas áreas, além da utilização de produtos ilegais em lavouras do Estado. Os agentes do Instituto atuaram coibindo a utilização, transporte, armazenagem e comercialização de produtos agrotóxicos em desacordo com as exigências estabelecidas nas leis, em propriedades agrícolas e distribuidores de insumos agropecuários e, mais que fiscalizar, buscaram orientar e incentivar os agricultores, pecuaristas, revendedores e entidades públicas e privadas sobre a correta destinação de embalagens vazias de agrotóxicos e afins.

Segundo Júlio Oliveira, a utilização dos agrotóxicos irregulares acarreta uma série de problemas, como por exemplo, o risco oferecido ao meio ambiente pela falta de controle das impurezas presentes, como as dioxinas. Por outro lado, a falta de informações no rótulo e bula, sobre a ecotoxidade do produto, a ausência de informações sobre o descarte correto da embalagem, a falta de informações em caso de acidentes, a ausência de receituário agronômico e a Fitotoxidade, além da falta de orientações para primeiros socorros em caso de intoxicação e sobre os cuidados com a aplicação do produto, são problemas que podem atingir à saúde humana e a contaminação ambiental. Ele lembro que no caso específico do Estado de Mato Grosso do Sul, existe ainda o risco de contaminação do Aqüífero Guarani, considerado o maior reservatório de água potável do mundo, capaz de abastecer o Brasil por 2.500 anos.

"A utilização de agrotóxicos irregulares ameaça o meio ambiente e também a saúde da população e que por causa disso a fiscalização do Ibama vai ter continuidade em todos os estados onde exista a suspeita da utilização destes produtos", explicou o coordenador geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Júlio Silva de Oliveira. Ele informou que os agrotóxicos contrabandeados em geral vem da China e entram pela fronteira com o Paraguai. "Em caso de contaminação de pessoas fica difícil o médico tomar providências, pois não há informações nos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente sobre os produtos", explica. Ele garante que o Ibama, como órgão do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), tem poder de polícia administrativa para aplicação da Lei de Crimes Ambientais e que por isso as visitas às propriedades rurais durante a fiscalização é legal e vai continuar acontecendo. Nos 17 dias da Operação Agrotóxico, foram visitadas propriedades nos municípios de São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul, Costa Rica, Alto Taquari, Coxim, Pedro Gomes, Sidrolândia, Maracaju, Dourados, Rio Brilhante, Caarapó, Laguna Carapã, Ponta Porá, Amambaí, Aral Moreira, Bela Vista, Fátima do Sul, Antônio João, Itaporã e Douradina. Das 261 propriedades rurais vistoriadas, 22 foram autuadas por utilização de produtos irregulares (agrotóxicos contrabandeados) e descarte inadequado de embalagens.

 
 
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa
 
 
 
 
 
 

 

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