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15 ÔNIBUS
HÍBRIDOS SERÃO TESTADOS,
DURANTE UM ANO, EM SÃO PAULO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Dezembro de 2003
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Uma frota de 15
ônibus híbridos, equipados com motores
diesel e elétrico, será testada a
partir de janeiro, por um período de um ano,
no corredor entre o Parque D. Pedro II e o Sacomã.
O projeto, que está sendo desenvolvido pelo
Governo do Estado, em conjunto com a Prefeitura
de São Paulo, tem a finalidade de avaliar
o comportamento dos veículos em operação
comercial, quanto às emissões de poluentes,
custos e conforto para os passageiros. Uma resolução
conjunta das secretarias estaduais do Meio Ambiente,
da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico
e Turismo e dos Transportes Metropolitanos, foi
assinada nesta quinta-feira (4/12), no Palácio
dos Bandeirantes, criando o Programa de Ônibus
Híbrido em São Paulo. A resolução
criou ainda um grupo de trabalho, formado pela CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
e IEE - Instituto de Eletrotécnica e Energia,
que junto com a EMTU e a SPTrans, da Prefeitura
de São Paulo, fará o acompanhamento
dos testes. O documento foi assinado pelos secretários
José Goldemberg, do Meio Ambiente, João
Carlos Meirelles, da Ciência, Tecnologia,
Desenvolvimento Econômico e Turismo, e Jurandyr
Fernandes, dos Transportes Metropolitanos. O governador
Geraldo Alckmin , que prestigiou a solenidade, se
mostrou entusiasmado com a tecnologia, que deverá
contribuir para reduzir a poluição
na Região Metropolitana de São Paulo
e promover a economia de combustível. Alckmin
disse que “São Paulo é uma das cidades
mais motorizadas do mundo, com um veículo
para cada duas pessoas” e acrescentou que é
preciso proporcionar um transporte de mais qualidade
para os cerca de quatro milhões de passageiros
que, todos os dias, se deslocam na região.
O secretário do Meio Ambiente, professor
José Goldemberg, explicou que o Programa
de Ônibus Híbridos em São Paulo
representa a revitalização dos tróleibus,
que operam de forma silenciosa e confortável,
mas que têm custos elevados por exigir a implantação
de cabos aéreos e causam transtornos ao trânsito
em casos de falta de energia. “Os ônibus híbridos
têm autonomia, pois utilizam a energia elétrica
gerada por um pequeno motor diesel, que alimenta
o motor principal, poluindo cerca de 40% menos que
um ônibus diesel convencional e gastam menos
combustível”, explicou. Para Goldemberg,
caso os testes aprovem a nova tecnologia, será
possível substituir a frota na Grande São
Paulo em cinco anos, pois a renovação
dos dez mil ônibus em operação
ocorre à razão de 20% ao ano. Passeio
Após a solenidade, o governador Geraldo Alckmin,
junto com os secretários e outros convidados,
fez um rápido passeio nas vizinhanças
do Palácio dos Bandeirantes no ônibus
híbrido fabricado pela Eletra, em São
Bernardo do Campo, com tecnologia inteiramente nacional.
O veículo, equipado com um motor diesel de
80 HP, que gera a energia elétrica para o
motor principal de 260 HP, custa aproximadamente
US$ 100 mil, sendo 5% mais barato que um tróleibus
e 30% mais caro que um ônibus convencional,
com motor diesel. Um protótipo desse veículo
já circula em Santiago, no Chile, além
de outros três em linhas da EMTU e SPTrans,
na Grande São Paulo. Segundo o fabricante,
o ônibus híbrido apresenta um nível
de ruído comparável ao dos tróleibus,
emite 60% menos poluentes que um veículo
convencional diesel, com um custo operacional 30%
menor, e tem vida útil de 15 anos, semelhante
à dos ônibus elétricos. O programa
tem o apoio financeiro da Fundação
William e Flora Hewlett, de Stanford, na Califórnia,
nos Estados Unidos, que vai custear a diferença
de custo dos veículos, bem como os testes
de laboratório e de campo para avaliar o
desempenho do sistema híbrido e os níveis
de emissão de poluentes e de ruídos.
A fundação desenvolve um projeto global
de qualidade do ar em grandes cidades, elegendo
como foco principal as cidades de São Paulo,
Cidade do México e Beijin, na China. Projeto
Desenvolvida no Brasil, a tecnologia híbrida
pode utilizar qualquer combustível (diesel,
álcool ou gás) para acionar o motor
auxiliar, que produz a energia elétrica para
o motor principal. A Eletra, empresa localizada
em São Bernardo do Campo, SP, recebeu recentemente
o prêmio World Technology Awards 2003, em
São Francisco, no Estados Unidos, pelo desenvolvimento
da tecnologia, considerada superior à de
projetos similares de outros países. O ônibus
ELETRA tem aceleração e frenagem suaves
como a de um tróleibus, sem depender da rede
elétrica aérea e dispensando recarga
de baterias, permitindo sua operação
em qualquer tipo de via. O motor de combustão
opera em rotação constante e aciona
um gerador elétrico, cabendo às baterias
a complementação exigida nos momentos
de alta demanda de energia. A Eletra foi fundada
em 1998 pela Auto Viação ABC. Como
integrante do consórcio Metra, concessionário
do corredor de tróleibus São Mateus/
Jabaquara, a Auto Viação ABC estava
em busca de uma tecnologia que, pela versatilidade
e custo, superasse os tróleibus e os substituísse
ao longo do tempo. O projeto tem apoio do BNDES
e da Associação Nacional de Transportes
Públicos - ANTP.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa