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SEMENTE
TRANSGÊNICA DA MONSANTO
CONTAMINA O MÉXICO E FORÇA
LEGALIZAÇÃO
Panorama Ambiental
Nuevo Lareado – México
Agosto de 2003
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Às vésperas da 5ª
reunião ministerial da Organização
Mundial do Comércio, EUA promovem invasão
de sementes de milho transgênico no México
Ativistas
do Greenpeace bloquearam a passagem de um
trem de carga que transportava milho norte-americano,
na fronteira do México com os EUA,
como resposta às recentes evidências
de que os EUA estão enviando grãos
transgênicos ao país, desrespeitando
acordos internacionais, e ameaçando
a biodiversidade e a saúde da população
mexicana. Ativistas se dependuraram no eixo
dos trilhos do trem sob a ponte do Rio Grande,
que faz fronteira com os EUA, enquanto representantes
do Greenpeace negociavam com autoridades governamentais
mexicanas a proibição da importação
de milho transgênico norte-americano
para o México.
Análises científicas feitas
por um laboratório americano independente
demonstraram que quase um terço das
amostras de milho provenientes dos EUA coletadas
no México contém variedades
transgênicas da gigante de biotecnologia
Monsanto (1).O Protocolo de Cartagena, tratado
internacional acordado em janeiro de 2000,
estabelece claramente que os países
precisam agir, para prevenir os efeitos adversos
das plantações geneticamente
modificadas sobre a conservação
e o uso sustentável da biodiversidade.
"Os mexicanos estão sendo forçados
a engolir a destruição da nossa
fonte de alimento número um, assim
como da saúde e do ambiente em que
vivem pessoas que dependem |
dela.
Isso porque os governos ao redor do mundo,
ao não se manifestarem, permitem que
os EUA os pressionem em favor dos interesses
de suas empresas de biotecnologia e de seus
próprios interesses comerciais",
disse a coordenadora da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace México,
Liza Covantes. |
Nos
EUA, a Monsanto não pode cultivar sua
variedade geneticamente modificada de algodão
no sul da Flórida, devido à
preocupação de que ela pode
contaminar outras espécies. Porém,
os EUA e a multinacional seguem depositando
seu milho transgênico no México,
que é o centro da origem da espécie,
que tem centenas de variedades selvagens.
O milho é hoje um dos três mais
importantes produtos cultivados no mundo.
Pesquisas científicas recentes realizadas
nos EUA descobriram que genes de safras transgênicas
poderiam rapidamente dominar aquelas presentes
em seus parentes selvagens.
Existe rejeição do consumidor
e dúvidas na comunidade científica
sobre os impactos dos transgênicos sobre
o meio ambiente e a saúde humana e
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animal.
Ao mesmo tempo, há fortes interesses
comerciais. A União Européia
aprovou recentemente normas mais rígidas
para a aprovação comercial de
organismos geneticamente modificados.
No Brasil existem posicionamentos divergentes
entre os Ministérios sobre o tema.
Até o momento, não houve uma
política clara do governo sobre a contaminação
existente no país. "Será
que o presidente defenderá o meio ambiente
e a saúde da população
brasileira, ou simplesmente cederá
aos interesses econômicos da Monsanto?",
questiona Mariana Paoli, coordenadora da Campanha
de Engenharia Genética do Greenpeace
Brasil.
Em poucos dias o governo deverá enviar
um novo Projeto de Lei (PL) ao Congresso sobre
a legislação de biossegurança
no país. O Greenpeace espera que este
PL seja discutido com a sociedade antes que
seja apresentado ao Legislativo, a fim de
garantir a realização de um
debate amplo e aberto com a sociedade a respeito
do assunto. |
Os
governos ao redor do mundo estão permitindo
que as grandes empresas atuem sob as regras
comerciais da Organização Mundial
do Comércio (OMC), e forcem a entrada
de safras transgênicas (como o milho
geneticamente modificado) em países
pequenos - que são incapazes de proteger
a saúde de sua população
e seu meio ambiente, a não ser por
meio de acordos internacionais. Os EUA já
utilizaram regras da OMC para obrigar países
como o Sri Lanka e a Bolívia a aceitar
alimentos transgênicos, e atualmente
quer forçar a Europa a aceitar os produtos
transgênicos de suas multinacionais.
No 5º encontro ministerial da OMC, que
será realizado no México em
setembro, o país anfitrião e
outras nações devem apoiar os
tratados já
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existentes, para garantir
que o Protocolo de Biosegurança prevaleça
sobre os interesses corporativos. |
Nota:
(1) O México
produz cerca de 18 milhões de toneladas de
milho por ano. A exportação de milho
americano para o país vem aumentando ano
a ano, chegando à 5,3 milhões de toneladas
em 2002, segundo o USDA (www.fas.usda.gov).
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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