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SETOR INDUSTRIAL
JÁ ASSIMILA
CONCEITO DE PRODUÇÃO MAIS
LIMPA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Outubro de 2003
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José Jorge/SMA
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Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental encerrou
nesta quinta-feira (23.10) a II Conferência
de Produção Mais Limpa, que
promoveu a discussão sobre redução
da geração de resíduos
e racionalização no uso de matérias-primas
e no uso de produtos perigosos nas linhas
de produção industrial. Os trabalhos
deste segundo e último dia foram abertos
com o painel "Produção
+ Limpa no Setor Produtivo", com a mediação
da bioquímica Marie Quaresma, gerente
do Setor de Técnicas de Prevenção
à Poluição da CETESB.
A palestra de abertura, sobre "Produção
+ Limpa: Uma Questão de Estratégia",
foi proferida pelas engenheiras Ivana Ribeiro
e Isabela Maraucci Malpighi, da BSH Continental
Eletrodomésticos Ltda., que salientaram
a importância da Produção
+ Limpa - P+L como fonte de ganhos financeiros
e de qualidade de vida. |
Segundo
as engenheiras, a empresa BSH assumiu um compromisso
ambiental em suas indústrias localizadas
em diversos países, como o Brasil,
Peru e México, que fabricam lava-roupas,
fogões e refrigeradores com baixo consumo
de energia e economia de água. "É
uma nova forma de produção,
onde os ganhos são expressivos, pois
ocorre a redução no uso de recursos
naturais e matérias-primas. O compromisso
ambiental é respeitado em todas as
etapas da linha de montagem", esclarece
Ivana Ribeiro. |
Ônibus híbrido
O engenheiro Antônio
Vicente da Silva, da Tecnologia de Tração
Elétrica - Eletra, falou sobre as novas tecnologias
de geração e acumulação
de energia para uso em veículos, como as
baterias, células de hidrogênio e,
principalmente, os sistemas híbridos, que
utilizam um motor convencional de pequeno porte
para gerar energia elétrica. O engenheiro
explicou "que a tecnologia híbrida apresenta
um conceito simples, com componentes do mercado,
diminuição de custos e redução
da poluição". A Eletra colocou,
para demonstração, um microônibus
com motorização híbrida, com
capacidade para 45 passageiros, permitindo aos participantes
do seminário apreciar o sistema de tração
elétrica, o motor gerador de energia e o
banco de baterias. Para Antônio Vicente da
Silva, “esse veículo é perfeito para
os dias modernos, pois proporciona economia de combustível,
custo de operação e manutenção".
O engenheiro Pedro Francisco Moreira, da Equipment
Pooling Systems - CHEP, falou sobre os novos modelos
de embalagens retornáveis consideradas eco-eficientes.
Ainda na parte da manhã, tivemos apresentações
sobre o "Reúso de Areia de Fundição",
com os engenheiros Pedro Luiz da Cruz e Esneder
Antonio Penatti Júnior, da Fundição
Engenharia e Máquinas Ltda.; "Recuperação
de Níquel para Reúso", com os
engenheiros Adriana Ribeiro e Wagner Polônio,
da Mahle Metal Leve S.A.; e "Redução
de Emissões Gasosas e Otimização
de Produção de Polímeros Acrílicos",
com o engenheiro Roberto Fonseca da Rohm and Hass
Química Ltda.
Responsabilidade
ambiental
José Jorge/SMA
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O
último painel da II Conferência
Paulista de Produção + Limpa
abordou o tema "A Promoção
da Responsabilidade Socioambiental",
apontando um novo caminho para o desenvolvimento
sustentável, que vai além da
definição de P+L e está
sendo identificado, simplesmente, como Produção
Limpa. Os especialistas entendem que essa
definição é mais abrangente
e recomenda, entre outras coisas, o controle
democrático na utilização
da tecnologia, bem como o compartilhamento,
entre todas as esferas da sociedade, do Princípio
da Precaução. A palestra de
João Salvador Furtado, da PROGESA -
Programa de Gestão Estratégica
Sócio Ambiental FIA/FEA/USP, abordou
a questão dos critérios para
avaliação da produção
limpa como ferramenta para responsabilidade
socioambiental. |
Furtado
destacou o princípio da precaução
para evitar danos irreparáveis ou de
efeitos a longo prazo, usando como exemplo
o caso da cal contaminada com dioxinas e furanos
que foi usada no preparo de ração
animal e que acabou sendo identificada no
leite materno: "Se a empresa tivesse
adotado esse princípio esse caso seria
evitado, assim como muitos outros", afirmou.
A evolução do processo de P+L,
que visa mudanças nos processos produtivos
para evitar a geração de resíduos
na fonte, eliminando a expressão fim
de tubo, dá lugar à produção
limpa, que segue orientações
como: na falta de dados seguros evitar produtos
ou material com indícios ou suspeitas
de causar danos ao homem ou ao ambiente; acesso
público à informação;
rótulos informativos
melhorados; e informar trabalhadores e moradores
do entorno sobre segurança e risco
de processos e produtos. No fechamento do
painel, Furtado deixou claro que "é
preciso que a humanidade realize uma grande
transição no modelo de produção
nos próximos 50 anos, para fugir da
‘barbarização’, que seria uma
espécie de convulsão social,
e o caminho é a produção
limpa". |
Implementação
da P+L
Tânia Mara
T. Gasi , secretária executiva da Mesa-Redonda
Paulista de Produção Mais Limpa, relata
que "a conferência, nos seus dois dias,
foi uma etapa importante na implementação
da prática de P+L em São Paulo”. Ilustrou
casos bem sucedidos na área industrial, de
comércio, serviços, agricultura, financeiro
e responsabilidade social. A II Conferência
Paulista de Produção Mais Limpa, que
aconteceu nos dia 22 e 23, é parte da 2ª
Semana de Produção Mais Limpa, iniciada
no dia 21, com uma reunião em Campinas, e
será complementada com o Seminário
Internacional "Reduzindo Custos com a Produção
Mais Limpa", no dia 27, no Centro de Produção
Mais Limpa do SENAI/SECO, e o Seminário de
"Produção Mais Limpa", no
dia 28, na FIESP.
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente
de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Cris Couto e Cris Olivette
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