 |
GOVERNO
INICIA AS CONSULTAS PÚBLICAS SOBRE
PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DA BR-163
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Junho de 2004
|
 |
Elaborada por um
grupo de trabalho formado por 14 ministérios,
a proposta inicial começa a ser discutida
com a sociedade local hoje (2/7), em Santarém
(PA), processo que será encerrado em Apuí
(MT), em 20/7, e do qual participarão representantes
de instituições e movimentos sociais
que ajudaram a elaborar as propostas da sociedade
civil para a sustentabilidade da região.
Hoje e amanhã (2 e 3/7), em Santarém
(PA). 05 e 06/7, em Altamira (PA). 08 e 09/7, em
Novo Progresso (PA). 12 e 13/7, em Guarantã
do Norte (MT). 15 e 16/7 em Sorriso (MT). 19 e 20/7
em Apuí (MT). Esse é o cronograma
estabelecido pelo governo para colher subsídios
para a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Sustentável para a Área de Influência
da BR-163, trabalho que está sendo desenvolvido
por um Grupo de Trabalho Interministerial, criado
em março deste ano sob coordenação
da Casa Civil.
Formado por 14 ministérios – Meio Ambiente,
Integração Nacional, Planejamento,
Orçamento e Gestão, Transportes, Desenvolvimento
Agrário, Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, Minas e Energia, Cidades,
Justiça, Saúde, Educação,
Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego e Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - , o GT elaborou
entre fevereiro e junho um documento inicial, que
será discutido durante as oficinas de consulta
à sociedade local.
O documento apresenta o processo de elaboração
do plano, um diagnóstico socioeconômico
e ambiental da região, os objetivos, diretrizes
e modelo de gestão do plano, assim como as
ações emergenciais que devem ser iniciadas
ainda neste ano na área de influência
da BR-163.
No diagnóstico socioeconômico e ambiental,
a região é descrita como amplamente
coberta por florestas (73%), e a área desflorestada
estimada em 13%, com o desmatamento concentrado
no norte do Mato Grosso, nas margens da BR-230 entre
os municípios de Altamira e Rurópolis
(PA), nos arredores de Santarém (PA), nas
proximidades da cidade de São Félix
do Xingu (PA) e na margem esquerda do Rio Amazonas.
A densidade demográfica da área de
influência da BR-163 é considerada
muito baixa, de 1,79 habitante por km2, concentrada
principalmente em Santarém (PA). A proporção
da população sem instrução
é de 27% no Mato Grosso, 35% no Pará
e 38% no Amazonas.
A infra-estrutura local é definida como “muito
precária”, favorecendo “atividades predatórias”,
e a situação social como “heterogênea”,
mas, no geral, “sofrível”, sendo recorrente
problemas de escassez de saneamento básico,
insuficiência e, em alguns casos, inexistência
de serviços públicos, escassez de
moradia planejada, oferta de serviços de
saúde insuficiente e criminalidade elevada.
Em relação à situação
fundiária, é apresentada uma análise
do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) sobre o cadastro
de imóveis de 25 municípios da BR-163,
que representam cerca de 42% da área de abrangência,
que revela que cerca de 48% da área deles
ainda não está cadastrada. E, na seqüência,
o documento aponta que “em geral, os municípios
paraenses estão em situação
bem mais crítica”, citando como exemplos
dados a respeito de Placas e Itaituba, que apresentam
77% e 74% de suas terras ainda não cadastradas,
respectivamente.
Ao abordar as atividades econômicas, o documento
cita a expansão da produção
da soja, hoje concentrada no Mato Grosso, mas em
expansão no Pará, especialmente nos
arredores de Santarém, sem, entretanto, citar
os impactos socioambientais provocados pela monocultura
do grão na região, assim como, ao
tratar da exploração madeireira, faz
referência ao seu caráter predatório,
sem apresentar dados relacionados à ilegalidade
da atividade.
Apesar disso, assume que “a mera expectativa do
asfaltamento da BR-163 tem ocasionado uma onda de
especulação e grilagem dessas terras
com prejuízos ao patrimônio público
e agravamento das tensões e violência
no campo”.
Objetivos
do Plano Sustentável da BR-163
Da extensa lista
de objetivos específicos do plano, na verdade,
ainda bastante genéricos, fazem parte o combate
à ocupação ilegal de terras
públicas, a criação e consolidação
de Unidades de Conservação (UCs) e
Terras Indígenas (TIs), a oferta de serviços
nos núcleos urbanos, o aumento da segurança
alimentar, a valorização dos conhecimentos
tradicionais sobre a biodiversidade, o fortalecimento
da infra-estrutura priorizando fontes alternativa
sustentáveis e o abastecimento e distribuição
de água tratada e saneamento básico
em núcleos urbanos e rurais.
Entre as ações emergenciais previstas
para serem iniciadas ainda neste ano: proteção
de UCs e TIs; fortalecimento dos órgãos
do governo federal com atuação local;
estruturação do sistema integrado
de monitoramento de desmatamento, queimadas e exploração
madeireira, possibilitando o acesso a dados atualizados
entre os órgãos públicos e
entidades da sociedade; identificação
de arranjos produtivos locais e outra oportunidades
de geração de trabalho e renda.
São citadas também a implantação
do cadastro georreferenciado de propriedades rurais
na região e a fiscalização
do desmatamento em áreas críticas
de forma integrada para combate à grilagem
de terras públicas, anunciadas em março
como medidas emergenciais do Plano de Combate ao
Desmatamento na Amazônia, mas, segundo denúncias
do Greenpeace, essa última, ao menos, com
implementação comprometida devido
à falta de recursos.
Demandas
da sociedade civil
Em linhas gerais,
o plano atende as demandas da sociedade civil para
a sustentabilidade da região, consolidadas
na Carta de Santarém, documento final do
encontro realizado na cidade paraense em abril deste
ano - leia na íntegra abaixo.
Assinada pela Associação Terra Indígena
Xingu (ATIX), pelo Centro de Estudos, Pesquisa e
Formação de Trabalhadores do Baixo
Amazonas (CEFTBAM), pelo Fórum dos Movimentos
Sociais da BR-163, pelo Fórum Matogrossense
de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD), pela
Federação dos Trabalhadores na Agricultura
do Estado do Pará (Fetagri), pela Fundação
Viver, Produzir e Preservar (FVPP), pelo Grupo de
Trabalho Amazônico (GTA), pelo Instituto Centro
e Vida (ICV), pelo Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (IPAM) e pelo Instituto Socioambiental
(ISA), a Carta de Santarém inclui demandas
relacionadas a Infra–Estrutura e Serviços
Básicos, Ordenamento Fundiário e Combate
à Violência, Estratégias Produtivas
e Manejo dos Recursos Naturais, Fortalecimentos
Social e Cultural das Populações Locais,
Gestão Ambiental, Monitoramento e Áreas
Protegidas.
Entre elas: criação de uma faixa de
proteção de 10 quilômetros no
entorno das Terras Indígenas e de um mosaico
de Unidades de Conservação na Terra
do Meio (PA) -região de 8 milhões
de hectares situada entre os rios Xingu e Tapajós/PA
-, estímulo ao manejo florestal, com legislação
diferenciada, para agricultores familiares, estabelecimento
de linhas de microcrédito solidário,
formação de novos pólos do
Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção
Familiar Rural (Proambiente), abastecimento e a
distribuição de água tratada,
eletrificação rural (convencional
e/ou alternativa) e saneamento em todos dos núcleos
e urbanos e rurais das regiões.
No fim da carta, as instituições propõem
que as sugestões sejam incorporadas pelo
governo. Estarão batalhando por isso durante
o processo de consulta pública a respeito
do Plano BR-163 Sustentável do GT Interministerial.
Representantes de organizações que
construíram as propostas para a sustentabilidade
da BR-163 estarão presentes em cada uma das
oficinas do governo.
A equipe técnica do Projetos Demonstrativos
dos Povos Indígenas (PDPI), componente do
Programa Piloto para Proteção das
Florestas Tropicais (PPG-7), elaborou um documento,
distribuído nesta semana. Intitulado Plano
de Desenvolvimento Regional Sustentável para
a Área de Influência da BR-163: Interfaces
com a Questão Indígena, cita em diversos
momentos as principais demandas dos povos indígenas
da região, utilizando para isso trechos dos
documentos finais do processo de mobilização
da sociedade civil.
