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BRASIL RENUNCIA
LIDERANÇA SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2004
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Greenpeace
lamenta posição da Ministra
de Minas e Energia na Conferência de
Bonn
Apesar de todos
os esforços dos ambientalistas latino-americanos
para que Dilma Rousseff mudasse o tom do discurso
que faria, na manhã desta quinta-feira
(03), na Conferência sobre Energias
Renováveis de Bonn (Alemanha), a ministra
brasileira, representando todos os países
da América Latina e Caribe, apresentou
sua apologia às grandes barragens como
solução energética para
os países em desenvolvimento. |
“O
Brasil, que já foi uma das maiores
lideranças dos países em desenvolvimento
durante a Rio+10 no que diz respeito a clima
e energias renováveis, renunciou à
essa posição, deixando de conquistar
financiamentos para a implementação
de alternativas sustentáveis” disse
Marcelo Furtado, coordenador de políticas
para a América Latina do Greenpeace,
após presenciar o discurso da ministra
brasileira em Bonn.
Deixando claro que considera as renováveis
como meras coadjuvantes na matriz energética
brasileira, Dilma Rousseff, durante toda sua
estada na Alemanha, fez gestões para
o mundo retroceder à década
de 70, quando as grandes hidrelétricas
eram apresentadas como a melhor solução
para o suprimento global |
de energia mesmo
causando graves danos sociais e ambientais. “Atualmente,
há 21 milhões de brasileiros sem fornecimento
seguro de energia em suas casas. Boa parte desses
cidadãos nunca será beneficiada pelo
modelo tradicional das grandes barragens. Ao defender
as hidrelétricas, a ministra se esquece de
centenas de milhares de brasileiros que perambulam
pelo país sem terem onde ficar depois de
terem sido expulsos de suas terras, inundadas por
barragens. Existem 12 mil famílias que vivem
de frente para o lago da hidrelétrica de
Tucuruí sem terem luz em suas moradias” salientou
Sérgio Dialetachi, coordenador da campanha
de energia do Greenpeace.
Os ambientalistas vinham tentando fazer a ministra
entender a importância da Conferência
de Bonn para a consolidação de uma
indústria nacional de renováveis,
que desenvolva tecnologia, produza equipamentos
no Brasil, estabeleça empreendimentos no
nosso território, gere empregos em áreas
carentes, movimente a economia do país e
promova exportações através
de um comércio justo com nossos vizinhos
e parceiros mundiais.
“Quando falamos de renováveis, estamos nos
referindo desde a energia eólica do Ceará
e a solar da Bahia até a casca de arroz do
Rio Grande do Sul, a cana-de-açúcar
de São Paulo e o biodiesel de mamona de Minas
Gerais, de acordo com a vocação específica
de cada Estado para gerar sua eletricidade”, afirma
Sérgio Dialetachi.
“A ministra brasileira, com sua posição
retrógrada em favor das grandes barragens,
pode jogar por terra todo o esforço mundial
pró-renováveis e abrir espaço
para aqueles países, como por exemplo os
produtores de petróleo, que não querem
ver mudanças significativas acontecer”, finalizou
Marcelo Furtado, do Greenpeace.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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