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INPA LANÇA
CAMPANHA PARA ESCOLHER NOME DE MAIS NOVO
FILHOTE DE PEIXE-BOI
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) Brasil
Abril de 2004
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“Peixe-boi sem nome
não tem graça. Ajude a escolher o
meu”. Este é o slogan da campanha que o Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) estará
lançando no dia 1.º de abril, às
9:00 horas, na Ilha da Tanimbuca, Bosque da Ciência,
com a finalidade de escolher um nome para o mais
novo filhote de Peixe-boi nascido em cativeiro,
sob a responsabilidade do Laboratório de
Mamíferos Aquáticos (LMA).
O lançamento da campanha para a escolha do
mais novo filhote de Peixe-boi no dia 1.º de
abril, data em que o Bosque da Ciência completa
nove anos, coincide com a Festa de Formatura da
10 ª turma do Projeto Pequenos Guias, coordenado
pelo Grupo de Pesquisas em Educação
Ambiental do Instituto, financiado com recursos
da Kodak.
O mais novo filhote de Peixe-boi amazônico
(Trichechus Inunguis), o terceiro da mamãe
Boo (o segundo foi natimorto) , nascido em 3 de
fevereiro de 2004, terá o seu nome escolhido,
através de uma campanha em que participam
crianças e jovens de 7 a 14 anos, tal como
ocorreu em 2002, quando o filhote da mamãe
Tukano , nascido em 21 de fevereiro daquele ano,
recebeu o nome de Tuã.
O Laboratório de Mamíferos Aquáticos
do INPA, que estuda a espécie amazônica
há 30 anos, possui, atualmente, 27 peixes-bois,
seis dos quais são filhotes. O primeiro a
nascer foi Erê, em 8 de abril de 1998, hoje
com mais de cem quilos, o que vem comprovar o sucesso
da reprodução da espécie, sob
os cuidados dos pesquisadores.
Para participar da campanha que tem o patrocínio
da Petrobras e apoio da Rede Amazônica e de
todos os jornais locais, os interessados devem escolher
um nome relacionado a um tema amazônico (pode
ser de tribos indígenas, plantas, rios etc),
com o devido significado, e depositar os cupons
que serão disponibilizados nos jornais locais,
Bosque da Ciência, site do INPA, Petrobras
e Portal Amazônia.
Os cupons serão depositados em urnas que
serão colocadas nos postos BR, sede do INPA,
prédio-sede da Rede Amazônica e dos
jornais participantes da campanha. A votação
também poderá ser feita via Internet,
através dos sites do INPA e Portal Amazônia.
A campanha se estenderá até o dia
28 de abril, quando a comissão responsável
pela escolha do nome deverá se reunir para
definir o nome do vencedor.
O prêmio será um micro-computador,
doado pela Petrobrás e uma viagem de ida
e volta, com direito a acompanhante, saindo de Manaus
para a maior província gaseífera do
Brasil: Urucu, localizada na cidade de Coari (Amazonas).
No dia 3 de maio, será anunciado oficialmente
o nome escolhido para o filhote de Peixe-boi, no
Bosque da Ciência.
Campanhas
ajudam a garantir sobrevivência
A situação
do Peixe-boi da Amazônia é muito delicada,
por ser uma espécie ameaçada de extinção.
Para garantir a sua sobrevivência na Amazônia,
o Laboratório de Mamíferos Aquáticos
do INPA, o Instituto Mamirauá (Pa) e o Centro
de Pesquisa e Preservação de Mamíferos
Aquáticos, da Manaus Energia, na Vila de
Balbina, em Presidente Figueiredo, Amazonas, vêm
desenvolvendo estudos e projetos de conservação.
Há quatro anos, somando esforços para
a proteção do Peixe-boi da Amazônia,
nasceu a Associação Amigos do Peixe-boi
(AMPA), que também vem aglutinando forças
para garantir a sobrevivência dos mamíferos
aquáticos da Amazônia (peixe-boi, ariranha,
lontra e os botos tucuxi e vermelho) e reunindo
esforços contra a sua ameaça de extinção.
Entre os desafios enfrentados pelos institutos e
a AMPA, está o resgate de filhotes órfãos,
o manejo populacional, os estudos em estado natural,
a promoção de programas de formação
da consciência ambiental nas escolas e comunidades
e as alternativas de sobrevivência aos moradores
ribeirinhos, de forma a evitar que a sua captura
tenha continuidade.
É comum a denúncia de peixes-boi abatidos
no interior do Estado do Amazonas. A AMPA tem registrado
relatos de filhotes de peixes-boi, que foram encontrados
vagando sozinhos nos rios, provavelmente porque
suas mães tenham sido mortas ao procurar
águas rasas para dar apoio aos filhotes nos
seus primeiros dias de vida.
Além disso, existem denúncias de que
filhotes de peixes-boi costumam ser vendidos ou
doados como presentes, para pessoas influentes em
muitos municípios do Amazonas, enquanto suas
mães são vendidas como carne, mixira
e torresmos nos mercados. Animais de 60 a 200 quilos
e, em torno de 7 a 10 palmos (1,4 a 2,0 m) são
os mais comumente abatidos, conforme relatos.
As denúncias recebidas pela AMPA apontam
para a importância de campanhas e demonstram
que, embora não sejam suficientes – pois
todo esse trabalho necessita da integração
e apoio de entidades ligadas à conservação
da fauna e do meio ambiente, da criação
de unidades de conservação, além
da proteção de áreas para alimentação
e rotas migratórias para todos esses mamíferos
aquáticos - auxiliam na formação
ou no despertar de uma consciência ecológica.
Fonte: INPA – Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (www.inpa.gov.br)
Assessoria de imprensa