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PETROBRAS
PERDE R$ 300 MILHÕES POR DESCONSIDERAR
RISCO AMBIENTAL NA AMAZÔNIA DO EQUADOR
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2004
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O
investimento fora objeto de alerta por parte do
Meio Circulante em janeiro de 2003
Um investimento na
Amazônia do Equador - considerado seriamente
prejudicial ao meio ambiente e às populações
indígenas - se transformou em rombo de R$
300 milhões no balanço de 2003 da
Petrobras. Em 2002 o risco do empreendimento foi
rebaixado pela Moody's para Baa3, em função
tanto dos atrasos devidos a protestos sociais e
ambientais, quanto do possível declínio
do rating de seus patrocinadores. Em janeiro de
2003, o Meio Circulante (boletim do projeto Eco-Finanças
de Amigos da Terra) havia publicado reportagem exclusiva
a respeito, alertando na manchete que "Petrobras
se associa a empreendimento de alto risco".
O investimento nasceu quando a Petrobras assumiu
o controle da empresa argentina Perez Companc -
PECOM (hoje Petrobras Argentina) e se juntou a um
consórcio de investidores internacionais
no projeto Oleoduto de Crudos de Petróleo
(conhecido como OCP). A Petrobras possui 15% no
consórcio, que mobilizou um investimento
de US$ 1.3 bilhão. Outras empresas, como
a canadense EnCana e a estadounidense Occidental,
já passaram por problemas diversos em decorrência
de sua participação no OCP. No caso
da Petrobras, o prejuízo é devido
ao fato que a empresa não conseguiu a licença
ambiental do campo de petróleo 31, para o
qual possui um contrato do tipo take or pay (pelo
qual se paga mesmo que não se retire ou use
o produto). Referido tipo de contrato se fez necessário
para garantir os bancos que financiaram a obra,
em relação a seu elevado risco.
O diretor de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira,
Roberto Smeraldi, comentou: "Chama a atenção
a displicência reincidente da Petrobras com
qualquer questão socioambiental, até
mesmo quando o risco financeiro é gritante.
No caso do OCP, trata-se de um projeto que virou
ícone mundial de tudo aquilo que deveria
ser evitado. Uma empresa que não consegue
se preocupar sequer com seu bolso dificilmente poderá
se preocupar com populações locais
e direitos difusos. É difícil explicar
as razões disso, mas pode se supor que, pelo
fato de ser acostumada ao lucro fácil em
virtude dos privilégios regulatórios
dos quais ainda goza no Brasil, a empresa não
consegue adquirir uma cultura de due diligence básica
para seus investimentos".
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa