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OPERAÇÃO
CONTRA DESMATAMENTO
RESULTA EM R$ 7,7 MILHÕES EM MULTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2003
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Aplicação
de 67 multas, com valor total superior a R$ 7,7
milhões é o saldo da Operação
Verde Para Sempre, realizada pelo Ibama, na região
conhecida como Terra do Meio, no Pará. A
ação foi desencadeada para realizar
vistorias técnicas nos Planos de Manejo Florestal
localizados nas duas áreas propostas para
criação das reservas extrativistas
Renascer e Verde Para Sempre, atender denúncias
da sociedade civil e do poder público e para
fiscalizar desmatamentos, transporte e armazenamento
de produtos florestais sem autorização.
A Operação teve início no dia
11 de novembro e até a última segunda-feira
(15/12), foram feitas apreensões de madeira
de origem ilegal, motoserras, caminhões,
tratores, combustível, pás carregadeiras,
motocicletas, correntes, geradores, embarcações,
motores, compressores e embargadas atividades florestais
em diversas áreas.
O trabalho foi realizado pelo Ibama, em conjunto
com as polícias Federal, Militar Ambiental
do Pará, Rodoviária Federal; Ministério
Público Federal; Ministério do Trabalho;
e 8º Batalhão de Engenharia e Construção
do Exército, nos municípios de Porto
de Móz, Prainha, Almerim, Medicilândia,
Placas, Uruá e Altamira.
A Operação Verde Para Sempre foi desenvolvida
a partir de uma ação conjunta das
diretorias de Proteção Ambiental e
de Florestas, do Ibama. Foram mapeados 54 Planos
de Manejo na região. Com base no mapeamento
foi determinado onde deveriam ser feitas as vistorias
técnicas e a fiscalização.
Segundo o coordenador Geral de Fiscalização
Ambiental do Ibama, Marcelo Marquezini, a fiscalização
vai ter continuidade. “Como existem as legislações
fiscal, trabalhista e outras, a Lei de Crimes Ambientais
também foi feita para ser cumprida. Não
há argumento que vença a Lei e o Ibama
está checando o cumprimento da mesma”. O
coordenador lembra que a legislação
que trata do assunto é de fevereiro de 98.
“Após seis anos o setor ainda não
consegue seguir a Lei”, argumenta Marquezini.
Quadro Atual - O estado do Pará é
o maior produtor e exportador de madeira da Amazônia
brasileira e responsável por cerca de 1/3
do total do desmatamento em toda Amazônia
Legal. A realidade sócio-ambiental do Estado
mostra que o desmatamento e a exploração
ilegal de madeira contribuem para o desaparecimento
das florestas e, conseqüentemente, o de suas
comunidades tradicionais.
No Pará existem várias frentes de
extração ilegal de madeira e desmatamento,
porém nos municípios de Porto de Móz
e Prainha (e regiões de entorno) estas atividades
são mais expressivas. Conhecida como “Terra
do Meio” esta região é separada pela
Transamazônica e por territórios indígenas.
Situada entre os rios Xingu e Tapajós, a
Terra do Meio é uma das maiores áreas
relativamente preservadas de floresta amazônica
na Amazônia Oriental.
A Terra do Meio possui mais de 8 milhões
de hectares, com uma riqueza biológica extremamente
relevante, abrigando diversas espécies de
animais como onças, jacarés, macacos
e tamanduás, entre outras espécies.
Os maiores estoques remanescentes de Mogno estão
concentrados nesta região e nas terras indígenas
adjacentes.
Cerca de 20 mil pessoas distribuídas em 125
comunidades vivem na zona rural de Porto de Móz,
sobrevivendo da caça, pesca, agricultura
familiar, extrativismo e do comércio de produtos
florestais. Um grande trecho de floresta entre os
municípios de Porto de Móz e Prainha,
na margem esquerda do rio Xingu, tornou-se um campo
de batalha entre estas comunidades, que vivem e
dependem dos recursos florestais, e empresas madeireiras
que ocupam e exploram a área irregularmente.
Somente este ano o Ibama já desenvolveu no
local as seguintes operações: Operação
Porto de Móz I; Operação Porto
de Móz II, Operação Almerim
e, por último, a Operação Verde
Para Sempre.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de Imprensa