Ocorrem também nesse mês as audiências
públicas sobre o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório
de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA) da BR-163,
e o edital de concessão da obra deve ser
lançado em outubro, segundo noticiou ontem
o Diário do Pará.
O início do asfaltamento da BR-163 está
previsto para maio de 2005.
Carta Santarém
Essa carta apresenta
o resultado de debates e propostas do Plano de Desenvolvimento
Territorial Integrado e Sustentável da Região
de Influência da BR-163, que abrange 84 municípios
dos Estados do Pará e do Mato Grosso e envolve
aproximadamente 2 milhões de habitantes.
A BR-163 atravessa uma das regiões mais importantes
da Amazônia do ponto de vista da diversidade
social e biológica e das potencialidades
econômicas dos usos de seus recursos naturais.
Integram essa região trechos do Cerrado e
da Floresta Amazônica e uma Zona de Transição,
no Norte do Mato Grosso. Abrange também quatro
bacias hidrográficas (Rios Teles Pires, Tapajós,
Xingu e Araguaia) ricas em recursos naturais dos
quais dependem populações tradicionais,
agricultores familiares e mais de 30 etnias indígenas.
Essas populações geram uma economia
regional significativa baseada em diversos usos
e manejos dos recursos naturais, que ocupam mão-de-obra
e movimentam capital não contabilizado monetariamente
nas contas nacionais. A precariedade e a secundarização
de dados estatísticos sobre a representatividade
desta economia têm favorecido o discurso dos
grandes empreendedores como os únicos capazes
de dinamizar e alavancar o desenvolvimento dessa
região.
Reconhecemos a importância e reivindicamos
o asfaltamento da BR-163 e demais rodovias federais
e estaduais. No entanto, não se pode ignorar
que os métodos convencionais de construção
de grandes empreendimentos de infra-estrutura no
Brasil têm causado grandes impactos desestruturadores
das economias locais. Grande parte desses impactos
já está em pleno curso, com a intensificação
da grilagem de grandes áreas de terras públicas,
da violência e da conversão acelerada
de florestas e cerrados em monocultivos que empobrecem
as oportunidades econômicas da região.
Essas dinâmicas ocorrem de forma articulada
nos dois estados.
A ação na BR-163 exige a integração
dos governos (federal, estadual e municipal) e sociedade,
que assegure o ordenamento territorial e garanta
o devido lugar de destaque e importância para
os segmentos sociais e produtivos que fazem o uso
diversificado da base de recursos naturais dessa
região. A gravidade dos problemas estruturais,
já existentes, associada ao projeto de asfaltamento
da BR-163 numa perspectiva reducionista, como mero
corredor de transporte para commodities agrícolas,
motivou uma ampla mobilização de organizações
representativas do movimento social (indígenas,
produtores familiares, extrativistas, entre outros),
de ONG, de órgãos governamentais e
de instituições de pesquisa, em quatro
pólos regionais, nos estados do Pará
e Mato Grosso.
A mobilização inter-regional possibilitou,
em 2003, a realização de quatro seminários,
reunindo mais de mil lideranças. Nesses encontros
deve ser destacada a elevada capacidade das organizações
e de seus representantes em formular diagnósticos
atuais, com profundo conhecimento dos problemas
existentes, disposição propositiva
e visão abrangente de políticas públicas.
Esse processo participativo produziu diagnósticos
e propostas para o estabelecimento das diretrizes
do Plano de Desenvolvimento Territorial Integrado
e Sustentável da Região de Influência
da BR-163. Os debates de quatro seminários
(Sinop-MT, Santarém-PA, Itaituba-PA e Altamira-PA)
foram sintetizados no presente Encontro consensualizando
a CARTA DE SANTARÉM, priorizando as seguintes
linhas de desenvolvimento:
1. Infra–Estrutura
e Serviços Básicos
O asfaltamento da
BR-163 deve ser acompanhado do asfaltamento da Transamazônica,
de rodovias estaduais e da abertura e manutenção
de estradas vicinais. Propõe-se um sistema
viário que integre a construção
de rodovias com terminais fluviais, rodoviários
e rodofluviais projetados prioritariamente para
o fortalecimento da economia regional.
