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MADEIRA
APREENDIDA PELO IBAMA DESAPARECE
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Junho de 2004
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O
Greenpeace encaminhou ao Ministério
Público Federal documentos apontando
o desaparecimento de cerca de 48 mil metros
cúbicos de madeira que haviam sido
apreendidos pelo Ibama durante a Operação
Verde Para Sempre, em 2003, na região
de Porto de Moz (PA). A madeira desaparecida
vale pelo menos R$ 10 milhões. |
Greenpeace
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A
madeira ilegal apreendida havia sido deixada
em pátios, na área, sob a responsabilidade
dos madeireiros Elias Salame e Paulo Pombo,
entre outros, nomeados fiéis depositários
AMAZÔNIAperante a Justiça. Em
sobrevôo realizado no final de maio
(fotos) o Greenpeace constatou o sumiço
da carga. Salame é o presidente da
Aimex (Associação das Empresas
Exportadoras de Madeira do Pará).
Além de apreender a madeira extraída
ilegalmente, o Ibama também havia suspendido
ou cancelado todos os Planos de Manejo Florestal
(PMFs) realizados pelos madeireiros na área.
Entretanto, comunitários que vivem
na região informaram ao Greenpeace
que cerca de 6 balsas carregadas de madeira
estão descendo o rio Jauruçu
diariamente. Durante o sobrevôo, o Greenpeace
também documentou o transporte de tratores
e máquinas sendo levados de balsa para
a área de |
extração
ilegal. O Greenpeace também apurou que os
madeireiros infratores não pagaram as multas
aplicadas pelo Ibama no ano passado. Durante a Operação
Verde Para Sempre, o Ibama gastou cerca de R$ 400
mil e utilizou um efetivo de 70 pessoas entre técnicos,
policiais federais, policiais militares e soldados
do Exército.
Os cerca de 15 mil moradores da área estão
pleiteando a sua transformação em
reserva extrativista. O Greenpeace e uma rede de
organizações não governamentais
apoiam a criação da reserva como uma
forma de conter a devastação em uma
das regiões mais ameaçadas do Pará.
O Governo Federal se comprometeu a criar a reserva
este ano, mas está aguardando o posicionamento
do Estado do Pará.
Plano parado
O Plano para Controle e Combate
ao Desmatamento na Amazônia, orçado
em R$ 400 milhões, ainda não recebeu
os recursos adicionais necessários para
sua implementação, prometidos pela
presidência da República em fevereiro
(cerca de R$ 300 milhões, uma vez que os
demais R$ 100 milhões eram recursos já
previstos no orçamento para 2004).
Para citar apenas a área de fiscalização,
monitoramento e controle, uma das mais críticas
para se deter as taxas alarmantes verificadas
em 2003 (o segundo maior desmatamento da história,
de 23.1000 km2), dos R$ 67 milhões orçados,
apenas R$ 4 milhões haviam chegado ao Ibama
até a última semana. A compra de
carros, computadores, GPS e rádios para
equipar os escritórios locais, bem como
a contratação de pessoas, previstos
no plano, ainda não se concretizou.
Ao mesmo tempo, já há informações
sobre grandes desmatamentos em curso em áreas
críticas, como na região do rio
Iriri, município de Altamira, na área
conhecida como Terra do Meio, no Pará e
no município de Lábrea (AM), onde
houve grandes desmatamentos no ano passado.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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