"COMBATE AO TRÁFICO E AO CONTRABANDO",
ONGS, ESTADOS E MUNICÍPIOS AJUDARÃO NA FISCALIZAÇÃO

Panorama Ambiental
Manaus (AM) - Brasil
Janeiro de 2003

Presidente do Ibama convocará ongs, estados e municípios para ajudar na fiscalização.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros, pretende fazer parcerias com ongs, estados e prefeituras para combater o contrabando de madeiras, o tráfico de animais silvestres e outros ilícitos que depredam e degradam o meio ambiente. Barros assegura que recorrerá às novas tecnologias para reduzir os níveis de corrupção no instituto. "Só a máquina do Ibama não suporta a fiscalização no Brasil inteiro. Precisamos de um controle social. Precisamos chegar à população e dizer que o meio ambiente é vital para, inclusive, resolver o problema da pobreza", diz o presidente, empossado no início deste mês.

Despedida

Barros esteve em Manaus (AM), no último final de semana, para se despedir do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), por ele dirigido nos últimos nove meses. Diante de 100 funcionários, Barros ouviu uma recomendação do geneticista Warwick Estevam Kerr, também ex-presidente do Inpa: "A chance de você levar um tiro na cabeça é muito grande. Portanto, tome cuidado. O nível de corrupção (no âmbito do Ibama) é muito grande". Barros concordou com a observação do colega e até relatou que após sua posse circulou um boato entre os ambientalistas com atuação na Amazônia dando conta que ele era passageiro de um suposto avião que acabara de cair.
A exploração ilegal de madeira, que movimenta milhões de dólares no País, é um dos principais problemas para a fiscalização do Ibama, segundo Barros. Ele diz, por exemplo, que as madeiras apreendidas no Paraná e no Pará estão avaliadas em mais de R$ 130 milhões. Quadrilhas de contrabandistas conseguiram ao longo dos anos, segundo ele, influenciar funcionários nos diversões escalões e órgãos do governo federal, dos estados e municípios, e até comunidades inteiras. E aponta que a retirada ilegal de madeira ocorre na Mata Atlântica, no Norte do Mato Grosso, em Rondônia e no Sul do Pará. "Vamos cuidar para que o uso dessas áreas madeireiras não se dê por meio de cortes rasos e se dê de maneira manejável", comenta.

Empresários do bem

Além do uso de novas tecnologias e novos procedimentos na burocracia, o Ibama também vai demonstrar às quadrilhas, aos maus empresários, que a depredação da natureza nunca será um bom negócio. "Vamos convencer os empresários que não são totalmente do bem, para que se tornem totalmente do bem", salienta. Barros informou que o Ibama fará parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), para que a fiscalização do meio ambiente seja acompanhada por satélites em todo o País. Será possível, segundo ele, aprimorar o monitoramento da extração e transporte de madeira em várias regiões do país ao mesmo tempo.
Quanto à burocracia, ele assegurou que informatizará, em breve, todo o licenciamento ambiental. Atualmente, a liberação de uma guia para uso de uma área ambiental pode demorar até um ano. Com a informática, o tempo de expedição de documentos será reduzido drasticamente, ainda com a vantagem de a tramitação de um pedido ou de um processo ser acompanhada, pela internet, tanto pelas autoridades quando pelo empresário ou outros interessados.
Barros explica que o principal item da fiscalização do Ibama será a parceria com a população. "Se não for assim, não teremos como ver todos os ecossistemas brasileiros", disse.

Controle social

No quadro de 5,3 mil funcionários, do Ibama, existem apenas 1,3 mil analistas ambientais, que cuidam especificamente da fiscalização. Outros serão incorporados por concurso público, mesmo assim não darão conta do imenso território nacional. Por isso, Barros fará convênios com o Ministério Público e ongs de diferentes áreas de atuação; e também com comunidades tradicionais. "Sem um amplo controle social, a fiscalização ficará muito mais difícil", diz Barros.

Casas populares

O presidente do Ibama pretende também retomar o programa de uso da madeira apreendida na construção de casas populares em áreas pobres. E proporá que as madeiras destinadas à movelaria, como o mogno apreendido no Pará, sejam usadas na fabricação de carteiras escolares. Com o combate à corrupção em todos os níveis da administração federal, Barros garante que os ilícitos passarão a ser um péssimo e arriscado negócio. "O setor madeireiro, por exemplo, verá que o melhor negócio será o uso manejado das florestas, que dá lucro financeiro e social", acrescenta Barros.


Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Entrevista exclusiva concedida ao jornalista Wilson Nogueira, da sucursal do jornal Gazeta Mercantil - de Manaus/AM.

 
 
 
 

 

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