ENERGIA EÓLICA: DE VENTO EM POPA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2003


Energia eólica ganha espaço e reduz custos, impulsionada principalmente pela necessidade de se frear as alterações do clima no planeta

É chegada a vez da energia eólica, a fonte energética que mais rapidamente cresce no mundo, símbolo de eletricidade sustentável e não-poluente. Com uma taxa de crescimento de cerca de 30% ao ano, a capacidade

mundial de gerar eletricidade a partir da força dos ventos já atingiu os 32 mil MW, suficientes para suprir 40 milhões de pessoas com padrões de consumo iguais aos dos europeus.
Nos últimos anos, o número de novos empreendimentos para a geração de energia eólica tem superado o de novas usinas nucleares. Muito embora boa parte das 55 mil turbinas em operação no mundo ainda esteja concentrada na Europa (74% da potência total instalada), já a mais de 50 países trabalhando com esse tipo de energia. Isso nos permite estimar que há entre 90 mil e 100 mil pessoas trabalhando nessa indústria de 7 bilhões de euros. Mantido esse ritmo de crescimento, mesmo em um planeta onde o consumo de eletricidade dobra a cada 20 anos, a energia eólica será capaz de atender a 12% das necessidades mundiais até 2020.

A mola propulsora dessa expansão da energia eólica é a necessidade urgente de se combater as mudanças climáticas globais, já reconhecidas pela maioria dos chefes de Estado. Além da vantagem de evitar as emissões de dióxido de carbono, principal gás causador do efeito estufa, a energia eólica está livre também de poluentes produzidos por usinas nucleares e pela queima de combustíveis fósseis.
Em adição à proteção ambiental, a energia eólica contribui para o desenvolvimento econômico, pois com ela a região abastecida poderá não depender apenas de um recurso. Além disso, proporciona inovação e transferência de tecnologia. As turbinas de energia eólica também são de rápida instalação, e têm capacidade de geração de eletricidade em escala comercial, o que possibilita sua conexão à rede de distribuição. Acima de tudo isso, quando comparada a outras opções, seu “combustível” é abundante, gratuito e inesgotável.
À medida que o mercado de energia eólica ganha espaço, seus custos de instalação e produção têm diminuindo consideravelmente. Nos últimos cinco anos, o custo de produção do kWh abaixou cerca de 20%. Atualmente, ele já é comparável (ou até menor, em alguns casos) ao custo da energia térmica a carvão ou a gás. A potência individual das turbinas eólicas já alcança cerca de 2,5 mil kW, e há protótipos com potências superiores a 4 mil kW em fase de testes.
Alemanha, Espanha, Dinamarca, EUA e Índia são importantes exemplos de países em que a energia eólica está em franco desenvolvimento. Além disso, a possibilidade de instalação de turbinas eólicas sobre s mares oferece novas perspectivas à tecnologia. Estima-se em 20 mil MW, por exemplo, a capacidade de geração das unidades planejadas para as águas ao norte da Europa.

Análise dos ventos

A avaliação do potencial eólico de uma região requer uma série de análises sobre a intensidade, constância e direção dos ventos. Diversos levantamentos confirmam que esse potencial é bastante grande e bem distribuído por quase todas as regiões e países do mundo.
Estima-se que a capacidade bruta de geração de energia eólica no planeta seja de cerca de 500 bilhões de MWh po ano, o que supriria em mais de 30 vezes as atuais necessidades mundiais de eletricidade. No entanto, devido a
restrições sociais e ambientais – áreas densamente povoadas ou regiões montanhosas, por exemplo, dificultam ou até impedem a instalação das turbinas – somente 53 milhões de MWh são considerados “tecnicamente aproveitáveis”. Ainda assim, a produção de energia eólica poderia atender a quatro vezes as presentes demandas mundiais de eletricidade.
Embora haja divergências sobre a estimativa do potencial eólico brasileiro, a maioria dos estudos mais recentes indica uma capacidade no país de cerca de 60 mil MW. No entanto, essas estimativas podem variar muito, de acordo com os conceitos sob os quais são feitas. Como um exemplo, o “Atlas Eólico Nacional”, elaborado recentemente pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica – Cresesb. Do Rio de Janeiro, indica um potencial brasileiro de aproximadamente 140 mil MW.
No início dos anos 90 sensores e equipamentos especiais instalados em Fernando de Noronha e no Ceará permitiram determinar onde as primeiras turbinas eólicas brasileiras seriam construídas. Em 2002, o Centro Brasileiro de Energia Eólica – CBEE, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), publicou o “Atlas Eólico Brasileiro”, que demonstrou que as regiões com melhores potenciais para geração de energia a partir do vento estão no litoral das regiões
Nordeste e Norte, no vale do rio São Francisco, no sudoeste do Paraná e no litoral do Rio Grande do Sul.
Enquanto na Dinamarca a energia eólica já representa 13% de toda a eletricidade gerada (com a meta de aumentar esse índice para 50% até 2030), no Brasil a utilização dessa fonte renovável é praticamente desprezível. Há somente nove empreendimentos funcionando, que geram algo em torno de 22 Mw, ou 0,03% da eletricidade produzida no país. Por outro lado, existe grande interesse por esse tipo de energia no Brasil. Hoje, há mais de 80 projetos de usinas eólicas autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), os quais acrescentarão cerca de 6 mil MW ao sistema elétrico nacional.

Fonte: Diário de Bordo - Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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