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INSTITUTO
SOCIOAMBIENTAL REBATE CRÍTICAS DE
SERTANISTA DA FUNAI
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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O filósofo
Márcio Santilli, membro do conselho do Instituto
Socioambiental (Isa), rebateu as críticas
feitas pelo sertanista da Funai, Apoena Meirelles,
ao apoio dado pela organização à
criação de associações
indígenas. “Essas associações
têm sido apropriados pelos índios para
fazer chegar suas reivindicações nos
poderes públicos. É um movimento sadio,
pelo qual as tribos assumem sua própria voz”,
defende Santilli.
Em audiência pública na Câmara
dos Deputados, Meirelles se disse contra às
associações por duvidar da forma como
elas intermediaram, nos últimos anos, as
relações entre os índios e
o restante da sociedade. Documentos apresentados
pelos próprios garimpeiros mostram que, por
meio das associações, os índios
estabeleciam contratos permitindo a entrada na reserva,
mediante pagamento e divisão dos minérios
extraídos.
Para o conselheiro do Isa, a responsabilidade pela
garimpagem ilegal não está restrita
às associações. “Na década
de 70, a própria Funai organizava o garimpo
dentro de terras indígenas, como em Caiapó,
no Pará. Essa prática institucional
foi, de fato, superada. Mas até hoje existem
denúncias de que funcionários da Funai
facilitam a extração ilegal de minérios”,
rebate Santilli.
Segundo ele, atualmente, o Isa apóia tribos
indígenas do Alto Rio Negro e Xingu, Não
existem equipes do intituto atuando na tribo Cinta-Larga,
em Rondônia. “Todo esse debate sobre Roosevelt
e até mesmo sobre a Raposa Serra do Sol,
em Roraima, já deveria estar superado",
opina o filósfo. "Precisamos de uma
nova agenda de discussão, voltada para a
gestão das áreas indígenas
e o desenvolvimento dos estados onde estão
localizadas as reservas.”
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes