 |
MARINA SILVA
ANUNCIA CRIAÇÃO DE QUATRO
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
|
 |
Paraíba e
Paraná ganharam duas florestas nacionais.
Maranhão e o Amazonas, duas reservas extrativistas,
onde estão as áreas de grande extensão.
O anúncio, feito pela ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, na manhã desta quinta-feira
(3/6) no Palácio do Planalto, fez parte das
comemorações oficiais da Semana do
Meio Ambiente. Também foram assinados acordos
para a implementação do Programa Áreas
Protegidas da Amazônia (Arpa).
Os ministros da Casa Civil, José Dirceu,
e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Patrus Ananias, assim como diversos representantes
do movimento ambientalista, acompanharam a cerimônia
realizada ontem (3/6) no Palácio do Planalto,
na qual era aguardada a presença do presidente
Lula, que priorizou outras atividades, como a posse
do ministro Nelson Jobim como presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Um dos principais anúncios da ministra do
Meio Ambiente foi a criação de quatro
UCs de uso sustentável: a Floresta Nacional
(Flona) de Piraí do Sul (PR), de 124,8 hectares;
a Flona de Restinga de Cabedelo (PB), de 103 hectares;
a Reserva Extrativista (Resex) do Cururupu (MA),
de 185 mil hectares; e a Resex do Capanã
Grande (AM), de 304 mil hectares.
Apresentada como um boa notícia, especialmente
às lideranças extrativistas, Marina
afirmou que o presidente deve assinar nos próximos
dias a criação da Comissão
Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
das Comunidades Tradicionais, que vai assessorar
Lula na formulação e acompanhamento
da implantação da Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável das
Comunidades Tradicionais. Segundo ela, a Comissão
Nacional contará com a participação
de diversos ministérios, além de representantes
da sociedade civil, das comunidades tradicionais,
entre outros, e será presidida pelo ministro
Patrus Ananias.
Entre as realizações do primeiro ano
e meio do governo Lula, Marina destacou a formulação
do Plano BR-163 Sustentável e do Plano Amazônia
Sustentável (PAS), o novo modelo de política
energética, a política de reforma
agrária na Amazônia, a revisão
do crédito com os Fundos Constitucionais
do Norte e do Centro-Oeste, assim como a realização
da Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Arpa em ação
A mais nova resex
do Amazonas, Capanã Grande, é uma
das nove Unidades de Conservação criadas
até o momento pelo Programa Áreas
Protegidas da Amazônia (Arpa), iniciativa
formalizada no fim do governo FHC que prevê
a criação de 50 milhões de
hectares de UCs na Amazônia em 10 anos. Em
sua primeira fase, de 2002 a 2006, o Arpa pretende
proteger 18 milhões de hectares. Já
atingiu 6 milhões de hectares. Só
o Parque Nacional de Tumucumaque (AP), criado em
agosto de 2002, tem uma extensão de 3,9 milhões
de hectares.
Com US$ 30 milhões do Fundo Global para o
Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês), US$
14,4 milhões do Banco Alemão de Crédito
para Reconstrução (KfW, sigla em alemão),
US$ 16,5 milhões da ONG WWF - Fundo Mundial
para a Natureza e uma contrapartida de US$ 18 milhões
do governo brasileiro para a fase inicial, o Arpa
conta desde ontem também com o Fundo de Áreas
Protegidas (FAP) para a manutenção
das UCs, que tem como meta capitalizar US$ 240 milhões
até 2013. Começa com US$ 1 milhão,
US$ 500 mil doados pelo WWF-Brasil e US$ 500 mil,
pelo Banco Mundial.
Ainda na cerimônia, foram firmados acordos
de cooperação técnica entre
os governos do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia e Tocantins para a implementação
do Arpa. Entre as ações previstas,
aquisição de bens e contratação
de serviços para a implantação
e consolidação de UCs nesses estados.
Como anunciado semana passada pelo secretário-executivo
do MMA, Cláudio Langone, no programa Câmara
Agora Especial, na TV Câmara, foram formadas
ontem Comissões Tripartites Estaduais – formada
por representantes de órgãos ambientais
dos níveis federal, estadual e municipal
– em Minas Gerais, Espírito Santo, São
Paulo, Acre, Roraima, Amazonas, Tocantins, Goiás,
Mato Grosso do Sul, Maranhão, Sergipe, Bahia,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, voltadas ao
fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(Sisnama). As prioridades são solucionar
conflitos de competências e qualificar o licenciamento
ambiental.
A criação do Parque Nacional do Vale
do Itajaí (SC), que protegerá um dos
maiores remanescentes de Mata Atlântica do
país, aguardada desde o Dia Nacional da Mata
Atlântica (27/5), não foi mais uma
vez anunciada. Todos os tramitês burocráticos
já foram finalizados, e a minuta de decreto
enviada à Casa Civil.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Cristiane Fontes