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VIABILIDADE
DO ÓLEO VEGETAL PARA PRODUÇÃO
DE BIODIESEL É DISCUTIDA EM RECIFE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Durante oficina de
trabalho para implementação do Programa
Nacional de Biodiesel, realizada em Recife-PE, representantes
do Ministério de Minas e Energia , do Ministério
da Integração, Secretarias de Ciência
e Tecnologia e Fundações de Amparo
à Pesquisa de todos os Estados do Nordeste
e do Estado de Minas Gerais discutiram com o Grupo
Gestor da Comissão Executiva Interministerial
para o Programa Nacional do Biodiesel as principais
expectativas e a viabilidade do Programa no país.
Na ocasião, o coordenador do Grupo Gestor,
Ricardo Gusmão Dornelles, decidiu, entre
outras, sobre a autorização do uso
do Biodiesel, a realização de testes
complementares, a inserção da agricultura
familiar no processo, a análise do uso do
óleo in natura em motores estacionários
e a garantia da inclusão social das regiões.
Em maio, o Grupo Gestor apresentará um plano
de trabalho ao presidente da República para
implementação do Biodiesel no Brasil.
A Adene, órgão do Ministério
da Integração, destacou as ações
da Embrapa Meio-Norte pela pesquisa com mamona e
óleo de rícino que está sendo
realizada no Estado do Piauí e o avanço
do Programa Biodiesel no Norte de Minas, na Bahia
e no Ceará. O Departamento Nacional de Obras
Contra a Seca -DNOCS, que também estava presente,
tem sido um dos incentivadores do óleo de
rícino (mamona). Este trabalha coordenado
com Embrapa e a Codevasf. A grande novidade tem
sido o plantio da mamona por mudas e não
por sementes e uma tecnologia que elimina necessidades
de replantios.
Estudos divulgados
pelo NBB
National Biodiesel Board, órgão que
se ocupa com a implementação do biodiesel
nos Estados Unidos, afirmam que o Brasil tem condições
de liderar a produção mundial de biodiesel,
promovendo a substituição de, pelo
menos, 60% da demanda mundial atual de óleo
diesel mineral.
O que preocupa o pesquisador Jefferson Costa, da
Embrapa Tabuleiros Costeiros, que representava na
reunião, a Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de Sergipe, é
a falta de sustentabilidade da mamona (matéria
prima do biodiesel) consorciada com o feijão
quando plantada por vários anos no mesmo
local. "Por ser uma isca para doenças
do sistema radicular, pode ocorrer nos próximos
anos, a inviabilidade do plantio de feijão
e outras leguminosas, como ocorreu em Ireçê,
na Bahia, na década passada. É, portanto,
necessário pesquisar novos consórcios
para a mamona e futuras rotações e
estudar a inclusão da palma forrageira que
já demonstrou potencial para a produção
de óleo, além de não ter os
efeitos tóxicos presentes na torta de mamona",
afirma Costa.
Em Sergipe, o Programa do Estado de Sergipe é
embrionário com quase 1000 ha de mamona plantada
com incentivos governamentais e tem um plano inicial
de produzir Biodiesel para frotas de ônibus.
Em vários estados, o Programa Biodiesel está
bem avançado. Os investimentos na produção
de mamona para fabricação de biodiesel
estão sendo incentivados visando o desenvolvimento
das regiões e favorecer a inclusão
social. Na Paraíba, por exemplo, há
perspectiva de se plantar 30 mil hectares de mamona
que vai gerar em torno de 10 mil empregos diretos
nos próximos quatro anos. Neste Estado, já
foi feito, inclusive, o zoneamento agrícola
da mamona e existe um Programa de produção
de sementes certificadas o que vem estimulando a
organização dos municípios
para que formem suas próprias usinas.
A Bahia também está entre as regiões
avançadas na produção do biodiesel.
Na região, existe uma Rede Baiana de Biocombustível.
O Estado caminha para o uso de Biodiesel com o objetivo
de gerar energia no Semi-Árido, que não
tem luz. O estado aprovou também, junto a
ANEEL, um projeto para instalar unidades industriais
de processamento de Biodiesel junto a comunidades
e não mais nas universidades.
A continuação das discussões
a respeito do Programa Biodiesel será retomada
em um Seminário Nacional, organizado pelo
Gabinete Civil da Presidência, a ser realizado
nos próximos 90 dias.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Sayonara Marinho