 |
TAPAJÓS
– 30 ANOS TRABALHANDO NA PROTEÇÃO
DA FLORESTA AMAZÔNICA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
|
 |
Ao completar trinta
anos em 19 de fevereiro, a Floresta Nacional de
Tapajós (PA) comemorou a eficácia
da gestão compartilhada com a sociedade para
a conservação de uma pequena amostra
do patrimônio paisagístico e biológico
da Floresta Amazônica - uma das mais ricas
biodiversidades do mundo. Em três décadas
de muita transformação, a unidade
de conservação consolidou-se como
modelo do uso múltiplo sustentável
dos recursos florestais e da pesquisa, com ênfase
em métodos de exploração de
florestas nativas.
Com 600 mil hectares, Tapajós é um
verdadeiro laboratório científico
em plena selva e uma referência para a expansão
dessa categoria de Unidade de Conservação.
Nela, os pesquisadores nacionais e estrangeiros
trabalham em projetos de pesquisas estratégicas
para a conservação e o uso sustentável
dos recursos florestais da Amazônia que resultaram
na publicação de cerca de 500 títulos,
muitos com projeção internacional.
A floresta nacional foi escolhida pelo Ibama para
desenvolver projeto de manejo que servirá
de modelo de gestão para a produção
sustentada de madeira industrial nas Flonas da Amazônia.
A intenção é demonstrar às
populações tradicionais, ao poder
público e à sociedade civil a viabilidade
de aliar o desenvolvimento econômico e social
da região à preservação
da maior floresta tropical do planeta.
Até com a Agência Espacial Americana
(NASA) é desenvolvido um projeto na Flona
em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) para analisar a importância
da Floresta Amazônica para o clima mundial.
Na busca de soluções que privilegiem
o desenvolvimento sustentável da floresta,
estão em andamento vários projetos,
grande parte com cooperação internacional:
ProManejo/PPG-7, Experimento de Grande Escala-Atmosfera
na Amazônia/LBA, Manejo Florestal/ITTO, Pesquisas/Embrapa,
Educação Ambiental, Bom Manejo do
Fogo, além da capacitação de
agentes ambientais.
Criada em 1974, Tapajós desenvolve práticas
e modelos inéditos de extração,
de beneficiamento e de manejo sustentável
de produtos também não madeireiros.
Há alguns anos funcionam na Flona pequenas
usinas para beneficiamento artesanal de óleos
de andiroba e de copaíba, a partir de um
plano de manejo pioneiro. Transformado em óleo
e em pasta, o produto é vendido pelas populações
tradicionais para a fabricação de
cosméticos e de medicamentos, principalmente
nas regiões sul e sudeste.
No âmbito do PPG-7, o ProManejo executa várias
atividades na Flona: manejo florestal comunitário,
sistemas agro-florestais, fortalecimento e organização
comunitária, ecoturismo, educação
ambiental, e ações de controle e de
vigilância da região. Essas atividades
contam com a participação das populações
tradicionais – também conhecidas como “povos
das florestas”. São cerca de seis mil pessoas,
distribuídas em vinte e cinco comunidades,
que há cerca de 170 anos habitam o interior
e as proximidades da flona vivendo exclusivamente
da mata e da agricultura de subsistência.
Apesar dos grandes progressos de Tapajós,
a regularização fundiária continua
sendo o maior problema para a consolidação
da unidade de conservação, reconhece
o chefe da Flona, Ângelo de Lima Francisco.
A posse da terra ainda é do Incra e do Instituto
de Terras do Pará.
Fonte: Ibama/Ascom (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa