VEJA OS TESTEMUNHOS DOS MANIFESTANTES SOBRE
O AVANÇO DA SOJA NO PARÁ

Panorama Ambiental
Santarém (PA) - Brasil
Abril de 2004

José Costa, 32 anos, natural de Monte Alegre (PA), secretário-executivo do GTA do Baixo Amazona

Foto: Greenpeace
“O principal problema da chegada da soja a esta região tem sido a expulsão dos trabalhadores rurais de suas terras. Várias comunidades já foram dizimadas e suas terras estão sendo transformadas em grandes plantações, principalmente nas regiões de Santarém e Belterra, no Pará. A ocupação acontece primeiro com a madeira e, em seguida, vem o gado e a soja. Os colonos acabam vindo para as cidades, engrossando as periferias. Chegam sem perspectiva de emprego e acabam virando peões em suas próprias terras. Funcionários são trazidos de fora porque os colonos não têm formação para operar as máquinas. A situação ficou mais grave depois da instalação da Cargill, porque deu esperança aos sojicultores vindos de outras regiões do Brasil, como norte do Mato Grosso e sul do País. Sabemos inclusive que a empresa financia alguns produtores para plantar soja. Existem estudos que indicam que a área plantada pode ser ampliada em até cinco vezes aqui no Baixo Amazonas. Existe uma forte tendência à concentração fundiária na região. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) deveria ter sido feito antes da construção do porto da Cargill para conhecer melhor esses impactos. Esperamos que a justiça seja feita para que o meio ambiente seja respeitado. E fazemos um apelo às pessoas para que não vendam suas terras, que é a nossa única fonte de renda – é ela que põe a nossa comida na mesa”.
Neucilene Farias Moutinho, 22 anos, natural da comunidade de São Benedito em Juruti (PA), mãe de três filhos; trabalha com o marido em um roçado de banana e também planta outros alimentos como mandioca para subsistência.
Foto: Greenpeace
“Estou muito assustada e preocupada com esse avanço da soja. A gente luta para proteger a natureza e vem gente de fora invadir aqui.
O governo federal tem que impedir estas empresas. Pelo que eu pude ver, o governo municipal apóia esta invasão – quando pedimos ajuda, eles disseram que não podiam ajudar. Veio gente aqui, acredito que tinham relação com a Cargill, querendo comprar nossa terra bem na nascente do igarapé.
Se essa área for desmatada, vamos ficar sem água na comunidade. Eles ofereciam cerca de R$ 2 mil por hectare e mais uma diária de R$200 para o trabalhador que ajudasse na limpeza da área – uma proposta para a pessoa não recusar mesmo.
Eles iam primeiro extrair a madeira para depois plantar soja. Isso aconteceu em dezembro (2003) e janeiro deste ano. A gente conseguiu fazer com que eles parassem, pelo menos por enquanto. Desde que esse projeto da soja começou, todos os municípios da região de Santarém estão sendo prejudicados. Tem que tirar essa empresa do Baixo Amazonas. O governo tem que mostrar que aqui é uma floresta e não um lugar para monocultura”.
Evanilda Socorro Ferreira Gaspar, 36 anos, 6 filhos, natural de Aveiro (PA)
Foto: Greenpeace

“A soja ainda não chegou, mas vai chegar na minha cidade. Um monte de madeireiras estão chegando, falando para os colonos irem ao Ibama e tirar a licença para fazer roçado...aí elas compram a madeira do colono a mais ou menos R$ 25 a tora, não importa qual a espécie. Angelim, cedro, até castanheira...Tá tendo muita grilagem também, acho que a soja vai chegar logo. A Cargill chegou aqui sem pedir opinião para o povo e ainda construiu seu porto de forma irregular”.

Raimunda Bentes Gomes, 51 anos, natural de Juruti (PA)

Foto: Greenpeace

“Esse avanço da soja é incrível porque está acontecendo em lugares que têm muita floresta e expulsando os colonos da terra. Quando a soja sai, deixa a terra pobre. A Cargill fez promessas, dizendo que ia gerar empregos, mas sabemos que é mentira. Eles trabalham com máquinas e geram poucos empregos comparados aos problemas. Eu acho que ninguém na cidade está apoiando. Nosso martelinho é um símbolo de protesto: Fora Cargill da nossa região!”.

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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