Os investimentos em infra-estrutura devem abranger,
de forma integrada, o abastecimento e a distribuição
de água tratada, a eletrificação
rural (convencional e/ou alternativa) e o saneamento
em todos dos núcleos e urbanos e rurais das
regiões incluídas neste Plano. Deve-se
incluir também, a expansão dos serviços
de correios, bancários e previdência
social, bem como expandir o financiamento de casas
populares rurais.
Na área de educação, é
necessário construir e equipar instituições
apropriadas para os ensinos fundamental e médio
(casas familiares rurais), além de fortalecer
instituições pesquisa e ensino para
darem suporte ao conhecimento científico
e tecnológico para fortalecer a economia
local. O esporte, lazer e a comunicação
comunitária também devem receber investimentos.
Para a segurança pública, é
preciso instrumentalizar as delegacias municipais
para desempenhar com mais eficiência as atividades
de combate à violência.
Na área de saúde, deve-se implementar
programa de saúde preventiva para famílias
rurais e urbanas e uma rede de atendimento à
saúde pública devidamente equipada
e adequada às demandas da região.
A implantação de laboratórios
de pesquisa e manipulação de produtos
medicinais regionais, considerando o resgate do
conhecimento popular tradicional, deve receber investimentos.
2. Ordenamento
Fundiário e Combate à Violência
O ordenamento fundiário
e o combate à violência devem ser ações
prioritárias para iniciar o processo de governabilidade
e o Estado de Direito na região. Este processo
deve ter a participação efetiva da
sociedade civil organizada e considerar as propostas
existentes no Plano de Desenvolvimento Territorial
Integrado e Sustentável da Região
de Influência da BR-163. Esta mesma definição
estratégica deve estar presente na composição
da força tarefa proposta, entre Ministério
Público Federal, Ministério Público
Estadual, Polícia Civil e Polícia
Federal, entre outros, objetivando dar condições
à ação imediata dos órgãos
públicos de execução e fiscalização,
a segurança pública da região
e ao combate à violência no meio rural.
Garantir as atuais áreas ocupadas por produtores
familiares, quilombolas, populações
tradicionais e indígenas na região.
Construir e implementar o Zoneamento Ecológico-Econômico
através de metodologias participativas, com
a inclusão de variáveis sociais e
ambientais.
Regularizar e consolidar as áreas protegidas,
tais como a PDS Anapu, as Reservas Extrativistas
Verde para Sempre, Renascer, Bacajá, Riozinho
do Anfrísio e o mosaico de Unidades de Conservação
da Terra do Meio.
Incorporar às Terras Indígenas parcelas
importantes de territórios tradicionais de
etnias que não foram contempladas nos processos
demarcatórios, bem como, promover a fiscalização
e vigilância dos seus limites, controlar as
atividades agropecuárias e extrativistas
no seu entorno e proceder as demarcações
e homologações pendentes.
3. Estratégias
Produtivas e Manejo dos Recursos Naturais
É fundamental
manter e potencializar a diversificação
dos sistemas produtivos locais, agregando valor
à produção, com base em arranjos
produtivos que utilizem a biodiversidade e os recursos
florestais e pesqueiros; e implementar políticas
integradas de financiamento, legislação
diferenciada e assistência técnica,
privilegiando a inserção de pequenos
e médios empreendimentos geradores de empregos
locais duráveis.
Deve-se incentivar o manejo florestal com legislação
diferenciada para a escala da produção
familiar bem como estabelecer linhas de microcrédito
solidário como, por exemplo, a criação
de novos pólos do Programa de Desenvolvimento
Socioambiental da Produção Familiar
Rural (Proambiente) e a incorporação
de áreas alteradas/degradadas ao processo
produtivo.
4.Fortalecimentos
Social e Cultural das Populações Locais
É imprescindível
dotar as populações da região
de condições indispensáveis
ao usufruto da cidadania com garantias institucionais
de funcionamento de um Estado de Direito, como condição
fundamental para o desenvolvimento ordenado da região.
A garantia dos direitos humanos exige a imediata
criação de uma força-tarefa
para investigar e punir os casos de violências
cometidas por grupos de extermínio, latifundiários,
traficantes, agentes de segurança do Pará
(Terra do Meio – Altamira, Itaituba, Santarém,
Novo Progresso, Almerim, Óbidos e Anapu)
e Mato Grosso (Lucas do Rio Verde, São Félix
do Araguaia e Querência) e a instalação
de delegacias regionais da Polícia Federal.
