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IBAMA EVITA
EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TERRA
INDÍGENA NO AMAZONAS
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Janeiro de 2004
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Agentes do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) detiveram a extração
ilegal de madeira na terra indígena Deni,
localizada nos município de Itamarati e Tapuá
(Sul do Amazonas), no início da semana quando
apreenderam 157 pranchas de louro e inambuí
retiradas por madeireiros que invadiram a reserva
há quinze dias. A ação denominada
"Operação Xeruã",
uma alusão ao nome do rio que corta a reserva,
foi deflagrada em caráter emergencial pelo
Ibama para evitar conflitos na área, pois
de acordo relatos de um dos conselheiros da aldeia
Morada Nova, Marishanu Deni, os invasores estariam
ameaçando de morte os índios.
A invasão foi denunciada pelo Conselho Indígena
Missionário (Cimi), entidade ligada a Igreja
Católica, no dia 19. Segundo o Cimi, a reserva
já havia sido invadida há sete dias
por um grupo armado que estava derrubando árvores
sem autorização do Ibama e o consentimento
dos Deni. Temendo o uso de violência por parte
dos invasores, missionários e lideranças
indígenas comunicaram a invasão ao
Ministério Público Federal (MPF),
a Fundação Nacional do Índio
(Funai) e ao escritório regional do Ibama
na cidade de Carauarí.
No dia 22, um grupo de quatro agente dos Ibama seguiu
em uma voadeira do órgão para a reserva
acompanhados de dois policiais militares, um funcionário
da Funai e um índio Deni como guia. Após
18h de viagem pelo rio Juruá até a
entrada do rio Xeruã, onde começa
a área da terra indígena Deni, o grupo
constatou as denúncias feitas pelo Cimi de
extração ilegal de madeira pelos filhos
de um morador da margem do Xeruã chamado
de Raimundo Lopes, conhecidos como Adilson, George
e Mundico. Os madeireiros conseguiram fugir do local
da extração, no igarapé conhecido
como Rosemã, deixando para trás 29
pranchas de madeira das espécies conhecidas
como louro e inambuí.
Guiados pelos caciques Saravi Deni e Sabá
Deni, líderes de duas das cinco aldeias existentes
na reserva, os agentes do Ibama encontraram o restante
da madeira na casa de Raimundo Lopes, situada à
margem do Xeruã na entrada da reserva. "Segundo
os índios, o principal responsável
pela retirada de madeira é um filho do senhor
Raimundo chamado Adilson, mas ele escapou para o
município de Itamarati e o pai não
quis assumir a responsabilidade pelo crime ambiental.
Porém, nós apreendemos toda a madeira,
duas motoserras e demos um prazo até dia
5 de fevereiro para ele se apresentar, do contrário
o pai será multado por armazenar madeira
irregular", disse o chefe do escritório
regional do Ibama em Carauarí, Francisco
Pinto. A "Operação Xeruã"
terminou na última terça-feira com
o retorno do grupo a Carauarí e nenhum incidente
informado entre índios e madeireiros.
"Nesse caso da invasão da reserva Deni
foi importante uma ação rápida,
pois os índios estavam se preparando para
formar um grupo e expulsar os invasores. Com a chegada
do Ibama e da Funai a tempo de impedir o conflito
e deixar claro para os invasores a presença
do Estado através da apreensão da
madeira e punição por multa dos madeireiros
esperamos conter futuras invasões",
afirma o gerente executivo do Ibama no Amazonas,
Henrique dos Santos Pereira. O valor aproximado
da multa que será aplicada ao madeireiro
conhecido como Adilson é de R$ 10 mil.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de comunicação