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BIOTA PARÁ
BUSCA RESPOSTAS PARA AS
QUESTÕES AMBIENTAIS DA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Quais
as áreas do estado do Pará onde a
biodiversidade está mais afetada pela ação
do homem? O que se pode fazer ainda pela diversidade
biológica das regiões onde o antropismo
é maior? Quais as áreas mais e menos
conhecidas pela comunidade científica? Quais
as áreas prioritárias para coletas
e inventários de espécies? Quais as
espécies endêmicas do Estado ameaçadas
de extinção? Como agir para conservá-las?
Como melhorar os currículos das escolas e
universidades locais na abordagem da biodiversidade
da Amazônia?
Para dar respostas a essas e outras perguntas, o
Museu Paraense Emílio Goeldi vem, há
cerca de um ano, redirecionando sua produção
e difusão de conhecimento por meio do projeto
Biota Pará, primeira etapa do programa Biodiversidade
da Amazônia, uma parceria entre o Museu Goeldi
e a Conservação Internacional (CI-Brasil).
"O grande objetivo do Biota Pará é
dar respostas às questões ambientais
e assim influenciar as políticas públicas
pensadas para a região", explica a bióloga
Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires, coordenadora
do Programa Biodiversidade da Amazônia e do
Projeto Biota Pará. Como uma das maiores
instituições de pesquisa do estado,
o MPEG é um dos atores chave nesse processo.
"O projeto está permitindo reorganizar
as bases da produção de conhecimento
do Museu visando atender objetivos traçados
previamente. Essa reorganização inclui
desde a integração de modelos de coleta
de dados em campo para todas as áreas de
pesquisa até a maneira pela qual estes dados
são organizados em coleções
e apresentados à comunidade científica
e não-científica", conclui Sauer.
O primeiro passo foi dividir as atividades que têm
como tema central o estudo da biodiversidade amazônica
em oito componentes que se completam e interligam:
tecnologia para inventário biológico
em ecossistemas tropicais; inventários biológicos;
organização e manutenção
de coleções biológicas; mapeamento
e modelagem da biodiversidade; sistema de avaliação
de espécies; sistema de apoio à implementação
e gestão de áreas protegidas; capacitação
de recursos humanos em pesquisas sobre biodiversidade
e biologia da conservação; e difusão
do conhecimento sobre a biodiversidade regional.
"Os componentes são a síntese
do que há de mais recente no conhecimento
e revelam a capacidade de auto-crítica da
própria instituição, pois foram
definidos de acordo com a experiência do Museu
ao longo de mais de cem anos de existência",
enfatiza o biólogo José Maria Cardoso
da Silva, vice-presidente da CI-Brasil e ex-pesquisador-bolsista
do Museu Goeldi.
Ao cruzarem os primeiros dados, e já sabendo
que não poderiam trabalhar em toda a extensão
do estado num primeiro momento, os pesquisadores
responsáveis pelos componentes do Biota Pará
definiram prioridades. "Estamos priorizando
uma área de cerca de 20 milhões de
hectares chamada de Centro de Endemismo Belém,
que se localiza entre o Pará, Tocantins e
o Maranhão", explica Sauer.
Segundo a bióloga, nesse local o nível
de perturbação do ambiente pela ação
do homem atingiu um grau muito elevado, por conta
da agricultura, criação de gado, exploração
de madeira, e restam poucas áreas de floresta.
As matas restantes nessa área estão
localizadas, sobretudo, em unidades de conservação,
terras indígenas e arredores. "São
áreas de grande pressão antrópica
e pouco conhecidas. Por isso, estamos organizando
uma expedição multidisciplinar de
coleta no local para o ano de 2004", adianta.
Ordem na
casa
Durante este primeiro
ano, as atividades do Biota Pará estiveram
mais voltadas para a organização dos
componentes, embora estratégias de estímulo
ao conhecimento da biodiversidade regional já
estejam em prática, como é o caso
do Prêmio José Márcio Ayres
para Jovens Naturalistas, lançado em março
de 2003.
As iniciativas mais marcantes, além do próprio
Prêmio, foram os workshops de tecnologias
de inventário e de modelagem de biodiversidade;
a elaboração de um banco de dados
com as espécies ameaçadas de extinção
no estado; a elaboração de um banco
de dados que possibilitará o cruzamento de
dados de diferentes coleções biológicas
e um treinamento sobre coleta e identificação
de plantas, realizado em Caxiuanã. Também
foram promovidas atividades preparatórias
para o Prêmio José Márcio Ayres,
como a Pororoca da Biodiversidade.
Em 2004, além da expedição
para coleta de dados no Centro de Endemismo Belém,
estão previstas edições de
livros contendo os resultados dos workshops realizados
em 2003. Segundo Teresa, a idéia é
que o programa Biodiversidade da Amazônia
seja complementado posteriormente por outros dois
programas: Ecologia e Manejo e Ciências Humanas.
Investimentos
O investimento da
Conservação Internacional nesta primeira
etapa de projeto foi de R$ 120 mil, destinados à
compra de computadores e equipamentos, à
contratação de pesquisadores e à
participação na organização
de eventos ligados ao Biota Pará. O projeto
não tem um orçamento fechado. As demandas
são apresentadas em forma de projetos independentes
que são aprovados segundo a estratégia
de conservação da região e
suas prioridades.
Resultados
Para conhecer os
primeiros resultados de cada um dos componentes
do Projeto Biota Pará, visite o website do
MPGE www.museu-goeldi.br e consulte as seções
abaixo:
- Tecnologia para inventário biológico
em ecossistemas tropicais
- Inventários biológicos
- Organização e manutenção
de coleções biológicas
- Mapeamento e modelagem da biodiversidade
- Sistema de avaliação de espécies
- Sistema de apoio à implementação
e gestão de áreas protegidas
- Capacitação de recursos humanos
em pesquisas sobre biodiversidade e biologia da
conservação
- Difusão do conhecimento sobre a biodiversidade
regional (Com a colaboração da Assessoria
do CI)
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa do Museu Goeldi