É necessário democratizar os meios
de comunicação, por meio de programas
de estímulo a criação e a legalizaçao
de TVs e rádios comunitárias, adequadas
à realidade amazônica. É fundamental
adequar os processos educativos, de formação
e capacitação para agricultores familiares
e populações indígenas, principalmente
no que se refere à criação
e fortalecimento de cursos acadêmicos em nível
médio e superior para profissionalizar técnicos.
Fortalecer modelos diferenciados de formação
para povos indígenas.
Destinar recursos financeiros e prestar assessoria
técnica à implementação
do Estatuto das Cidades e à elaboração
dos Planos Diretores Urbanos dos municípios
abrangidos neste Plano.
5. Gestão
Ambiental, Monitoramento e Áreas Protegidas
Garantir a proteção
das Unidades de Conservação (UCs),
Terras Indígenas (TIs) e manter corredores
ecológicos entre as diferentes áreas.
Para isso, é preciso desenvolver e incorporar
no processo de licenciamento ambiental a localização
das áreas de Reserva Legal contíguas
às UCs, TIs e Áreas de Preservação
Permanente, para que garantam conectividades ecológicas.
Deve ser incentivada a criação de
novas áreas protegidas, contemplando as diferentes
formações florestais, bem como implantar,
urgentemente, os mosaicos de unidades de conservação
da Terra do Meio, Verde para Sempre e Renascer.
É necessário também implementar
as UCs já instituídas, como a Estação
Ecológica do Rio Ronuro, a Reserva Ecológica
do Culuene, o Parque Estadual do Cristalino e o
Parque Nacional da Amazônia, utilizando divisas
naturais e criando bases administrativas locais.
Compensar o passivo ambiental dos assentamentos
de reforma agrária e propriedades privadas
onde não há Reserva Legal, conforme
previsto no Código Florestal, com a criação
de novas UCs.
A criação de uma faixa de proteção
de 10 quilômetros no entorno das Terras Indígenas,
pode ser uma solução para o ordenamento
do processo de ocupação e o controle
das atividades econômicas, de forma a minimizar
seus impactos negativos sobre as terras e populações
indígenas.
É necessário capacitar os órgãos
governamentais para implementar a gestão
participativa de políticas ambientais, bem
como criar delegacias especiais de meio ambiente.
Tendo em vista o esforço de debate e elaboração
das propostas que constituem o Plano de Desenvolvimento
Territorial Integrado e Sustentável da Região
de Influência da BR-163, as organizações
que assinam a Carta de Santarém propõem:
que a abrangência territorial de impacto da
construção da BR-163, considere como
regiões de influência o Norte do Mato
Grosso e Oeste do Pará, incluindo as bacias
do Xingu, Araguaia, Teles Pires e Tapajós;
que as ações propostas neste Plano
sejam incorporadas pelo planejamento governamental;
que o Grupo de Trabalho Interministerial da BR-163
seja instituído como um espaço permanente
de debate e de negociação envolvendo
representantes dos movimentos sociais, ONGs e instituições
de pesquisa para debater os programas, as políticas
e os projetos para a região.
Santarém 31 de março de 2004
Associação
Floresta Protegida - AFP
Associação Terra Indígena Xingu
- ATIX
Centro de Estudos, Pesquisa e Formação
de Trabalhadores do Baixo Amazonas -CEFTBAM
Central Única dos Trabalhadores - CUT
Embrapa Amazônia Oriental
Federação de Órgãos
para a Assistência Educacional e Social -
FASE
Federação dos Trabalhadores na Agricultura
do Estado do Pará - Fetagri
Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
Fórum dos Movimentos Sociais da BR-163
Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento
- FORMAD
Fundação Viver, Produzir e Preservar
– FVPP
Grupo de Defesa da Amazônia - GDA
Grupo de Trabalho Amazônico - GTA
Grupo Nova Proposta para a Agroecologia
Instituto Centro e Vida – ICV
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
- IPAM
Instituto Socioambiental - ISA
Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG
Universidade Estadual do Mato Grosso - UNEMAT
Universidade Federal do Pará - Campus de
Altamira - UFPA
Fonte: ISA – Instituto
Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Cristiane Fontes)