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GREENPEACE
FAZ DESPEDIDA DE NAVIO COM SOJA NÃO
TRANSGÊNICA NO PARANÁ
Panorama
Ambiental
Paranaguá (PR) - Brasil
Abril de 2004
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Organização
comemora partida de carga livre de transgênicos
no Porto de Paranaguá, junto a representantes
de autoridades paranaenses e agricultores
familiares
O
navio Galateia deixou hoje o Porto de Paranaguá
com um carregamento de 60.900 toneladas de
soja não transgênica com destino
à Ásia. A partida foi acompanhada
pelos "inspetores de biossegurança"
do Greenpeace – que defendem que o Paraná
continue livre de soja transgênica –
, pelo superintendente do porto, Eduardo Requião,
e por um dos coordenadores da Fetraf Sul (Federação
dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
da região Sul), Marcos Rochinski. |
O
Estado do Paraná, segundo maior produtor
de soja brasileira, tem feito esforços
para manter a produção e a exportação
de soja livres da contaminação
genética.
"A iniciativa paranaense merece ser parabenizada,
tanto por preservar a competitividade da soja
brasileira no mercado internacional, beneficiando
a maioria dos agricultores brasileiros que
não plantaram transgênicos, como
também por não permitir os impactos
ambientais que estes organismos podem causar",
disse Ventura Barbeiro, agrônomo da
Campanha de Engenharia Genética do
Greenpeace.
"A iniciativa do Paraná deve ser
apoiada pelo governo federal e servir de exemplo
para o resto do país", afirmou.
Segundo Ventura Barbeiro, "ao plantar
a soja convencional, o agricultor não
só tem um mercado garantido, como também
não está ameaçado de
pagar royalties para a multinacional de biotecnologia
Monsanto". Para Marcos Rochinski, coordenador
da Fetrafi Sul, "a transgenia, de forma
geral, se coloca hoje como uma ameaça
à soberania e à autonomia da
agricultura familiar". "Assim, corremos
o risco de nos tornar reféns de interesses
de multinacionais", |
afirmou.
“Na medida em que mantemos a soja convencional
na nossa agricultura, estamos atendendo
a vontade do mercado internacional. A soja
transgênica é contestada no
mundo e está perdendo o seu espaço.
Além disso, não há
referência científica de que
essa soja não produza danos ao meio
ambiente e à saúde”, disse
Eduardo Requião, durante o evento.
Segundo a Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Paraná, a estimativa
da produção no ano de 2004
é de 10,2 milhões de toneladas
de soja em grão não transgênica,
e 4,5 milhões de toneladas de proteína
de soja não transgênica. Aproximadamente
60% deste volume é destinado à
exportação. A pureza da soja
paranaense atende a preferência dos
mercados nacional (1) e internacional (2),
e garante a vantagem competitiva do Brasil
sobre países como a Argentina e os
EUA, cuja maior parte da produção
de soja é transgênica.
O esforço em manter o Estado do Paraná
livre de transgênicos tem como objetivo
fazer com que a produção estadual
(3) de soja não transgênica
e de soja orgânica não seja
contaminada, além de garantir a comercialização
da produção. A soja não
transgênica é
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aceita em todos os mercados
mundiais, enquanto a soja transgênica sofre
com diversas e crescentes restrições.
NOTAS
(1) Cresce a quantidade
de empresas no mercado brasileiro que se comprometeram
a não utilizar produtos transgênicos
em seus produtos, como Sadia, Perdigão,
Nestlé, Unilever, Kraft, Carrefour, Pão
de Açúcar, Superbom e outras. Veja
o Guia do Consumidor - lista de produtos com ou
sem transgênicos do Greenpeace aqui.
(2) A rejeição do consumidor europeu,
associado às rígidas novas regras
de rotulagem no continente, criou uma forte demanda
por alimentos não transgênicos. Isto
refletiu negativamente sobre as exportações
dos países produtores de soja transgênica:
Argentina e EUA, criando uma vantagem econômica
para o Brasil. Leia mais aqui.
(3) A produção de soja não
transgênica e soja orgânica no Estado
do Paraná está em fase de expansão.
O preço da soja no mercado internacional
e a garantia de venda da safra geraram um aumento
significativo na área plantada com soja
no Estado. Ver detalhes sobre a soja convencional
em www.pr.gov.br/seab/.
Veja informações sobre produção
orgânica em www.emater.pr.gov.br/Noticias/Prodorg2003.html.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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