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IMPRENSA
DENUNCIA O DESCASO DA SOLVAY
Panorama Ambiental
Santo André (SP) – Brasil
Maio de 2003
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Cinco anos
após a descoberta do problema, a empresa,
fabricante de plástico PVC, recusa-se a solucionar
adequadamente a contaminação causado
por suas atividades industriais
O caso
da cal contaminada por organoclorados e mercúrio
da Solvay, empresa localizada em Santo André
(SP), tantas vezes denunciado pelo Greenpeace,
já se estende por cinco anos sem uma
proposta da empresa para solucionar corretamente
o problema. Nesse período, a área
permanece contaminada, o que revela a negligência
da empresa e das autoridades públicas.
O jornal Folha de São Paulo publicou
ontem matéria sobre esse grave caso
de contaminação. O Greenpeace
acredita que uma solução segura
para o problema seria realizar, conjuntamente,
ações emergenciais e preventivas.
A ação emergencial, que representa
apenas uma parte da solução,
seria o confinamento da área, uma obra
de engenharia que busca apenas aprisionar
os agentes contaminantes. |
No
entanto, falhas no sistema de confinamento
podem permitir que essas substâncias
vazem para o meio ambiente e venham a se espalhar
pelo solo e água da região.
A literatura técnica atual não
garante, por exemplo, segurança para
períodos maiores que 20 anos.
Além da ação emergencial,
o Greenpeace exige que sejam feitos testes
conjuntos com tecnologias que tratam organoclorados
e mercúrio, a fim de que, depois, seja
feita a descontaminação da área.
Apesar do alerta do Greenpeace ao longo desses
cinco anos, a Solvay, no entanto, insiste
em apresentar apenas o confinamento como solução
permanente para a contaminação.
Essa proposta, porém, não resolve
o problema. "Queremos eliminar as substâncias
tóxicas do local, para que elas não
sejam um perigo para as futuras gerações",
afirmou John Butcher, coordenador da Campanha
de Substâncias Tóxicas no Brasil. |
De
acordo com a cientista Ruth Stringer, do laboratório
internacional do Greenpeace na Universidade
de Exeter, Inglaterra, "dentre os contaminantes
encontrados, estão mercúrio,
que a Solvay utiliza no processo de produção
de soda e cloro e que pode afetar o sistema
nervoso central e os rins, e causar deformações
e retardamento mental em fetos; as dioxinas,
que são uma das substâncias químicas
mais tóxicas produzidas pelo homem,
podendo ser acumuladas no corpo humano e causar
diversos problemas de saúde, incluindo
câncer; e diversos outros organoclorados,
que são substâncias químicas
tóxicas e persistentes no meio ambiente".
Um exemplo claro para mostrar que o confinamento
proposto pela Solvay não representa
uma solução é o grave
caso registrado no final de março
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e
que foi manchete em todo o Brasil como um
dos maiores desastres ecológicos já
ocorridos no país.
O rompimento de um dos reservatórios
de resíduos industriais da empresa
Cataguases Papel Ltda. resultou no vazamento
de uma mistura que contaminou o Rio Pomba,
principal fonte de abastecimento de água
do estado do Rio de Janeiro. Entre os componentes
da mistura, estavam substâncias com
resíduos tóxicos de soda cáustica
e chumbo. Acredita-se que entre 1,2 e 1,6
bilhões de litros de resíduos
tenham vazado do reservatório. Milhares
de pessoas em diversas cidades ficaram sem
água e peixes e animais morreram devido
à contaminação.
"O confinamento não soluciona
efetivamente o problema, pois as substâncias
tóxicas continuarão lá.
A Solvay, desta maneira, está demonstrando
mais uma vez um total descaso para com a saúde
humana, com a comunidade e com o meio ambiente",
afirmou Butcher. "Não temos mais
tempo a perder, a Solvay tem a obrigação
de descontaminar a área e pagar pelos
danos ambientais que causou e vem causando,
pois a empresa é a responsável
por tal poluição", concluiu
John Butcher. |
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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