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USINA DE
BENEFICIAMENTO DE CASCA DE COCO VERDE SERÁ
IMPLANTADA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Junho de 2004
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A
Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/Ceará),
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, e a Prefeitura de Fortaleza assinam,
no dia 2 de julho, às 8 horas, no Auditório
do Gabinete da Prefeitura, protocolo de intenções
para a implantação de uma usina de
beneficiamento da casca de coco verde. A ABBMar,
a Faculdade Christus, o Sebrae, a Secretaria Estadual
do Trabalho e Empreendedorismo e a Secretaria Municipal
do Meio Ambiente, parceiras do projeto, também
participam da solenidade.
A tecnologia para o aproveitamento da casca de coco
verde começou a ser desenvolvida há
cinco anos pela Embrapa Agroindústria Tropical
e foi uma das vencedoras do programa de competição
global "Development Marketplace", do Banco
Mundial, que premiou 47 projetos de um total de
2.726 propostas apresentadas por 133 países.
O projeto prevê a instalação
de um completo sistema de negócio, mediante
a instalação de uma planta piloto
que envolve a coleta seletiva da casca de coco verde,
a reciclagem desse material para a fabricação
de diversos produtos, a implantação
de uma unidade de artesanato e a instalação
de uma horta comunitária.
A planta piloto será instalada no Aterro
do Jangurussu, em uma área de 3.000 m²,
e vai fabricar produtos a partir do pó e
das fibras extraídas da casca, com capacidade
para processar 15.000 toneladas/ano. O pó
será utilizado para a produção
de substrato agrícola e composto orgânico
e as fibras servirão de matéria-prima
para a manufatura de vasos, tapetes e outros artefatos.
A unidade de comercialização dos produtos
fabricados e a horta comunitária serão
instaladas na Praia do Futuro.
O projeto, que também conta com a parceira
da Petrobrás, vai receber US$ 245 mil do
Banco Mundial e vai gerar cerca de 200 empregos
diretos e indiretos nas comunidades envolvidas.
Inovação
A água-de-coco
verde vem despontando como um produto bastante promissor
no mercado brasileiro, com crescimento de mercado
estimado em 20% ao ano. Atualmente, o Brasil é
líder mundial na produção de
coco verde, com uma área equivalente a 57
mil hectares. O problema, no entanto, é que
o aumento na produção e no consumo
da água-de-coco está gerando cerca
de 6,7 milhões de toneladas de casca/ano,
transformando-se em um sério problema ambiental,
principalmente para as grandes cidades.
Só para se ter uma idéia, cerca de
70% do lixo gerado nas praias do Nordeste é
composto por cascas de coco verde, material de difícil
degradação, foco e proliferação
de doenças, diminuindo a vida útil
de aterros sanitários e lixões.
Segundo a pesquisadora da Embrapa, Morsyleide de
Freitas Rosa, responsável pelo desenvolvimento
da tecnologia, a proposta é inovadora "porque
utiliza uma tecnologia ambiental e socialmente apropriada
na congregação de parcerias que se
complementam na solução de dois problemas
ambientais distintos, e na criação
de condições reais de inclusão
social". Ela também destaca o caráter
multiplicador do projeto que poderá, no futuro,
ser implementado nas demais regiões do país.
Equipamentos
O desenvolvimento
do maquinário para o processamento da casca
de coco verde também foi desenvolvido por
uma equipe de pesquisadores da Embrapa, em parceira
com a iniciativa privada. A estrutura básica
consiste de uma máquina trituradora da casca
do coco; uma prensa rotativa, que retira o líquido,
e uma máquina classificadora, que faz a separação
entre pó e fibra.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Teresa Barroso)