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RECUPERAÇÃO
DA MATA CILIAR DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
(SP) SERÁ ALVO DE CAMPANHA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Reuniões
para articular o movimento que deverá ter
caráter permanente estão sendo realizadas
no Vale do Ribeira, em São Paulo, como forma
de contribuir para a sustentabilidade dos recursos
naturais da região e para a qualidade de
vida das populações locais.
Comunidades remanescentes de quilombos do Vale do
Ribeira, a Diocese do município de Registro,
a Equipe de Articulação das Comunidades
Negras, o Instituto Socioambiental (ISA) e a Fundação
SOS Mata Atlântica coordenaram, no último
dia 21 de maio, a primeira reunião geral
para discutir uma campanha de conservação
e recuperação da mata ciliar do Rio
Ribeira de Iguape (SP) e seus afluentes. Foi na
cidade de Registro e dela participaram mais de 60
pessoas representando instituições
da sociedade civil, do estado e de diversas prefeituras
da região. Não é de hoje que
as comunidades remanescentes de quilombos da região
vêm discutindo, em conjunto com o Movimento
dos Ameaçados por Barragens (Moab) e a Casa
Paroquial da cidade de Eldorado, a necessidade de
se implementar ações de recuperação
e conservação das matas ciliares dos
territórios quilombolas, como forma de contribuir
poara a sustentabilidade dos recursos naturais da
região e a qualidade de vida da população
local.
Em encontro realizado em abril passado entre representantes
de 12 comunidades quilombolas, o Moab e o Instituto
Socioambiental (ISA) levantou-se a possibilidade
de ampliar a proposta de recuperação
e conservação florestal das áreas
de proteção permanente (APPs) do Vale
do Ribeira, transformando-a em uma campanha permanente
regional que integrasse os diversos atores e segmentos
sociais que atuam na área. A idéia
de promover uma campanha permanente está
baseada em dois aspectos fundamentais para a região:
a situação de desmatamento e assoreamento
em que se encontra o Rio Ribeira de Iguape e seus
principais afluentes e a Campanha da Fraternidade
de 2004 cujo tema é "Água Fonte
da Vida". No encontro do dia 21/5, os participantes
decidiram pela formação de uma comissão
provisória, que deverá ter representantes
do Poder Público federal, estadual e municipal,
das empresas e da sociedade civil organizada que
atuam na região. Esse grupo deverá
elaborar uma proposta consolidada de campanha regional
com o objetivo de informar, conscientizar e, principalmente,
mobilizar a população local para a
proteção e recuperação
das Áreas de Preservação Permanente
do Vale do Ribeira. Além disso, a campanha
terá como meta estabelecer mecanismos de
interação com as várias instâncias
de governo, empresas e organizações
da sociedade civil para formular medidas que possam
reverter o atual situação de degradação
ambiental.
Além de representar a maior área contínua
de Mata Atlântica do país, com 21 mil
km2 de um total de 100 mil km2, o Vale do Ribeira
é habitado por comunidades indígenas,
quilombolas, populações ribeirinhas
e pequenos agricultores. É também
uma das regiões mais pobres do Estado de
São Paulo. Dos 23 municípios que possui,
17 formam a Reserva da Mata Atlântica do Sudeste,
que a Unesco incluiu, em 1999, em sua lista de Patrimônio
Natural da Humanidade.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa